Angola: tradições e continuidades no Brasil – conversas sobre línguas e estudos linguísticos
Angola: tradições e continuidades no Brasil – conversas sobre línguas e estudos linguísticos
O Núcleo de Estudos de Identidades e Relações Interétnicas (NUER/UFSC) e o Programa Pró-Mobilidade Internacional (CAPES/AULP) convidam para o evento “Angola: tradições e continuidades no Brasil – conversas sobre línguas e estudos linguísticos” com a Drª Amélia Mingas (UAN/Angola) e a Drª Sônia Queiroz (UFMG). O encontro será nesta quarta, 18 de março, às 18:30h, na sala 246 do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) – Bloco A da UFSC, em Florianópolis-SC.
Lunda Sul: Enaltecida inclusão da língua nacional Cokwe no sistema de ensino
Lunda Sul: Enaltecida inclusão da língua nacional Cokwe no sistema de ensino
Saurimo – A governadora da província da Lunda Sul, Cândida Narciso, enalteceu nesta quarta-feira, 04/03, a iniciativa da Direcção Educação em incluir a língua nacional Cokwe no sistema normal de ensino, pois contribuirá na salvaguarda dos valores culturais da região.
Falando à imprensa no final da sua visita de constatação em algumas instituições escolares do município de Saurimo, Cândida Narciso disse que a implementação das línguas nacionais deve ser abrangente em todos os sistemas de ensino (desde o ensino primário ao secundo ciclo do ensino secundário), por formas a permitir que o aluno cresça dominando a sua língua local.
Associação quer inclusão da língua Songo na grade de programação da Televisão Pública de Angola
Associação quer inclusão da língua Songo na grelha da TPA
Luanda – A inclusão da língua Songo na grelha da Televisão Pública de Angola (TPA) afigura-se de capital importância para a sua valorização, auto-estima e expansão de conhecimentos sobre a cultura da região Bassongo, disse hoje, terça-feira, em Luanda, o presidente da Associação dos Amigos e Descendentes da Região Songo (Anarsongo), Alcino Cabeto Ciabela.
De acordo com o responsável, que falava à Angop à margem de uma palestra sobre a importância das línguas maternas, o povo da região Bassongo (Malanje, Bié e Lunda Norte) espera que a sua língua seja incluída na grelha da TPA, tendo em conta o seu impacto no seio dessa comunidade.
Com a língua Songo na televisão, disse, poderão ser transmitidos os seus hábitos, costumes e à sua cultura à semelhança do Kimbundu, Kicongo ou Fiote.
Por este facto, a agremiação solicitou apoio institucional ao Ministério da Cultural, no sentido de tornar o desejo numa realidade.
A associação não governamental filantrópica existe desde 2001 e congrega povos de Malanje, Bié e Lunda-Norte e tem como objecto social a preservação da identidade cultural dessa região.
Fonte: ANGOP Agência Angola Press
UniCV realiza debate “O crioulo cabo-verdiano: percurso e desafios”
UniCV realiza debate “O crioulo cabo-verdiano: percurso e desafios”
No âmbito do Dia Internacional da Língua Materna (21 de fevereiro), a coordenação do curso de Estudos Cabo-verdianos e Portugueses realizará um Debate à volta do tema “O crioulo cabo-verdiano: percurso e desafios”, tendo como participantes os Prof. Doutores: Amália Lopes, Elvira Reis e Manuel Veiga, a ter lugar no Auditório da Universidade de Cabo Verde (UniCV) no dia 23 de fevereiro, segunda-feira às 9:00h.
Línguas Nacionais Logo Estarão no 1º Ano das Escolas de Angola
Línguas Nacionais Logo na 1ª Classe
Por Onélio Santiago
Mais de 100 mil alunos, de nove províncias, já aprendem línguas nacionais na escola. A iniciativa, que só abrangeu ainda a 1.ª classe, é do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), que pretende implementar o bilinguismo. Entre os académicos, há quem fale de “cobardia” e “falta de vontade”, enquanto outros apelam à uniformização da escrita.
As línguas nacionais já são leccionadas como disciplinas na 1.ª classe em 681 escolas do ensino primário, num processo que envolve 2.458 professores e 113.227 alunos. Kwanza-Norte, com 43.025, é que tem mais alunos, enquanto a Huíla, com 134, é a província com mais escolas. Os dados são da secção de línguas nacionais do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), coordenada por António Chamuhongo. No entanto, esta estatística é “provisória”, porque inclui apenas os dados de nove províncias, das quais Luanda não faz parte. O objectivo, segundo António Chamuhongo, é “reaver” o ensino da cultura nacional, através das línguas nacionais e implementar o bilinguismo, permitindo que se comunique em português e numa das línguas nacionais. “Todo o angolano deverá ser bilingue, com capacidade de usar correctamente uma língua nacional e a oficial, que é o português”, explica.
Lançado o livro “Fá d’ambô: herança da Língua Portuguesa na Guiné Equatorial”
Lançado o livro “Fá d’ambô: herança da Língua Portuguesa na Guiné Equatorial”
Em 15 de outubro de 2014, durante o Colóquio A Língua Portuguesa, o multilinguismo e as novas tecnologias das línguas no século XXI, realizado em Belo Horizonte no Campus II do CEFET de Minas Gerais, foi lançado o livro Fá d’ambô: herança da Língua Portuguesa na Guiné Equatorial.
O livro assinado por Armando Zamora Segorbe (Linguista e professor da Universidade Nacional da Guiné Equatorial), Gilvan Müller de Oliveira (Linguista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina) e Rosângela Morello (Linguista e Coordenadora Geral do Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística) é resultado de pesquisas realizadas em campo, em 2012, como parte de um protocolo de cooperação entre o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) e o Governo da Guiné Equatorial. As temáticas abordadas pelos autores promovem uma visibilização das relações histórico-culturais do fá d’ambô com a língua portuguesa na Guiné Equatorial e situam questões para a gestão dessas e outras línguas no país. A publicação do livro dialoga, ainda, com as ações em torno da promoção da língua portuguesa no país decorrente de sua oficialização ocorrida no final de 2011. Conforme Oliveira, a Guiné Equatorial é hoje o único país do mundo cujos idiomas oficiais são as três grandes línguas românicas (o espanhol, o francês e o português).
A República da Guiné Equatorial, que desde julho de 2014 faz parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), situa-se no oeste da África Central e seu território é constituído por províncias continentais e insulares. Dentre as províncias insulares da Guine Equatorial encontra-se a ilha de Ano Bom, onde atracaram os portugueses em 1471, período das grandes navegações, deixando nesse lugar sua herança linguística hoje verificada no fá d’ambô, crioulo de base lexical portuguesa.
O livro expõe um breve panorama histórico da ilha de Ano Bom em sua relação com a língua portuguesa, situa a história do fá d’ambô, descreve diversos aspectos linguísticos da ‘língua annobonesa’, nas palavras de Segorbe, bem como analisa o fá d’ambô no contexto plurilíngue da Guiné Equatorial a partir de dados coletados por meio de um intenso trabalho em campo realizado segundo a metodologia de diagnósticos linguísticos e sociolinguísticos. As pesquisas de campo foram desenvolvidas em março de 2012 em Malabo (capital do país) e entorno entre comunidades annobonesas e na pequena ilha de Ano Bom, sob a coordenação da Profa. Dra. Rosângela Morello.
Conforme as palavras de Oliveira, então Diretor Executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, o livro contribui para “a compreensão das regiões onde o português é usado, ou onde fenômenos linguísticos que tiveram sua origem no português ocorrem”.
Em entrevista realizada com Morello por ocasião do lançamento do livro, a autora relaciona o crescimento de interesse pela língua portuguesa com a renovação de pesquisas sobre os crioulos de base lexical portuguesa: “Esperamos que esse livro possa continuar dando abertura para a reflexão sobre o que é a Língua Portuguesa no mundo. Compreendemos que tem havido um crescimento no interesse do Brasil pelos demais países africanos, onde a língua portuguesa também é falada. Espero que esse livro possa subsidiar novas pesquisas e esse trabalho possa gerar novos interesses”.
O livro foi publicado pelo IILP com aporte do Programa de Apoio às Iniciativas Culturais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PAIC-PALOP) dos Fundos ACP (África-Caraíba-Pacífico) e, principalmente, com a contribuição do Governo da Guiné Equatorial.