Especialistas brasileiros defendem Acordo Ortográfico e rejeitam simplificação da língua
Especialistas brasileiros defendem Acordo Ortográfico e rejeitam simplificação da língua
A implantação do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa (AO) foi defendida esta quarta-feira por um académico, um historiador e um linguista brasileiros, que rejeitaram o projeto de simplificação do idioma, analisado pelo Senado brasileiro, durante um debate em São Paulo.
O debate ocorreu na 23.ª Bienal Internacional do Livro e contou com a participação do gramaticista e membro da Academia Brasileira de Letras Evanildo Bechara, do linguista e coordenador da comissão brasileira no Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) Carlos Alberto Faraco, e do historiador Jaime Pinsky. Faraco criticou o adiamento do prazo para a obrigatoriedade de alicação do AO no Brasil, de janeiro de 2013 para janeiro de 2016, e defendeu a integridade do documento, ou seja, que o acordo não sofra alterações. O projeto de simplificação do idioma tem sido defendido por linguistas brasileiros, liderados por Ernani Pimentel, e está em análise na Comissão de Educação do Senado brasileiro.
Plataforma Macau entrevista Gilvan Müller de Oliveira
Plataforma Macau entrevista Gilvan Müller de Oliveira
Por Patrícia Neves*
A lei para o aprofundamento das relações com a lusofonia aprovada em maio na Galiza poderá facilitar eventuais integrações de Macau e Goa na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), defende o diretor executivo do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), Gilvan Müller de Oliveira. Em entrevista ao Plataforma Macau, o responsável considera a cooperação económica como uma plataforma para a promoção do português, mas alerta para a necessidade de Portugal e Brasil superarem uma “disputa disfuncional” pela língua.
Marechal Cândido Rondon (PR) promove palestra sobre a África
Marechal promove palestra sobre a África
No dia 25 de agosto foi realizada palestra sobre “A colonização europeia em África e o seu impacto na hibridação de línguas e culturas: O caso da língua portuguesa em Moçambique”, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) no campus de Marechal Candido Rondon.
A palestra foi ministrada pelo professor Ilídio Enoque Alfredo Macaringue da Universidade Pedagógica Sagrada Familiar (Unisaf), sendo voltada para alunos dos cursos de História, Geografia, Letras, professores da rede municipal e do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) e envolvidos em movimentos sociais.
O evento teve como objetivo discutir aspectos históricos e culturais da África, enfocando visões simplificadoras de uma realidade complexa. Também abordou o papel da língua gramatical portuguesa, enquanto língua oficial de Moçambique, para construção da nacionalidade do País.
A palestra foi organizada pelo Colegiado de História, Núcleo de Pesquisa e Documentação Sobre o Oeste do Paraná (Cepedal) e o Movimento Negro Organização Étnico-racial Nagô de Marechal Cândido Rondon (Oeran).
Durante o evento, Ilídio também lançou seu livro sobre o tema da palestra.
Curso de Capacitação Para Elaboração de Materiais: Ensino de Português para Falantes de Chinês
Curso de Capacitação Para Elaboração de Materiais: Ensino de Português para Falantes de Chinês
Chamada para Inscrições
O Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP/CPLP), a Universidade de Macau (RAEM-Macau) e a Fundação Oriente, irão promover o Curso de Capacitação para a Elaboração de Materiais: Ensino de Português para Falantes de Chinês, entre os dias 18 a 22 de agosto de 2014.
O curso irá realizar-se na Fundação Oriente, em Macau.
Lançado o número 4 da Platô: A Língua Portuguesa nas Organizações Internacionais.
A Platô – Revista do Instituto Internacional da Língua Portuguesa – lança hoje o seu número 4.
Os textos apresentados colocam em evidência a atual gestão da língua por instituições como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Fórum de Macau, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) ou o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e tratam de iniciativas que vêm sendo implementadas em âmbitos regionais e por agências especializadas para a valorização do português em particular e do multilinguismo em geral. São reveladores da visão que cada organização tem sobre o valor da língua como ativo diplomático e econômico, bem como das diferentes estratégias que cada uma desenvolve.
Os organizadores enfatizam que a presença e a oficialidade da língua portuguesa nas organizações internacionais é, ao mesmo tempo, uma necessidade para a plena participação da nossa comunidade linguística no funcionamento do sistema decisório global e um sintoma do peso e da relevância desta mesma comunidade no mundo.
Esse número 4 fecha a sequência de publicações dos resultados da série de Colóquios organizados pelos IILP e que tematizaram variados contextos e políticas envolvendo a língua portuguesa, a saber: a diversidade linguística no seio da CPLP, isto é, a situação e as políticas dos Estados Membros para com as 390 línguas faladas nos seus territórios e que coabitam com o português (Colóquio Internacional de Maputo, Platô número 1); a língua portuguesa nas diásporas (Colóquio Internacional da Praia, Platô número 2) e a língua portuguesa na Internet e no Mundo Digital (Colóquio Internacional de Guaramiranga, Platô número 3).
Encerrada essa fase, a Platô passa a contemplar propostas temáticas e chamadas abertas. O próximo número, a ser lançado em breve, tratará do Ensino das Línguas Portuguesa e Chinesa, publicando assim relevantes discussões sobre esse tema ocorridas em Macau. Acesse a revista, clique aqui.
Fonte: Blog do ILLP
Carlos Alberto Faraco: “Devemos alterar o acordo ortográfico de 1990?”
Devemos alterar o acordo ortográfico de 1990?
Carlos Alberto Faraco
Qualquer pessoa que estuda a história ortográfica das línguas sabe que, por razões econômicas e culturais, não se deve mexer em ortografias estabilizadas. Mudanças “simplificadoras” ou “racionalizadoras”, embora propostas sempre com a maior das boas intenções, resultam, se implantadas, em desastre.
Apesar dessa lição histórica, os filólogos da geração de Antônio Houaiss, portugueses e brasileiros, entenderam que era necessário superar a duplicidade de ortografias oficias do português. Depois de décadas de debates, chegaram ao Acordo Ortográfico de 1990, pelo qual se fizeram pequenos ajustes em cada uma das ortografias vigentes para submetê-las a um único conjunto de princípios. Na proposta desses filólogos, não houve propriamente uma “reforma ortográfica”, na medida em que o núcleo duro das bases da ortografia estabelecidas em 1911 não se alterou.