Arquivo do mês: setembro 2023

Meu nome e eu mesmo

Artigo | O doutorando em Desenvolvimento Rural Ayawovi Djidjogbe Fanho explica como se dá a escolha de nomes na cultura Ewé, na África Ocidental, e o que isso representa em termos identitários e sociais

*Por: Ayawovi Djidjogbe Fanho
*Ilustração: Marina Brandão/IA-UFRGS

 

 

 

 

 

 

 

Nas próximas linhas, vou falar sobre um dos elementos fundamentais que, ao longo dos anos, moldaram, enriqueceram e tornaram única a cultura Ewé – situada na região adjacente ao Golfo da Guiné, na África Ocidental, na parte sul de Togo, Gana, Benim e regiões vizinhas. Ao compartilhar essas informações, pretendo promover um diálogo intercultural mais esclarecido, destacando as muitas facetas que caracterizam cada sociedade e incentivando a abertura de espírito em relação a diferentes modos de vida, tradições e crenças. Em suma, este texto faz parte de um esforço para salvaguardar uma cultura que corre o risco de desaparecer, ao mesmo tempo que contribui para uma consciência mais profunda de nosso patrimônio cultural.

Permitam-me que me apresente como Ayawovi Djidjogbe Fanho, cidadão da República do Togo, na África Ocidental. Pertenço ao grupo étnico Ewé, que é o idioma predominante no país. E também um dos idiomas mais falados na sub-região.

Na tradição Ewé, a escolha dos nomes é uma oportunidade de destacar a conexão entre a natureza, a história, a personalidade e as aspirações da família. Os nomes são cuidadosamente escolhidos para refletir os valores e as esperanças que a família tem para a criança. Eles também podem ser influenciados por eventos históricos importantes, lembrando as lições e os triunfos do passado. Traços de personalidade e qualidades espirituais também são levados em conta nessa escolha.

Deve-se observar que, na tradição cultural dos Ewé, o nome de uma pessoa é composto tanto pelo sobrenome quanto pelo nome. Como de costume, é comum ver uma pessoa com dois nomes. Essa dupla escolha reflete a importância atribuída à identidade e a riqueza dos nomes nessa comunidade. Essa é uma maneira de dar uma dimensão mais profunda e significativa à nomeação e transmitir valores importantes às gerações futuras.

 

 

Siga a leitura do artigo diretamente na fonte:

https://www.ufrgs.br/jornal/meu-nome-e-eu-mesmo/

ATENÇÃO!! Encerram-se hoje, 28/09, as inscrições para o curso Línguas e Políticas Linguísticas no atendimento à Saúde!

O Curso de extensão Linguas e Políticas Linguísticas no atendimento à saúde acontecerá no mês de outubro, próximo, todas as terças,feiras, das 15 às 16.30h (horário de Brasília).

É uma parceria entre o IPOL, o GELT-UFGD e a Cátedra Unesco Políticas Linguísticas para o Multilinguismo.

Se você ainda não se inscreveu, poderá fazê-lo ainda hoje até as 20.30h!

Acesse o formulário de inscrição aqui:

https://docs.google.com/forms/d/1cPxedSb-M4z8o_6FmTpa8GSRrWqb7WwkjlAaDAQt5R0/edit

ATENÇÃO!! Encerram-se hoje, 28/09, as inscrições para o curso Línguas e Políticas Linguísticas no atendimento à Saúde!

O Curso de extensão Linguas e Políticas Linguísticas no atendimento à saúde acontecerá no mês de outubro, próximo, todas as terças,feiras, das 15 às 16.30h (horário de Brasília).

É uma parceria entre o IPOL, o GELT-UFGD e a Cátedra Unesco Políticas Linguísticas para o Multilinguismo.

Se você ainda não se inscreveu, poderá fazê-lo ainda hoje até as 20.30h!

Acesse o formulário de inscrição aqui:

https://docs.google.com/forms/d/1cPxedSb-M4z8o_6FmTpa8GSRrWqb7WwkjlAaDAQt5R0/edit

1ª Circular
Curso de extensão:
Línguas e políticas linguísticas no atendimento à saúde
O curso de extensão “Línguas e políticas linguísticas no atendimento à saúde” nasce da parceria
entre o Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Políticas Linguísticas (IPOL), o Grupo de
Estudos em Linguagem e Transculturalidade (GELT/CNPq/UFGD), a Cátedra UNESCO de
Políticas Linguísticas para o Multilinguismo, para contribuir com algumas necessidades urgentes
que envolvem o uso das línguas e o sistema de saúde brasileiro, em especial nas regiões
fronteiriças.
Dados do relatório consolidado do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra – 2023)
revelam tendência de crescimento dos processos migratórios internacionais e a consolidação do
eixo migratório do Sul Global em direção ao Brasil. Em 2022, a principal nacionalidade a buscar
residência no país foi a venezuelana, seguida de boliviana, colombiana, argentina, cubana e
haitiana. Os dados disponibilizados mostram o aumento e a capilaridade dos imigrantes nas
diferentes regiões do país, com um número estimado de 1,5 milhão de imigrantes entre 2011 e
2022, somando os de registros migratórios para solicitantes de refúgio e refugiados. Tal situação
geopolítica têm impacto direto nos repertórios e nas práticas linguísticas locais, bem como
produzem tensões, hierarquias e desigualdades em diversos setores da sociedade, como é o caso
do atendimento à saúde. Acrescenta-se a esse cenário, a diversidade das comunidades indígenas,
das populações transfronteiriças e das comunidades surdas que vivem e se deslocam no território
nacional.
Diante do exposto, o curso visa a formação de profissionais da saúde oferecendo uma abordagem
do multilinguismo que caracteriza a sociedade brasileira, análises de contextos específicos e
discussão sobre possíveis encaminhamentos que possam viabilizar a garantia da acessibilidade
linguística no atendimento à saúde. O curso tem como objetivos: 1. abordar o multilinguismo no
Brasil; 2. identificar os direitos linguísticos no país; 3. instrumentalizar profissionais da saúde para
o atendimento de pessoas que não dominam a língua portuguesa; 4. sensibilizar os profissionais
para a situação histórica multilíngue do país; 5. elaborar ações para soluções do problema de
forma colaborativa.
Nos encontros haverá oportunidade de exposição e discussão em torno das questões a serem
trazidas pelos participantes, o que fortalecerá o caráter prático do curso. Toda teoria será
vislumbrada de forma prática, bem como todas as práticas a serem compartilhadas terão suas
bases em fundamentações teóricas.
Informações gerais:
Investimento: gratuito e 100% online
Público alvo: prioritariamente profissionais da área de saúde, como atendentes, recepcionistas,
técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, psicólogos etc. Havendo
disponibilidade de vagas, serão aceitos estudantes.
Atividades do curso: encontros on-line síncronos, nos dias 3, 10, 17, 24 e 31 de outubro de 2023.
Os encontros serão de uma hora e meia: das 14h às 15h30, no horário do Mato Grosso do Sul, e
das 15h às 16h30, no horário de Brasília. Leituras obrigatórias.
Carga horária: 72 horas
Inscrição até dia 28/09/23, às 20h de Brasília: https://forms.gle/aySxS8RnRidr97bY6
Importante: as vagas são limitadas, por isso, os inscritos passarão por um processo seletivo,
baseado em respostas das questões do formulário. Aqueles que forem selecionados receberão
mensagem para confirmação do interesse. Esperamos formar uma rede de apoio para
instrumentalizar e planejar ações conjuntamente, visando à melhora na qualidade de vida
dos profissionais e dos beneficiários!
Dourados-MS/Florianó

Festa Pomerana é reconhecida pelo Poder Executivo como Patrimônio Cultural Imaterial de Rondônia

O reconhecimento garante a preservação e valorização desta cultura na regiãoFesta Pomerana é reconhecida pelo Poder Executivo como Patrimônio Cultural Imaterial de Rondônia

Por Richard Neves
Publicada em 25/09/2023 às 09h17

A Festa Pomerana, que mantém viva a tradição destes imigrantes, foi reconhecida pelo Governo do Estado, por meio do Decreto nº 28.455, de 21 de setembro de 2023, como patrimônio cultural de natureza imaterial de Rondônia. O evento tradicional acontece em Espigão do Oeste, garantindo sua proteção sob responsabilidade do Poder Público e assim, o reconhecimento garante a preservação e valorização desta cultura na região.

O parecer foi realizado pela Secretaria da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer – Sejucel e aprovado pelo Conselho Estadual de Política Cultural. A Festa Pomerana foi registrada no Livro das Celebrações.

FESTA POMERANA

A Festa Pomerana tem o objetivo de preservar a identidade cultural do povo europeu, como os hábitos, costumes, gastronomia e religião, por exemplo. A abertura da festa, é conduzida pela presidência da Associação dos Pomeranos, e se dá na língua oficial pomerana, com tradução ao português.

A Pomerânia foi extinta no século passado e agregada à uma região da Alemanha por ocasião da 2ª Guerra Mundial, o que serviu de motivação aos pomeranos a emigraram para as Américas do Norte e Sul. No mundo, o Brasil é considerado a localidade de maior concentração de pomeranos que ainda preservam a língua e se instalaram nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo. O maior contingente migratório de descendentes que veio para Rondônia é o capixaba.

REGISTRO

O Decreto nº 27.147, de 11 de maio de 2022, instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, reconhecendo assim, as manifestações históricas e culturais que contribuíram e continuam contribuindo para a formação da identidade do povo rondoniense, promovendo sua valorização.

ONU elogia rejeição do Marco Temporal pelo Supremo Tribunal Federal

Por 

A porta-voz da ONU disse que limitar a demarcação desta forma “teria tido consequências extremamente graves”, impedindo que comunidades indígenas regressassem às terras de onde tinham sido expulsas.

Brasília (DF) Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

A porta-voz do alto comissariado da ONU para os direitos humanos divulgou uma nota onde elogiou a decisão do Supremo Tribunal Federal do Brasil que rejeitou a tese jurídica do marco temporal. Marta Hurtado se mostrou aliviada com a derrubada.

Por essa tese, os povos indígenas teriam o direito de ocupar apenas as terras que já ocupavam ou disputavam na data da promulgação da Constituição brasileira de 1988. Com a rejeição por 9 votos a 2 ocorrida na última semana, a Suprema Corte mantém o que está escrito desde a data.

“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”, diz a Constituição.

A porta-voz da ONU disse que limitar a demarcação desta forma “teria tido consequências extremamente graves”, impedindo que comunidades indígenas regressassem às terras de onde tinham sido expulsas.

Ela disse ainda que a tese do marco temporal teria perpetuado e agravado as injustiças históricas sofridas pelos povos indígenas do Brasil.

Durante todo o processo de votação a ONU se manifestava contra, a entidade chegou a emitir várias notas condenando a aprovação do Marco Temporal.

Se fosse aprovada a tese do Marco Temporal, os povos originários só poderiam reivindicar a posse de áreas que já estivessem ocupando na data de promulgação da Constituição de 1988.

https://observatorio3setor.org.br/noticias/onu-elogia-rejeicao-do-marco-temporal-pelo-supremo-tribunal-federal/

Saiba mais:

https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2023/09/26/onu-elogia-rejeicao-do-marco-temporal-pelo-stf.ghtml

Diversidade cultural e linguística indígena protege a Amazônia`

PRÊMIO CAPES DE TESE – Pesquisa de Juliano Franco-Moraes, vencedora na área de Biodiversidade, alerta para respeito e valorização dos direitos desses povos

Aspectos socioculturais dos povos indígenas e suas práticas de manejo de paisagens têm promovido a biodiversidade e protegido a Amazônia há milhares de anos. A evidência é constatada pelo pesquisador Juliano Franco-Moraes, vencedor do Prêmio CAPES de Tese de 2023 na área de Biodiversidade. Ele venceu o prêmio com o trabalho intitulado A influência de aspectos socioculturais dos Povos Indígenas na estrutura, diversidade e composição da floresta Amazônica.

“Se quisermos proteger a maior floresta tropical do mundo, temos que considerar a importância crucial da diversidade cultural e linguística ali existente, atentando para as variadas formas de conhecimento, associadas a diferentes línguas e práticas de manejo da paisagem”, adverte o pesquisador.

Segundo Franco-Moraes, o diferencial da pesquisa foi demonstrar a importância da cultura e da língua indígena, e de comunidades tradicionais, na promoção e proteção da biodiversidade de diferentes biomas em todo mundo, em especial da Amazônia. “As perdas linguísticas geram perdas de conhecimento que, por sua vez, geram perdas de biodiversidade”, reforça. O trabalho teve a colaboração do povo indígena Zo’é, do Pará, com análises de biodiversidade, arqueológicas e linguísticas.

Na visão de Juliano, a partir dos resultados da pesquisa, é preciso que os direitos territoriais, culturais, sociais e humanos dos povos indígenas e comunidades tradicionais sejam respeitados e valorizados. “Ao reivindicar os direitos desses povos, a sociedade como um todo é beneficiada, uma vez que a proteção da biodiversidade gera maior estabilidade climática e disponibilidade de recursos naturais”, conclui. Na região amazônica, de acordo com o pesquisador, há mais de 300 povos indígenas que falam cerca de 240 línguas.

Sobre o vencedor
Juliano é formado em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e doutor pela USP, na mesma área do mestrado. Ainda na graduação, interessou-se pela ecologia vegetal e a relação entre seres humanos e plantas. No mestrado, realizou projeto de pesquisa com o povo indígena Baniwa, no Amazonas, sobre manejo ancestral da vegetação florestal. Expandiu sua análise no doutorado, ao incluir questões teóricas e linguísticas no projeto. Também atuou na formação de agentes socioambientais do povo indígena Wajãpi, no Amapá. “Considero a minha trajetória acadêmica e profissional como um caminho em busca de diálogo entre Ecologia e Antropologia, duas disciplinas extremamente importantes no cenário mundial atual, porém, que pouco dialogam no mundo acadêmico e profissional”, comenta.

Atualmente, o pesquisador é analista socioambiental na empresa Tetra Mais, de São Paulo. Também realiza estudos para processos de licenciamento ambiental em áreas de povos indígenas e comunidades tradicionais. Para ele, o prêmio é um reconhecimento do seu esforço, ao longo de seis anos do doutorado. “Fico feliz em saber que a CAPES tem valorizado e reconhecido a importância de estudos como esse, que consideram perspectivas indígenas e locais, no tema Biodiversidade”. Juliano foi bolsista da CAPES durante o doutorado. “A bolsa foi importante, pois ajudou na minha permanência na cidade de São Paulo”.

Prêmio CAPES de Tese
Considerado o Oscar da ciência brasileira, o Prêmio CAPES de Tese recebeu este ano a inscrição de 1.469 trabalhos, o maior número em 19 edições já realizadas. São reconhecidos os melhores trabalhos de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros. Dentre os 49 premiados, três irão receber o Grande Prêmio CAPES de Tese, um de Humanidades, outro de Ciências da Vida e um de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. A solenidade de entrega ocorre em dezembro.

Legenda das imagens:
Banner e imagem 1: Pesquisa mostra que diversidade cultural e linguística indígena protege a Amazônia (Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2: Juliano Franco-Moraes é vencedor do Prêmio CAPES de Tese na área de Biodiversidade (Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 3:  Aspectos socioculturais dos povos indígenas e suas práticas de manejo de paisagens têm promovido a biodiversidade e protegido a Amazônia há milhares de anos (Foto: Arquivo pessoal)

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CGCOM/CAPES

fonte: https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/diversidade-cultural-e-linguistica-indigena-protege-a-amazonia

 

 

IPOL Pesquisa

Receba o Boletim

Facebook

Revista Platô

Revistas – SIPLE

Revista Njinga & Sepé

REVISTA NJINGA & SEPÉ

Visite nossos blogs

Forlibi

Forlibi - Fórum Permanente das Línguas Brasileiras de Imigração

Forlibi – Fórum Permanente das Línguas Brasileiras de Imigração

GELF

I Seminário de Gestão em Educação Linguística da Fronteira do MERCOSUL

I Seminário de Gestão em Educação Linguística da Fronteira do MERCOSUL

Clique na imagem

Arquivo

Visitantes