Línguas africanas e afro-brasileiras

Lei sobre a violência doméstica traduzida em línguas nacionais na Angola

A lei sobre a violência doméstica está a ser traduzida em diferentes línguas nacionais, apurou a RNA.

A Secretária de Estado da Família e Promoção da Mulher, Ana Paula Sacramento Neto revelou a informação, garantiu também que, a lei sobre a violência doméstica já está traduzida em inglês e francês.

“Tão logo foi aprovado, foi traduzido em francês e inglês, depois foi traduzido para a língua kimbundo, agora estamos a trabalhar na língua nganguela, fiote, umbundo e kwanhama”, revelou.

Fonte: Radio nacional da Angola.

Cabo Verde assinalou Dia da Língua Materna com aulas ministradas em crioulo

Na sexta-feira, 21 de fevereiro, foi comemorado o Dia Internacional da Língua Materna. Cabo Verde está a tentar reforçar e oficializar o ensino do crioulo nas escolas do país.

 O Dia Internacional da Língua Materna, 21 de fevereiro, foi assinalado este ano, em Cabo Verde, com aulas ministradas nos estabelecimentos do ensino básico e secundário em crioulo, a língua materna do país, embora ainda não seja oficializada, segundo a agência Panapress.

O pontapé de saída para tornar o crioulo oficial foi dado a nível político quando a Constituição da República, no nº 2 do seu artigo 9º, atribui ao Estado competência para promover as condições para a oficialização da língua materna cabo-verdiana em paridade com a língua portuguesa. Daí que a promoção da aprendizagem das línguas estrangeiras no ensino e a valorização da língua nacional (crioulo) sejam um dos objetivos preconizados no programa do Governo na VIII Legislatura (2011-2016).

Em concomitância, estão sendo tomadas medidas no sentido de fazer com que o país caminhe, progressivamente, para um bilinguismo assumido, com a introdução progressiva da língua materna cabo-verdiana no sistema do ensino, paralelamente ao português. Neste sentido, a implementação de um projeto bilíngue de aprendizagem em língua portuguesa e em crioulo cabo-verdiano constitui uma das novidades do ano letivo 2013-2014. De acordo com o Ministério da Educação e Desporto (MED), trata-se de um projeto inovador que pretende introduzir a língua materna cabo-verdiana no sistema educativo e melhorar também a aprendizagem da língua portuguesa.

O programa começou a ser implementado em duas escolas básicas do país, sendo uma na Praia, no polo número três de Ponta de Água, e a outra no município de São Miguel, no interior da ilha de Santiago, no polo três de Flamengos. Para arrancar com esta experiência, o MED está a formar professores de modo a contribuir para a promoção e valorização de um corpo docente e agentes educativos com capacidade para materializar o ensino bilíngue em todas as escolas do país ao longo dos próximos seis anos.

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Línguas africanas em destaque

Depois da publicação da obra “Falamos Kimbundu”, o investigador da República do Congo, Jean de Dieu Nsonde, acaba de publicar, sob a égide das Edições L’Harmattan, em Paris, um livro sobre a língua de Nimi a Lukeni, o (Kikongo).

Prenhe em 185 páginas, o ensaio é constituído por sete capítulos, nos quais o autor aborda o agrupado de vintena de variantes do kikongo, presente na parte centro Oeste da África Central, a sua quadra evolução do seculo XV às independências, o contexto antropológico, o essencial da gramática, os elementos da conversa corrente e um pequeno léxico. Doutorado na Universidade de Pa- ris 1 / Pantheon-Sorbonne, Nsonde propõe uma linha média perante a espinhosa transcrição do idioma de Hyacinthus Brusciotthus de Vetralla (1650). Aconselha a utilização dos hábitos herdados do francês e do português, paralelamente o uso do Alfabético Fonético Internacional quando não complica mais a grafia. Entretanto, o bloco do kikongo estende-se por cerca de 300 000 km2 repartido entre Angola, os dois Congo e o Gabão, totalizando uma população locutora avaliada em 6 milhões.

Nota-se neste Quadrilátero que a língua de William Holman Bentley (1887) é atestada em províncias angolanas. Do norte ao sul: Cabinda, Zaire, Uíge, Bengo, Malanje, Lunda Norte e Kwanza Norte. O Professor congolês em posto em Guadalupe apoia a teoria da expansão do kikongo paralelamente à constituição do tecido político, federal, a partir de Pembassi, o atual Mbanza Kongo.

REVITALIZAÇÃO
Em breve pronunciamento sobre a referida obra, o historiador angolano e perito da UNESCO no projecto “A Rota do escravo”, simão Sioundoula, apontou a Rádio Ngola Yetu, em Luanda e as rádios províncias de Cabinda, Uíge e Zaire, assim como a Televisão Publica de Angola, as únicas estações na região que emitam em kikongo tradicional; tendo as demais reservado os seus programas ao kikongo veicular, o munukutuba e o kikongo ya l’Etat.

Quanto ao Gabão, referiu que a antena local desperta os seus variantes kikongo (punu e vili), em ocasiões excecionais. Jean de Dieu aponta o Kakongo, na actual Cabinda, como zona de formação do kikongo veicular como consequência da forte movimentação e do tráfico negreiro, em meados do século XVIII, provocando a produção de vários dicionários, processo que se consolidou com o funcionamento activo do porto de Matadi, no seculo XX.

Segundo ele, a versão do pidgin do kikongo, já estava estabelecida, durante o século XVII, na região do Estuário do Zaire, consequência do desmoronamento do conjunto federal, que favoreceu a zona costeira- Soyo, Ngoyo, Kakongo e Loango. Refere ainda que, o autor, ao analisar a substancia linguística e antropológica do falar congense, Nsonde baseia-se, na sua língua materna, o lari, a ultima variante setentrional. A publicação de “Falamos Kikongo” e, a todos pontos de vista, benéfica para a região e Angola, onde se desenvolveu o kikongo, provavelmente, no fim do primeiro decénio da nossa era e beneficia, hoje, da revitalização das médias do Quadrilátero.

Augusto Nunes, augusto.nunes@opais.co.ao

Publicado em O País http://www.opais.net/pt/

Rádio Nacional de Angola transmite em línguas nacionais

“O uso das línguas nacionais nesta Rádio é de grande importância” 06-10-2013

O facto da Rádio Nacional de Angola transmitir informações em várias línguas nacionais, contribui para que todos os angolanos usufruam do direito de estar informado, apurou a RNA.

A afirmação é do embaixador Luís Neto Kiambata, que salientou que o uso das línguas nacionais através dos meios de comunicação social consolida a unidade, amizade, solidariedade e bem-estar.


“Creio que as informações que vêm do desempenho da rádio, são a prova mais evidente de que o público está bem servido. Melhoramos os serviços e levamos a todos as províncias, municípios, o fruto nas línguas nacionais, o que interessa, porque Angola é um país com 7 ou 8 línguas principais, 72 dialectos, 15 grupos étnicos e todos têm que conhecer a realidade do país. O uso das línguas nacionais nesta Rádio é de grande importância, para manter a unidade nacional, a amizade, a solidariedade e o bem-estar social”, afirmou.

Fonte: RNA-AO/Canal-A

Escrita de sinais? Como assim?

Escrever em língua de sinais ainda é pouco aceito/ difundido no Brasil, até porque, há algum tempo atrás não existia escrita para as línguas de sinais. Muitas pessoas acreditam que a escrita de sinais está muito aquém de nossa cultura e isso ainda é um grande desafio da comunidade surda. Da mesma forma que a linguagem escrita está associada ao direito de estabelecer uma comunicação em sociedade, a escrita de sinais pode dar ao surdo a autenticidade de se comunicar na sua língua materna, uma vez que a escrita de sinais segue as regras gramaticais da própria língua de sinais.

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A valorização das línguas Bantu em Moçambique

A linguista moçambicana Perpétua Gonçalves contou à DW África as dinâmicas vividas do Português em Moçambique e dos atropelos às línguas Bantu, línguas locais do país que através dos tempos têm sido mais valorizadas.

É uma relação viva, “com quase sangue e lágrimas” a que tem sido vivida entre as línguas faladas em Moçambique, desde a sua independência. Durante a época colonial, o português era a língua de escolarização e as línguas locais de Moçambique – as 20 línguas Bantu – foram proibidas de serem estudadas, por representarem uma ameaça à coesão nacional. Alguns anos após a independência do país, aparece pela primeira vez uma referência explícita à grande importância das culturas Bantu para a comunidade moçambicana na Constituição Nacional.

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