Línguas Nacionais Logo Estarão no 1º Ano das Escolas de Angola
Línguas Nacionais Logo na 1ª Classe
Por Onélio Santiago

Para já, projecto abrange nove províncias e chega a 100 mil alunos – Foto: Manuel Tomás e Mário Mujetes.
Mais de 100 mil alunos, de nove províncias, já aprendem línguas nacionais na escola. A iniciativa, que só abrangeu ainda a 1.ª classe, é do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), que pretende implementar o bilinguismo. Entre os académicos, há quem fale de “cobardia” e “falta de vontade”, enquanto outros apelam à uniformização da escrita.
As línguas nacionais já são leccionadas como disciplinas na 1.ª classe em 681 escolas do ensino primário, num processo que envolve 2.458 professores e 113.227 alunos. Kwanza-Norte, com 43.025, é que tem mais alunos, enquanto a Huíla, com 134, é a província com mais escolas. Os dados são da secção de línguas nacionais do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), coordenada por António Chamuhongo. No entanto, esta estatística é “provisória”, porque inclui apenas os dados de nove províncias, das quais Luanda não faz parte. O objectivo, segundo António Chamuhongo, é “reaver” o ensino da cultura nacional, através das línguas nacionais e implementar o bilinguismo, permitindo que se comunique em português e numa das línguas nacionais. “Todo o angolano deverá ser bilingue, com capacidade de usar correctamente uma língua nacional e a oficial, que é o português”, explica.
Lançado o livro “Fá d’ambô: herança da Língua Portuguesa na Guiné Equatorial”
Lançado o livro “Fá d’ambô: herança da Língua Portuguesa na Guiné Equatorial”
Em 15 de outubro de 2014, durante o Colóquio A Língua Portuguesa, o multilinguismo e as novas tecnologias das línguas no século XXI, realizado em Belo Horizonte no Campus II do CEFET de Minas Gerais, foi lançado o livro Fá d’ambô: herança da Língua Portuguesa na Guiné Equatorial.
O livro assinado por Armando Zamora Segorbe (Linguista e professor da Universidade Nacional da Guiné Equatorial), Gilvan Müller de Oliveira (Linguista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina) e Rosângela Morello (Linguista e Coordenadora Geral do Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística) é resultado de pesquisas realizadas em campo, em 2012, como parte de um protocolo de cooperação entre o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) e o Governo da Guiné Equatorial. As temáticas abordadas pelos autores promovem uma visibilização das relações histórico-culturais do fá d’ambô com a língua portuguesa na Guiné Equatorial e situam questões para a gestão dessas e outras línguas no país. A publicação do livro dialoga, ainda, com as ações em torno da promoção da língua portuguesa no país decorrente de sua oficialização ocorrida no final de 2011. Conforme Oliveira, a Guiné Equatorial é hoje o único país do mundo cujos idiomas oficiais são as três grandes línguas românicas (o espanhol, o francês e o português).
A República da Guiné Equatorial, que desde julho de 2014 faz parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), situa-se no oeste da África Central e seu território é constituído por províncias continentais e insulares. Dentre as províncias insulares da Guine Equatorial encontra-se a ilha de Ano Bom, onde atracaram os portugueses em 1471, período das grandes navegações, deixando nesse lugar sua herança linguística hoje verificada no fá d’ambô, crioulo de base lexical portuguesa.
O livro expõe um breve panorama histórico da ilha de Ano Bom em sua relação com a língua portuguesa, situa a história do fá d’ambô, descreve diversos aspectos linguísticos da ‘língua annobonesa’, nas palavras de Segorbe, bem como analisa o fá d’ambô no contexto plurilíngue da Guiné Equatorial a partir de dados coletados por meio de um intenso trabalho em campo realizado segundo a metodologia de diagnósticos linguísticos e sociolinguísticos. As pesquisas de campo foram desenvolvidas em março de 2012 em Malabo (capital do país) e entorno entre comunidades annobonesas e na pequena ilha de Ano Bom, sob a coordenação da Profa. Dra. Rosângela Morello.
Conforme as palavras de Oliveira, então Diretor Executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, o livro contribui para “a compreensão das regiões onde o português é usado, ou onde fenômenos linguísticos que tiveram sua origem no português ocorrem”.
Em entrevista realizada com Morello por ocasião do lançamento do livro, a autora relaciona o crescimento de interesse pela língua portuguesa com a renovação de pesquisas sobre os crioulos de base lexical portuguesa: “Esperamos que esse livro possa continuar dando abertura para a reflexão sobre o que é a Língua Portuguesa no mundo. Compreendemos que tem havido um crescimento no interesse do Brasil pelos demais países africanos, onde a língua portuguesa também é falada. Espero que esse livro possa subsidiar novas pesquisas e esse trabalho possa gerar novos interesses”.
O livro foi publicado pelo IILP com aporte do Programa de Apoio às Iniciativas Culturais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PAIC-PALOP) dos Fundos ACP (África-Caraíba-Pacífico) e, principalmente, com a contribuição do Governo da Guiné Equatorial.
Bengo, Angola: Defendida valorização e disseminação das línguas nacionais nas famílias
Bengo, Angola: Defendida valorização e disseminação das línguas nacionais nas famílias
Caxito, Bengo, Angola – A secretária do Conselho das Igrejas Cristãs em Angola (Cica), Deolinda Teca, defendeu hoje, sexta-feira, em Caxito, província do Bengo, a valorização e disseminação das línguas nacionais nas famílias a partir das comunidades, para que desde cedo se preserve a sua identidade e originalidade.
A responsável teceu tais declarações numa mesa redonda sobre “Importância da religião e línguas nacionais”, tendo ressaltado a sua valor para o fortalecimento da identidade cultural etnolinguística de cada povo ou tribo no país.
Explicou ser urgente que cada encarregado de educação, em casa, ensine a falar e quiçá a ler e escrever em línguas nacionais os seus filhos, dada a sua relevância na preservação e elevação da língua materna no interior e exterior.
Lembrou que boa parte da sociedade angolana tem tido complexo de pronunciar-se na língua materna, optando por buscar e plagiar outras influências culturais estrangeiras, que nada abona a cultura nacional e concorre para a perda da identidade cultural.
Por seu turno, o chefe do departamento nacional dos assuntos religiosos da Direcção Nacional da Cultura, Artur Dombaxi, disse que a religião contribuiu muito para a elevação das línguas nacionais depois da proclamação da Independência Nacional a 11 de Novembro de 1975, constituindo um dos ganhos para os angolanos.
A mesa redonda contou com a participação de membros do governo do Bengo, autoridades tradicionais, activistas culturais e artistas.
Fonte: ANGOP Agência Angola Press
Cuando Cubango, Angola: Menongue acolhe V Encontro de Línguas Nacionais em Setembro
Cuando Cubango: Menongue acolhe V Encontro de Línguas Nacionais em Setembro
Menongue – A cidade de Menongue, capital do Cuando Cubango, acolhe de 8 a 10 de Setembro do ano em curso o V Encontro de Línguas Nacionais, com a participação de representantes de 18 províncias do país, anunciou quarta-feira, em Menongue, o director geral do Instituto de Línguas Nacionais do Ministério da Cultura, José Pedro.
Segundo o director, a sua deslocação a Menongue visa essencialmente preparar as condições para a realização do referido encontro enquadrado nas actividades da II Edição do Festival da Nacional de Cultural (Fenacult2014), a decorrer a nível do país de 30 de Agosto a 20 de Setembro.
José Pedro precisou que durante o Fenacult2014 estão programadas actividades de âmbito nacional e outras de caris provincial, tendo explicado que as de nível nacional se destaca “O palco das vozes Femininas”, a acontecer em Cabinda, “Música e dança tradicional Angolana”, no Huambo, “Palco de Teatro”, em Benguela, e o “V encontro de Línguas Nacionais” no Cuando Cubango.
África: Documentário aborda experiências de estudantes dos Palop no Brasil
África: Documentário aborda experiências de estudantes dos Palop no Brasil
O documentário ‘O Outro Lado do Atlântico’ enfoca cotidiano de jovens graduados e universitários dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) no Brasil e finaliza gravações neste mês de agosto. As filmagens do documentário foram feitas nas cidades de Rio de Janeiro, Fortaleza e Redenção, no Brasil, e nas ilhas de Santiago, São Vicente e Santo Antão, em Cabo Verde. O longa-metragem teve suporte financeiro de leis de incentivo à cultura no Brasil e é um projeto dos diretores Daniele Ellery e Márcio Câmara, com produção de Allan Deberton.
Marechal Cândido Rondon (PR) promove palestra sobre a África
Marechal promove palestra sobre a África
No dia 25 de agosto foi realizada palestra sobre “A colonização europeia em África e o seu impacto na hibridação de línguas e culturas: O caso da língua portuguesa em Moçambique”, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) no campus de Marechal Candido Rondon.
A palestra foi ministrada pelo professor Ilídio Enoque Alfredo Macaringue da Universidade Pedagógica Sagrada Familiar (Unisaf), sendo voltada para alunos dos cursos de História, Geografia, Letras, professores da rede municipal e do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) e envolvidos em movimentos sociais.
O evento teve como objetivo discutir aspectos históricos e culturais da África, enfocando visões simplificadoras de uma realidade complexa. Também abordou o papel da língua gramatical portuguesa, enquanto língua oficial de Moçambique, para construção da nacionalidade do País.
A palestra foi organizada pelo Colegiado de História, Núcleo de Pesquisa e Documentação Sobre o Oeste do Paraná (Cepedal) e o Movimento Negro Organização Étnico-racial Nagô de Marechal Cândido Rondon (Oeran).
Durante o evento, Ilídio também lançou seu livro sobre o tema da palestra.