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Fórum On Line da Diversidade Linguística Brasileira: Talian

Em comemoração aos seus 18 anos, o IPOL tem a honra de anunciar o lançamento do Fórum On Line da Diversidade Linguística Brasileira.

O Fórum On Line é uma iniciativa do Instituto e tem como objetivo conhecer um pouco mais sobre as línguas faladas no Brasil. As informações coletadas estarão disponíveis e poderão apoiar ações em defesa das comunidades linguísticas. Continue lendo

Lei confirma o Talian como segunda língua oficial de Caxias do Sul

Foto: Alessandro Valim/ Rádio Caxias

O decreto partiu do presidente da Câmara de Municipal de Vereadores, Felipe Gremelmaier (PMDB), que promulgou um projeto de lei de autoria do vereador Gustavo Toigo (PDT). A partir de agora, o Talian é, legalmente, uma das línguas oficiais de Caxias do Sul. A matéria já tramitava no legislativo desde 2015, e foi arquivada em 2016. No entanto, em maio deste ano, Toigo reapresentou o projeto. Na época, a proposta foi aprovada por unanimidade, mas após foi vetada pelo prefeito Daniel Guerra (PRB). O veto acabou sendo derrubado no plenário em 3 de outubro. Por fim, houve a promulgação nesta segunda-feira (09).

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Língua alemã falada nas montanhas vira tema de pesquisa nacional

Foto: Julio Huber

A preservação e o incentivo à prática do idioma hunsrückisch, presente no dia a dia de muitas famílias de descendência alemã da região de montanhas do Espírito Santo, poderá ganhar um reforço após a conclusão de estudos que estão sendo feitos por especialistas do Espírito Santo e de entidades nacionais.

No último mês de agosto, os municípios de Marechal Floriano, Domingos Martins e Santa Leopoldina receberam a visita de um grupo de pesquisadores que conheceram famílias descendentes de alemães e que ainda falam a língua. Eles se surpreenderam com a preservação da língua e com o número de pessoas que ainda preservam os costumes dos antepassados.

O projeto, que é patrocinado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é promovido por uma parceria entre o Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (IPOL), e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio do Projeto Atlas Linguístico-Contatual das Minorias Alemãs na Bacia do Prata – ALMA-H. A pesquisa no Espírito Santo teve a duração de uma semana e fará parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística do Brasil (INDL), que tem como objetivo conhecer a variedade linguística do Brasil.

A pesquisa, que tem como coordenadores o professor da UFRGS, Cleo Vilson Altenhofen, e a professora e coordenadora do IPOL de Florianópolis (SC), Rosângela Morello, também contou com o apoio de outros três pesquisadores: o ex-professor de alemão em Domingos Martins e falante de hunsrückisch, André Kuster Cid, a professora de sociolinguística da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Edenize Ponzo Peres, e o professor do IPOL Rodrigo Schlenker.

Em Marechal Floriano, o grupo foi guiado pela professora Reni Klippel e pelo coordenador do Grupo Folclórico Germânico Grünes Tal, do distrito de Santa Maria, Werner Bruske. Já em Domingos Martins, o pesquisador André Kuster foi o guia, enquanto que em Santa Leopoldina o grupo foi recebido por Jones Herzog.

Durante o mapeamento, a equipe realizou visitas às zonas rurais destas cidades. Foi analisada a história da língua nos municípios, seu uso e se ela é ensinada às crianças pelos pais ou na escola. Com esse trabalho, será possível conhecer e descrever as variedades da língua e onde estão essas pessoas que falam o hunsrückisch.

SURPRESAS – A professora e pesquisadora da Ufes, Edenize Ponzo Peres, afirmou que se surpreendeu com a quantidade de pessoas que ainda falam o hunsrückisch na região. Ela afirmou que o estudo vai contribuir muito para o reconhecimento dessa língua.

“Eu descobri uma riqueza que eu não tinha ideia que existia no Espírito Santo. Essa pesquisa vai ser muito importante para mostrar para as pessoas que o Estado tem uma diversificação linguística fantástica”, enfatizou a professora.

A coordenadora do IPOL, Rosângela Morello, afirmou que em muitas comunidades de Marechal Floriano e Domingos Martins o hunsrückisch é a língua que as pessoas falam no seu dia a dia.

“Alguns jovens têm manifestado a vontade de aprender. E o interessante é que são jovens cujos pais não falam a língua porque tiveram um processo de discriminação linguística muito forte e os avós não ensinaram porque não queriam que os filhos passassem por situações que eles passaram”, relatou a pesquisadora.

RESULTADOS – Após esse trabalho de campo, que também está sendo feito nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os dados coletados serão compilados e transformados em gráficos e dados estatísticos. A previsão é de que tudo esteja pronto no primeiro semestre de 2018, quando serão publicados no Inventário Nacional da Diversidade Linguística do Brasil (INDL), o que representará o reconhecimento da língua hunsrucküsch ou o hunsriqueano, como Referência Cultural Brasileira.

“Essa pesquisa não ficará apenas no Brasil, o que poderá atrair até pesquisadores internacionais para o Estado. Ao ver sua língua pesquisada e valorizada, esses falantes terão mais predisposição em manter e passar para as gerações futuras. Isso também é uma imensa homenagem aos imigrantes que lutaram tanto e que construíram boa parte do Espírito Santo”, destacou a professora e pesquisadora da Ufes, Edenize Ponzo Peres.

Projetos municipais podem contribuir para o incentivo à língua

Em Marechal Floriano, o grupo de pesquisadores teve a oportunidade de apresentar o projeto aos vereadores, durante uma sessão da Câmara Municipal. De acordo com a professora Reni Klippel, que mora e trabalha no município, seria ideal que fosse criando um projeto de incentivo à língua hunsrucküsch, da mesma forma que existe em municípios onde o pomerano é ensinado na sala de aula.

“Nós convivemos com muitos descendentes de hunsrucküsch, que hoje estão lamentando a perda da língua, que era falada pelos seus antepassados. Esse é o momento importante de fazer alguma ação concreta para preservar essa cultura tão importante em nossa região. É preciso fazer esse resgate, e o poder público tem um papel fundamental nesse processo”, garantiu Reni.

Santa Maria de Jetibá foi o primeiro município brasileiro que pôde contar com um senso linguístico municipal. “Nós fizemos parte desse trabalho, que levou à cooficialização do pomerano. Hoje o Brasil tem 20 municípios com línguas cooficiais. O primeiro passo para esse processo de reconhecimento é esse levantamento que estamos fazendo com relação ao hunsrucküsch”, relatou a coordenadora do IPOL, Rosângela Morello.

Inclusive, segundo a pesquisadora, o hunsrucküsch é língua cooficial em Antônio Carlos (SC) e Santa Maria do Herval (RS). “Marechal Floriano, por exemplo, tem todas as condições de ter um ensino bilíngue nas escolas. E podem ser desenvolvidas ações conjuntas entre vários municípios, como é o Proepo, que ensina o pomerano em escolas de alguns municípios do Espírito Santo” sugeriu.

DIALETO X LÍNGUA – Para Rosângela Morello, a nomeação do hunsrucküsch como língua brasileira é uma questão política. “Assim é possível fazer um reconhecimento histórico de um processo que começou há mais de 200 anos. As línguas sofreram muitas mudanças no decorrer dos anos, seja por influências locais, ou pelo desuso. E do ponto de vista político e histórico, as línguas seguiram seus percursos. E isso faz parte de todo o processo migratório”, destacou Rosângela.

Segundo ela, o dialeto foi uma construção teórica que olhava qual era a língua central e quais eram as variações. “Isso produz um efeito de que tudo que está distante dessa língua central é um desvio, ou é errado. E aqui no Brasil se criou o entendimento de que o alemão ou o italiano que é falado em diferentes regiões não merecem nem ser ensinado na escola, pois estão diferentes da língua padrão. E essa teoria apaga o processo histórico”, afirmou a estudiosa.

Ela destacou, ainda, que ao instrumentar as línguas históricas, ou seja, criar gramáticas específicas, será possível ensinar essas línguas em escolas. “Achar que essas línguas faladas aqui na região de montanhas são apenas um dialeto ou que se fala apenas entre as famílias, impede que essas línguas possam ser referências de um lugar e da construção histórica de um país”, enfatizou.

Fonte: Montanhas Capixabas

 

Inventário do Hunsrückisch como Língua Brasileira de Imigração (IHLBrI) no Sul do Brasil

Nos dias 14 a 18 de agosto de 2017, a equipe do Inventário do Hunsrückisch e do Projeto ALMA-H (Atlas Linguístico-Contatual das Minorias Alemãs na Bacia do Prata: Hunsrückisch), formada por Jussara Habel, Gabriel Schmitt, Ana Winckelmann e Paola Wollmann Inhaquite esteve no noroeste do Rio Grande do Sul para realizar a pesquisa referente ao Inventário do Hunsrückisch (Hunsriqueano) como Língua Brasileira de Imigração (IHLBrI), que tem por objetivo registrar as línguas alemãs faladas em território brasileiro.

Pesquisadores do IHLBrI.

A equipe de pesquisadores chegou à cidade de São José do Inhacorá, distante 50 km de Santa Rosa, no dia 14 de agosto. As atividades iniciais envolveram reuniões com autoridades da administração pública, aplicação de diferentes questionários e gravação de relatos em Hunsrückisch.

O prefeito Gilberto Hammes nos revelou, em Hunsrückisch, que a prioridade do seu Plano de Governo é a inserção do ensino de língua alemã nas escolas locais, no entanto, a maior barreira ainda é a falta de professor com formação na área. Com o ensino de alemão, o prefeito acredita que a língua pode receber um estímulo positivo e continuar ativa na comunidade por muito mais tempo.

Percebeu-se que a utilização da língua alemã por parte da equipe do IHLBrI facilitou a aproximação com os moradores da cidade, tanto no interior quanto no centro de São José do Inhacorá. Grande parte dos 2.205 habitantes da cidade ainda se comunica em alemão com bastante frequência e inclusive foi constatado o uso da língua em espaços públicos, como na prefeitura, no hospital, escolas e salão comunitário da igreja, mostrando que ainda há grande vitalidade linguística na cidade.

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O Inventário do Hunsrückisch como Língua Brasileira de Imigração no sul do Brasil

Monumento do Cooperativismo. Pesquisadores da esquerda para a direita: Jussara, Gabriel e Ana.

Além dos estados de Santa Catarina e Espírito Santo,  também o Rio Grande do Sul recebeu pesquisadores do Inventário do Hunsrückisch (hunsriqueano) como Língua Brasileira de Imigração (IHLBrI ) durante o mês de agosto.

Entre os dias 01 e 03 de agosto, Jussara Habel, Gabriel Schmitt e Ana Winckelmann  que compõem a equipe do Inventário e do Projeto ALMA-H (Atlas Linguístico-Contatual das Minorias Alemãs na Bacia do Prata: Hunsrückisch) esteve em Nova Petrópolis, RS, para as pesquisas.

A equipe de pesquisadores chegou em Nova Petrópolis, RS, no dia 01 de agosto de 2017 com várias atividades agendadas. Inicialmente, a equipe foi até a Prefeitura para preencher o questionário sociológico e para ouvir as autoridades locais sobre a importância da língua alemã falada em Nova Petrópolis. Durante a tarde, foram recebidos pela Rádio Imperial FM, 104.5, para explicar os objetivos do trabalho aos ouvintes (Conferir entrevista abaixo).

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As atividades do Inventário do Hunsrückisch (hunsriqueano) continuam pelo Espírito Santo

As ações da equipe foram distribuídas entre reuniões com autoridades políticas, aplicação dos questionários e visitas a locais importantes para a caracterização do uso da língua pela população de Marechal Floriano.

Na manhã da segunda-feira, a Secretária de Educação Edia Klippel Littig e a Secretária da Cultura Maria Goretti Pereira Pinto, de Marechal Floriano, receberam a equipe de pesquisa do Inventário do Hunsrückisch (hunsriqueano) composta por Rosângela Morello (Coordenadora Geral da Pesquisa e do IPOL), Rodrigo Schelenker (Pesquisador do IPOL), Cleo V. Altenhofen (Professor da UFRGS e Coordenador da Pesquisa em Campo), Edenize Ponzo Peres (Professora da UFES) e André Kuster (Pesquisador), com muita atenção e dando oportunidade para a apresentação das ações do Inventário.

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