ensino de línguas

Participação do IPOL no Congresso Internacional PluEnPli

Congresso Internacional nas temáticas de Plurilinguismo, Ensino de Línguas e Políticas Linguísticas, envolvendo pesquisadores de diversas línguas hegemônicas e minoritárias.

O IPOl estará presente com a participação da Coordenadora Professora Doutora Rosângela Morello na Mesa-Redonda 2 – Plurilinguismo e Políticas Linguísticas

29 de setembro – 19h – 21h

Prof. M. Richard Brunel Matias (Universidad Nacional de Córdoba – UNC);

Prof.ª Dr.ª Rosângela Morello

(Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística – IPOL);

Prof. Dr. Leandro Rodrigues Alves Diniz

(Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG)

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Sik Lee Dennig quer salvar o cantonês e nem a saída de Stanford a vai afastar do caminho

Sik Lee Dennig

 

A única professora de cantonês na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, não viu este ano o contrato renovado, alegadamente devido a cortes orçamentais decorrentes da pandemia. Racismo e a marginalização de línguas minoritárias são razões apontadas por Sik Lee Dennig para o fim do currículo que tem vindo a desenhar desde finais dos anos 1990. Em mãos, a professora de Hong Kong tem já um projecto para a salvaguarda do idioma.

Catarina Domingues

Devia chamar-se ‘Jasmim’, mas acabou registada como ‘Lótus’. Um erro da mãe, do funcionário da conservatória ou dos dois, que comunicavam em diferentes línguas: cantonês e xangainês. Sik Lee Dennig só descobriu vários anos mais tarde, ao resgatar o certificado de nascimento para os exames escolares, que a responsável pela sua graça era, afinal, a flor de lótus.

A académica, professora na Universidade de Stanford, foi sempre migrante, mesmo na terra onde nasceu. Natural de Hong Kong, com vida feita entre a comunidade do leste da China – a família é de Ningbo – cresceu a falar xangainês e mandarim. A língua dominante da então colónia britânica, o cantonês, chegou apenas com a instrução formal, nos primeiros anos de escolaridade, e o inglês, que começou a leccionar após o secundário, levou-a, em 1981, à migração efectiva.

Partiu para a América do Norte: no Canadá, licenciou-se pela Universidade de Alberta; nos Estados Unidos, completou o doutoramento em Educação e Linguística por Stanford, para depois descer no mapa até à Universidade East Carolina, em Greenville, onde deu aulas e se viu no âmago da “muito estereotipada” ‘American South’, região sudeste e centro-sul da nação. “Parecia que tinha ido para outro país”, conta. “Havia racismo? Sim, havia, mas esta experiência esmagadora foi positiva”. Pelo caminho, passou ainda pelo Japão, onde aprendeu ‘ikebana, leccionou na Universidade de Tsukuba, em Ibaraki, e voltou a desconstruir barreiras e estereótipos – “existe a ideia de que os alunos japoneses são todos muito bem-comportados”.

A discriminação, nota, foi permanente neste percurso, que a levou de volta a Stanford, em 1997, onde criou o primeiro currículo formal de cantonês. A partir de Agosto, e após mais de duas décadas naquela universidade, Sik Lee Dennig abandona a instituição, alegadamente por cortes orçamentais decorrentes da pandemia.

Em entrevista ao PONTO FINAL, a professora fala sobre a importância da continuidade do ensino do cantonês, um idioma que considera marginalizado num momento de ascensão do mandarim. “O cérebro é perfeitamente capaz de lidar com mais do que uma língua”, nota Sik Lee, ela que optou por carregar até aos dias de hoje as duas versões do nome do meio no certificado de nascimento: numa chama-se ‘Lótus’, noutra ‘Jasmim’.

Stanford não renovou o seu contrato. Que justificação lhe foi dada?

No início, não entendi a razão, fiquei muito chocada e pensei que se devia aos cortes no orçamento. Tinha de se dividir o mal pelas aldeias e preparei-me para me suspenderem uma turma, mas, na verdade, nunca pensei que não renovassem o contrato. Sou a única professora [de cantonês] e a não renovação implica a eliminação do currículo. Mais tarde, a directora do Centro de Línguas disse-me que, dependendo do interesse dos alunos ou do dinheiro, talvez fosse possível oferecer um curso trimestral. Quando disse aos meus alunos, claro que ficaram abalados, tal como eu. Há aqui uma sensação de traição. Como se atrevem a virar-me as costas, eu que sou antiga aluna de Stanford, fiz aqui o meu doutoramento e dediquei 20 anos a construir este currículo? Não fui consultada, não houve debate nem com o coordenador de língua chinesa, que também ficou surpreendido.

Não acredita que seja apenas para salvar o orçamento?

Não, se fosse só por isso não se destinava apenas a certas línguas.

Nasceu a campanha ‘Save Cantonese at Stanford’, que defende a importância de línguas minoritárias como o cantonês, num momento de tensão política e ódio contra os asiáticos.

Diria que [uma das razões da decisão de Stanford] prende-se com racismo, consciente ou não consciente. Há anos que digo a uma das directoras associadas do Centro de Línguas que o cantonês, o mandarim, o xangainês e todos estes idiomas [chineses] são línguas regionais com uma história única e combinação de factores linguísticos ímpares. Não consegui fazer com que ela entendesse. Dou-lhe um exemplo: há dois ou três anos, na celebração do Dia Internacional da Língua Materna, preparámos no centro uma série de artigos para apresentar as nossas línguas. Fiquei contente porque o cantonês foi seleccionado. Estabeleceu-se, então, uma comissão para supervisionar estes grupos de línguas e a pessoa em causa pediu a um colega branco – que ensina uma língua europeia – para supervisionar a série de línguas asiáticas. Isto diz-nos muito sobre a mentalidade. Nós somos insignificantes, não somos importantes, basta observar as línguas onde houve cortes: cantonês, vietnamita, filipino. Eles vêem-nas como línguas marginais.

Em Victoria Park, Hong Kong, em 1980

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Congresso Internacional PluEnPLi – Plurilinguismo, Ensino de Línguas e Políticas Linguísticas

Congresso Internacional nas temáticas de Plurilinguismo, Ensino de Línguas e Políticas Linguísticas, envolvendo pesquisadores de diversas línguas hegemônicas e minoritárias. O evento será gratuito e realizado virtualmente nos dias 27, 28 e 29 de setembro de 2021.

As submissões de propostas de minicursos e comunicações são gratuitas e devem ser realizadas pelo site do evento até dia 25/07/2021.

O IPOl estará presente com a participação da Coordenadora Professora Doutora Rosângela Morello na Mesa-Redonda 2 – Plurilinguismo e Políticas Linguísticas! 

Toda a informação pode ser consultada aqui 

Idioma chinês será ensinado como “segunda língua oficial” em Cuba

Assinatura do contrato entre Cuba e China. (Foto: Reprodução / Granma)

Os Ministérios da Educação da China e de Cuba assinaram um acordo-quadro de cooperação em Havana para promover o ensino do chinês como segunda língua na ilha, informa o Granma, jornal oficial do Comitê Central do Partido Comunista Cubano.

O acordo foi assinado pelo embaixador chinês, Chen Xi, em representação do Centro de Cooperação Internacional para o Ensino de Línguas do Ministério da Educação da República Popular da China, e pelo diretor nacional do Ensino Médio Básico de Cuba, Adalberto Revilla, representando o Ministério da Educação da República de Cuba.

O diplomata chinês destacou que a assinatura do documento simboliza uma cooperação bilateral cada vez mais estreita e um desenvolvimento mais amplo das relações entre os dois países.

Por sua vez, a Primeira Vice-Ministra da Educação de Cuba, Cira Piñeiro, disse à Xinhua que o fato de a China poder ajudar no ensino da língua chinesa é muito importante para continuar fortalecendo as relações de colaboração entre as duas nações.

Segundo a imprensa estatal, o idioma começará a ser ensinado experimentalmente nas escolas secundárias básicas de Havana a partir do próximo ano letivo.

No dia 2 de janeiro, as primeiras aulas de chinês começarão a ser ministradas na Escola de Ensino Fundamental Fructuoso Rodríguez, na capital do país, onde cerca de 100 estudantes, divididos em quatro turmas, receberão esse ensinamento de professores chineses.

Embora oficialmente o sistema de ensino em Cuba estabeleça o estudo da língua inglesa como obrigatório, as aulas de chinês serão inicialmente opcionais nos centros educacionais, como uma “língua complementar”, explicaram as autoridades do MINED.

A intenção das autoridades educacionais cubanas é que esta experiência seja posteriormente estendida a outras escolas.

O acordo, que vigorará por quatro anos prorrogáveis, estabelece que o Centro de Cooperação Internacional para o Ensino de Línguas enviará para a ilha os professores chineses necessários.

Havana e Pequim assinaram em novembro do ano passado um acordo-quadro sobre educação que estabelece a colaboração em diversos níveis de ensino em Cuba, como a primeira infância, a educação especial e a educação técnico-profissional.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GRANMA
ATUALIZADO: QUINTA-FEIRA, 5 NOVEMBRO DE 2020.

Participação do IPOL no IV Encontro do CELIF

Entre os dias 17 de agosto e 18 de setembro, das 15h às 19h, por meio do google meet, será realizado o IV Encontro do Celif. O evento, a ser realizado uma vez por semana, é voltado para docentes de línguas, técnicos formados em Letras ou Linguística e intérpretes de Libras. As inscrições podem ser realizadas até 12 de agosto.
A participação do IPOL será no dia 25 de agosto com a presença da Profª. Drª. Rosângela Morello

Chamada para publicação: Lições do Expresso do Oriente: Metodologias de Ensino de Línguas Não-Hegemônicas no Brasil Data limite: 30 de outubro de 2020

Neste volume, convidamos profissionais de Letras, Educação e de outras áreas correlatas para contribuírem com as suas reflexões a respeito das metodologias de ensino de línguas não- hegemônicas no Brasil. Inspirados na linha do trem que conectava diversas partes da Europa Oriental e Oriente Próximo à Europa Central e Ocidental, queremos fazer analogia a sua proposta ideológica que orientaliza povos e línguas, transformando-os em sujeitos exóticos e distantes do contexto educacional brasileiro. Portanto, o objetivo principal é proporcionar um espaço que explicite os conhecimentos construídos pelos estudiosos de línguas que foram, e são até hoje, alvo de inviabilização institucional em termos de falta de locais e materiais para seu ensino, legislação nacional específica e instituições públicas para o seu estabelecimento e crescimento. Esperamos receber contribuições especialmente sobre ensino de línguas menos estudadas ou presentes nas universidades e em espaços acadêmicos:
a) línguas europeias (eslavas, germânicas, românicas, célticas, fino-úgricas e não pertencentes a um grupo linguístico ou sem estatuto de língua oficial);
b) línguas asiáticas (semíticas, indo-europeias, altaicas e sino-tibetanas) e;

c) línguas euro e afrobrasileiras, que poderão abrir novos panoramas de compreensão e avaliação de suas diferenças e semelhanças.

Serão aceitos textos desde alunos de graduação, licenciatura até de profissionais experientes e pós-graduados (desde que observadas as normas da revista) para fazer a colaboração e são livres os métodos, abordagens teóricas, procedimentos e técnicas utilizados pelos autores. Incentivam-se trabalhos colaborativos quando possível, bem como textos sobre processos formativos. Ainda se espera receber contribuições de profissionais que atuam no ensino formal e não formal e que desenvolveram métodos e trajetórias de ensino inéditas no contexto brasileiro para os mencionados grupos linguísticos.

Prazo para o envio: 01 de agosto até 15 de novembro de 2020

Previsão de publicação: dezembro de 2020
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