Lusofonias

Vocabulário Ortográfico Comum: palavras de todas as cores para usar do Minho a Timor

Vocabulário Ortográfico Comum. Palavras de todas as cores para usar do Minho a Timor.

Por Marta Cerqueira

logo-vocUm vocabulário comum aos países de língua portuguesa foi a exigência para aplicar o acordo ortográfico. Versão final é lançada a 22 de Julho.

Já todos se foram habituando às faltas dos “c” e dos “p” nas palavras portuguesas que se têm vindo a adaptar ao novo acordo. Mas como criar um vocabulário comum é mais do que impor regras, os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) lançaram uma plataforma que dá a conhecer a cultura linguística de cada país. São mais de 300 mil palavras, desde as que são comuns aos oito países até àquelas específicas de Portugal, Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Timor-Leste, Guiné e Angola.

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Comunicação global sem barreiras linguísticas

Portugal lidera um projecto europeu
de comunicação global sem barreiras linguísticas

António Branco, da FCUL, é o coordenador
2014-04-29
A brancoA tradução automática é um procedimento computacional que procura fornecer a tradução de enunciados de uma língua para outra. Os resultados da investigação científica em torno deste grande desafio já permitem soluções práticas de grande utilidade. Permitem obter pelo menos um esboço do conteúdo daquilo que está a ser traduzido, ou até mesmo resultados bastante bons para alguns pares de línguas e domínios de discursos mais favorecidos, desta forma ajudando a reduzir custos e a melhorar a produtividade em negócios de âmbito internacional.

É neste enquadramento que foi concebido e se encontra em execução o QTleap, “um dos projectos de investigação científica mais ambiciosos dos últimos anos na área da tradução automática e da tecnologia da linguagem”, nas palavras do seu coordenador científico, António Branco, professor do Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Na era digital e num mundo globalizado, a linguagem humana é uma das maiores barreiras comunicacionais. O projecto europeu de investigação científica “QTLeap–Quality Translation by Deep Language Engineering Approaches” procura soluções tecnológicas para se ultrapassar esta barreira sem se diminuir ou destruir a diversidade linguística.

equipe

Tem como objectivo investigar e desenvolver uma metodologia inovadora para a tradução automática que tire partido de abordagens baseadas no processamento linguístico profundo das línguas. Segundo António Branco, “este projecto explora formas inovadoras de se alcançar traduções de maior qualidade, tornadas possíveis por uma nova geração de bases de dados semânticos cada vez mais sofisticadas e por avanços recentes na área do processamento semântico da linguagem natural”.

Com uma dotação de três milhões de euros, o QTLeap vem juntar-se à lista crescente dos projectos de investigação realizados por consórcios europeus com liderança portuguesa. É coordenado pelo Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que lidera um grupo de oito parceiros, da Alemanha, Bulgária, Espanha, Holanda e República Checa.

Helder Macedo: Português tem de ser “língua da diferença”

O escritor Helder Macedo defendeu hoje que o Português “tem de se assumir como língua da diferença” e “explodir em todas as direções” até porque depende “muitíssimo mais dos que o adotaram” como sua língua.
Português tem de ser língua da diferença O português “tem de se assumir como a língua da diferença porque se nós, em português, não formos capazes de entender a diferença entre o português e o angolano ou entre o brasileiro e o moçambicano, aí torna-se numa língua impositiva, culturalmente colonialista, quando tem de ser o oposto: Tem de explodir em todas as direções e ser uma língua da diferença”, disse Helder Macedo, à agência Lusa.
Como assinalou o poeta, romancista e ensaísta – que proferiu, ao final da tarde, uma palestra subordinada ao tema “O Português e a Cultura Lusófona no Mundo de Hoje” no Instituto Politécnico de Macau – “é isso que, de certa maneira, acontece um bocado com a língua inglesa”, idioma literário de paquistaneses, nigerianos, indianos ou de norte-americanos. “Nós ainda temos o sentido um bocado imperialista da língua portuguesa”, criticou Helder Macedo, para quem “é muito importante que os praticantes culturais de língua portuguesa percebam que se podem entender uns aos outros sem nenhum dominar”.

Para o escritor, “se as várias culturas de língua portuguesa se levarem culturalmente a sério deixam de ser periféricas em relação à cultura inglesa e às outras culturas e passam a assumir a sua própria identidade”. “A sobrevivência da língua portuguesa vai ser muito menos dependente de Portugal europeu do que do Brasil, Angola, Moçambique. Esses é que são os países que vão manter a [sua] importância internacional e o desenvolvimento da língua portuguesa, com todas as variantes que vai ter”, argumentou.

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Embaixador reitera posição do Brasil de cumprimento do acordo ortográfico

O embaixador brasileiro Mario Vilalva enviou, no último dia 20, uma carta  aos deputados portugueses onde aponta a posição do Brasil sobre o AOLP (acordo ortográfico da língua portuguesa). O parlamento de Portugal debate e vota, na próxima sexta-feira (28), três projetos de resolução sobre o Acordo Ortográfico

O deputado Acácio Pinto, Deputado do PS, do Distrito de Viseu,  publicou em seu blog e transcreveu parte do documento: “Começo por reiterar o compromisso do Governo brasileiro com o cumprimento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Como se recorda, depois de assinado em 16 de dezembro de 2007, o Acordo foi ratificado pelo Congresso Nacional (Câmara e Senado) e sua implementação passou a ser obrigatória em todo o país por força do Decreto nº 6.583/08, publicado no Diário Oficial da União, em 30 de setembro de 2008, ressalvado o período de transição, ampliado recentemente por decreto legislativo até final de 2015, a fim de assegurar a assimilação das novas regres entre os quase 200 milhões de habitantes, em um território de 8,5 milhões de km2.” Leia Mais

Cabo Verde assinalou Dia da Língua Materna com aulas ministradas em crioulo

Na sexta-feira, 21 de fevereiro, foi comemorado o Dia Internacional da Língua Materna. Cabo Verde está a tentar reforçar e oficializar o ensino do crioulo nas escolas do país.

 O Dia Internacional da Língua Materna, 21 de fevereiro, foi assinalado este ano, em Cabo Verde, com aulas ministradas nos estabelecimentos do ensino básico e secundário em crioulo, a língua materna do país, embora ainda não seja oficializada, segundo a agência Panapress.

O pontapé de saída para tornar o crioulo oficial foi dado a nível político quando a Constituição da República, no nº 2 do seu artigo 9º, atribui ao Estado competência para promover as condições para a oficialização da língua materna cabo-verdiana em paridade com a língua portuguesa. Daí que a promoção da aprendizagem das línguas estrangeiras no ensino e a valorização da língua nacional (crioulo) sejam um dos objetivos preconizados no programa do Governo na VIII Legislatura (2011-2016).

Em concomitância, estão sendo tomadas medidas no sentido de fazer com que o país caminhe, progressivamente, para um bilinguismo assumido, com a introdução progressiva da língua materna cabo-verdiana no sistema do ensino, paralelamente ao português. Neste sentido, a implementação de um projeto bilíngue de aprendizagem em língua portuguesa e em crioulo cabo-verdiano constitui uma das novidades do ano letivo 2013-2014. De acordo com o Ministério da Educação e Desporto (MED), trata-se de um projeto inovador que pretende introduzir a língua materna cabo-verdiana no sistema educativo e melhorar também a aprendizagem da língua portuguesa.

O programa começou a ser implementado em duas escolas básicas do país, sendo uma na Praia, no polo número três de Ponta de Água, e a outra no município de São Miguel, no interior da ilha de Santiago, no polo três de Flamengos. Para arrancar com esta experiência, o MED está a formar professores de modo a contribuir para a promoção e valorização de um corpo docente e agentes educativos com capacidade para materializar o ensino bilíngue em todas as escolas do país ao longo dos próximos seis anos.

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Pela promoção das diversas línguas no espaço da CPLP

“A língua portuguesa deve ser capaz de preservar as línguas nacionais e maternas”  da CPLP, diz  o ministro Antônio Correia e Silva, durante a II Conferência em Lisboa. Esta convocação reforça as recomendações da Carta de Maputo (cf. www.iilp.org.cv)

O ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo -Verde,  António Correia e Silva destacou em sua apresentação realizada na II Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que a língua portuguesa “deve ser capaz de preservar as línguas nacionais” e é preciso, “antes de mais, globalizar o espaço lusófono”.

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Na sua intervenção, Correia e Silva defendeu  que o novo ensino da língua portuguesa exige a aceitação da presença de outras línguas maternas no espaço lusófono, necessitando de uma nova metodologia para formar um novo perfil de cidadão, fomentando a inclusão social.

Disse ainda, que “a pretensão de ter uma língua mundial de influência precisa saber contornar obstáculos. Tal objectivo exige novos falantes e matizes de língua portuguesa, em estados díspares de desenvolvimento, comunidades diasporizadas e articulação da diversidade de actores”.

Contudo, advertiu que “o peso da língua no sistema mundial depende da intensidade cooperativa no interior do próprio espaço lusófono. É incontornável e não há fuga em frente”, referiu Correia e Silva, lembrando que “a comunidade é resultante da cooperação dos povos”.

O governante cabo-verdiano recordou que a língua portuguesa, em muitas sociedades, lembra o colonialisno, a escravatura, os professores da escola que inferiorizavam os alunos. Mas, refere, “os povos apropriaram-se dessa língua, que foi também o processo da antecâmara para a autonomia e independências”. E “ela [a língua portuguesa] serviu também para criticar e conspirar contra o império”.

Lembrou Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade, Marcelino dos Santos e Agostinho Neto, que o fizeram a partir de dentro da Casa do Império e também escritores como Eugénio Tavares, Jorge Barbosa ou outros que usaram a língua portuguesa para denunciar o poder colonial. Por isso, Amílcar Cabral disse que “a língua não é a prova de mais nada senão a prova dos homens se relacionarem”, acrescentou que “a língua portuguesa é a melhor herança do colonialismo”.

Correia e Silva apelou ainda à intervenção das universidades para a mudança porque os Governos, por si só, são insuficientes para este processo. Ao mesmo tempo, sugere a criação de uma universidade aberta, federada, de língua portuguesa, entidade com vocação para criar cursos à distância. “Urge que as universidades dos nossos países concebam materiais didácticos, sendo necessário criar o conceito de recursos educativos abertos com online. Isso é que dá corpo a um espaço lusófono plano”, referiu.

Fonte: Jornal A Semana/OL
Posted on Outubro 31, 2013por 

 

 

 

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