Línguas de imigração

Moradores tentam resgatar dialetos ‘esquecidos’ no sul do país

Moradores tentam resgatar dialetos ‘esquecidos’ no sul do país

Felipe Bächtold

Aula em escola municipal em Serafina Corrêa (RS), onde o talian passará a ser ensinado nos colégios - Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress.

Aula em escola municipal em Serafina Corrêa (RS), onde o talian passará a ser ensinado nos colégios – Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress.

Em uma pequena cidade do Rio Grande do Sul, funcionários da prefeitura são orientados a falar “sorasco” em vez de “churrasco” e “sinele” no lugar de “chinelo”.

Por enquanto, isso ocorre uma vez ao ano: na semana em que se comemora a emancipação da cidade de 16 mil habitantes. Por enquanto.

Ameaçado de extinção, o talian, uma espécie de variação do italiano, só agora começa a ter gramática, dicionário e aulas. E a cidade de Serafina Corrêa, na serra gaúcha, virou um bastião na luta para preservar esse idioma.

Mas não é a única. Outras comunidades pelo Sul do país também se mobilizam para manter vivos dialetos europeus hoje quase restritos a regiões rurais e a idosos.

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Patrimônio, língua talian luta para sobreviver no Brasil

Patrimônio, dialeto talian luta para sobreviver no Brasil

Língua falada por descendentes de italianos é forte no sul do país

Por Tatiana Girardi

Os descendentes dos imigrantes italianos tentam manter o dialeto talian vivo.

Os descendentes dos imigrantes italianos tentam manter o dialeto talian vivo.

Os descendentes dos imigrantes italianos que chegaram ao Brasil nos séculos passados conseguiram um reconhecimento inédito: ver o dialeto talian ser considerado uma “Referência Cultural Brasileira” pelo Ministério da Cultura.

Com origens no norte da Itália, de onde a maioria dos italianos veio para povoar a região sul e sudeste do Brasil, o dialeto também é conhecido como o “vêneto brasileiro”. Porém, o que é falado atualmente no país é uma verdadeira mistura de diversos dialetos italianos das regiões da Lombardia, Trentino Alto-Ádige, Piemonte, Toscana e, claro, do Vêneto.

Apesar do reconhecimento, o medo de perder a tradição é grande. Isso porque muitos jovens, por vergonha ou por receio, não aprendem a língua. Para Aliduino Zanella, presidente da Federação de Entidades Ítalo-Brasileiras do Meio-Oeste e Planalto Catarinense (Feibemo) e mestre e pesquisador de talian, esse receio foi causado pelo governo de Getúlio Vargas.

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Rosângela Morello em entrevista ao programa Páginas de Português da RTP: seminário em Foz e políticas linguísticas no Brasil

Rosângela Morello em entrevista ao programa Páginas de Português da RTP: seminário em Foz e políticas linguísticas no Brasil

Fala de Rosâgela Morello na entrega do diploma de reconhecimento da língua indígena Guarani Mbya (Fonte: Facebook de Maria Ceres Pereira)

Fala de Rosângela Morello na entrega do diploma de reconhecimento da língua indígena Guarani Mbya no Seminário de Foz do Iguaçu (Fonte: Facebook de Maria Ceres Pereira)

A coordenadora-geral do IPOL, Rosângela Morello, concedeu uma entrevista ao programa Páginas de Português, transmitido no último dia 07 pela Rádio Antena 2, afiliada da Rádio e Televisão de Portugal (RTP).

Os temas centrais da entrevista são o Seminário Ibero-Americano de Diversidade Linguística, realizado em Foz do Iguaçu-PR mês passado, e as políticas linguísticas no Brasil. Na entrevista, Morello destaca a importância do evento em Foz do Iguaçu tanto como uma política de reconhecimento e conhecimento das línguas brasileiras por parte do governo brasileiro, quanto uma oportunidade privilegiada de diálogo com outros países e suas respectivas iniciativas políticas concernentes à gestão da diversidade de suas línguas. A entrevistada discorre também sobre questões como o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) e a cooficialização de línguas indígenas e de imigração nos municípios brasileiros, a importância do espanhol nas regiões de fronteira entre o Brasil e países vizinhos, além da difusão e do futuro da língua portuguesa no mundo.

Ouça abaixo a íntegra da entrevista.

Projeto de Valorização da Produção Tradicional da Rota do Enxaimel em Pomerode

Projeto de Valorização da Produção Tradicional da Rota do Enxaimel em Pomerode

produtosO pão de cará, a torta de aipim, o café local do tipo arábica, o Kochkäse (queijo cozido), a gengibirra ou cerveja de gengibre (Ingwerbier ou Spritzbier) e o melado de cana, foram os produtos escolhidos pelos produtores rurais de Testo Alto e demais localidades do município de Pomerode para o desenvolvimento do projeto de valorização da produção tradicional relacionada com a paisagem cultural da Imigração em Santa Catarina.

O lançamento oficial da marca e embalagens aconteceu no dia 4 de dezembro, no Salão Belz, que é um dos bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, inserido no Conjunto Rural de Testo Alto. A ação faz parte do projeto Roteiros Nacionais de Imigração e foi desenvolvida com recursos do IPHAN através de convênio com a Fundação Cultural de Pomerode, que buscou o conhecimento e a experiência do Eng. Agrônomo Otto Walter Schmiedt, da empresa KAS Assessoria e Consultoria Ltda, para sua realização. O projeto conta ainda com a parceria da Associação Rota do Enxaimel e também com a participação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri.

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Políticas públicas podem preservar 230 idiomas no Brasil

Políticas públicas podem preservar 230 idiomas no Brasil

Aline de Melo Pires

Foto: Marcello Casal Jr. - Agência Brasil

Foto: Marcello Casal Jr. – Agência Brasil

A herança cultural de um povo é preservada por sua língua. No Brasil, o idioma oficial é a Língua Portuguesa, mas existem, além dela, mais 230 línguas faladas no País. Desse total, 200 são de tribos indígenas e 30 de descendentes de imigrantes. Parece muito? Estima-se que, quando os portugueses atracaram por aqui, esse número chegava perto de 1 mil.

A falta de políticas públicas para preservar os idiomas e a característica cultural das suas comunidades está entre os principais motivos que levam à extinção de uma língua. A afirmação é da professora Ana Elvira Gebara, do curso de Mestrado em Linguística da Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo (SP). “As línguas estão muito ligadas à situação social e histórica em que as comunidades vivem. O que acontece com as línguas indígenas, por exemplo, é que, se você não tem uma política para essas comunidades, a língua morrer é um reflexo de como elas estão sendo tratadas dentro do País”, afirma.

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Comunidade Hunsriqueana comemora a aprovação do Projeto para Inventário de sua Língua

Comunidade Hunsriqueana comemora a aprovação do Projeto para Inventário de sua Língua

Cleo Vilson Altenhofen

Cleo Vilson Altenhofen

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) divulgou no mês passado (ver notícia aqui) o resultado da habilitação e avaliação das propostas do Edital de Chamamento Público 004/2014 – Identificação, Apoio e Fomento à diversidade linguística no Brasil – Línguas de Sinais, Línguas de Imigração e Línguas Indígenas. Dentre as propostas aprovadas estão duas parcerias com o IPOL: o Inventário da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e o Inventário do Hunsrückisch (hunsriqueano) como língua brasileira de imigração. Este último será desenvolvido pelo IPOL e pela UFRGS, e tem por base o Projeto ALMA, coordenado pelo prof. Cleo Vilson Altenhofen, o qual será ampliado desde a perspectiva do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), abrangendo novas comunidades linguísticas, especialmente no Espírito Santo.

A notícia da aprovação do Projeto do Inventário do Hunsrückisch foi comemorada euforicamente pela comunidade Hünsriqueana. Como exemplo dessa celebração apresentamos a seguir a correspondência do prof. Cleo Vilson Altenhofen destinada àquela comunidade e demais parceiros envolvidos no Projeto.

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