III Seminário de Línguas Indígenas do Sul da Mata Atlântica
O III Seminário de Línguas Indígenas do Sul da Mata Atlântica, voltado à divulgação de políticas linguísticas envolvendo três línguas indígenas faladas no sul da Mata Atlântica, será realizado nos dias 20 e 21 de setembro, no auditório de Centro de Comunicação e Expressão (CCE). O evento é resultado de uma parceria entre estudantes indígenas, docentes do curso de Licenciatura Intercultural Indígena (LII) e o grupo de Políticas Linguísticas Críticas e Direitos Linguísticos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com apoio do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL).
A iniciativa agrega estudantes, professores e pesquisadores indígenas em torno da divulgação e defesa das línguas indígenas Guarani, Kaingang e Xokleng-Laklãnõ, faladas pelos povos indígenas que vivem na parte meridional do bioma Mata Atlântica: Guarani (Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), Kaingáng (São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e Xokleng (Santa Catarina). O evento busca valorizar o protagonismo de pesquisadores indígenas na promoção dos debates e reflexões, bem como na participação ativa na organização de atividades do evento.
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O Seminário celebra o Ano Internacional das Línguas Indígenas (International Year of Indigenous languages – IYIL2019), conforme definido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em atenção à cultura e à riqueza linguística desses povos.
Curso de Língua Tupi e História Cultural da Floresta
UFSC tem roda de conversa com pesquisadores de Moçambique sobre canções na aprendizagem
O grupo de Políticas Linguísticas Críticas e Direitos Linguísticos (PoLiTicas) divulga a realização de rodas de conversa virtuais mensais do projeto “Oralidades, multilinguismos e letramentos políticos: diálogos com a educação”. A próxima roda de conversa será realizada no dia 15 de setembro, quinta-feira, sobre o tema “A canção tradicional e o uso da cultura local no processo de ensino e aprendizagem”. A atividade conta com a presença de pesquisadores da Universidade Púnguè-Tete de Moçambique: doutor Arcénio Olíndio Luabo, mestre Julio Sandaca e mestra Marta Pedro Matsimbe, transmitida às 11h no Brasil (sendo 15h para Angola e às 16h para Moçambique), pelo canal do grupo PoLiTicas.
As rodas são compostas por pesquisadores e representantes das diferentes comunidades acadêmicas e não-acadêmicas. O grupo propõe um diálogo entre as políticas linguísticas e a esfera educacional no que tange a três elementos interligados: os conceitos de língua e oralidade, as propostas de educação multilíngue e os letramentos políticos, e é coordenado pela docente Cristine Severo do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas (DLLV).
Todas as rodas podem ser acessadas no canal do grupo no YouTube. As demais atividades já abordaram temas vinculados às políticas linguísticas educacionais, como educação multilíngue, diálogos da universidade com a comunidade, educação escolar quilombola, comunidades surdas plurais, pensamento negro afrodiaspórico, letramentos indígenas, línguas e culturas ciganas, línguas e imigração, entre outros.
Mais informações disponíveis na página do projeto Oralidades, multilinguismos e letramentos políticos: diálogos com a educação.
FONTE: Agecom UFSC
Diálogo Online entre Mídias da China e Países de Língua Portuguesa é realizado para promover conectividade
O programa será publicado nas diversas plataformas do CMG, assim como na Televisão Pública de Angola, Soico Televisão de Moçambique, Teledifusão de Macau, Brasil 247 e outros veículos de imprensa.
LÍNGUA, DISCURSOS E DIVERSIDADE | Racismo linguístico e linguagem neutra
A edição de agosto de 2022 da Revista E , do SESC SP, trouxe artigos de Gabriel Nascimento e Dri Azevedo que discutem racismo linguístico e linguagem neutra, leia na integra AQUI
“A língua é um leque imenso em que cabem muitas possibilidades”, já disse o professor, escritor e jornalista Pasquale Cipro Neto à Revista E [leia Encontros publicado em novembro de 2021]. Por conta dessa multiplicidade mutável, surge a necessidade de refletirmos sobre os limites da nossa língua e o quanto podemos expandi-la para atender às novas demandas da sociedade. Palavras e expressões são questionadas e caem em desuso por terem sido criadas com o intuito de ferir ou de excluir camadas sociais e diferentes povos, como acontece no racismo linguístico.
“O racismo não vai acabar pela língua. Mas é seguramente na língua que ele se reproduz de maneira mais ligeira e disfarçável. Ao passar dos anos, vemos como as pessoas buscam repugnar o racismo e passam a disfarçar o seu racismo na língua”, observa Gabriel Nascimento, professor de Língua Inglesa/Ensino de Línguas/Campo da Educação da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e doutor em Estudos Linguísticos pela Universidade de São Paulo (USP). Gabriel conduziu, em abril passado, uma das aulas do curso Língua, discursos e diversidade: racismo linguístico e linguagem neutra, pelo projeto Fora da Caixa, do Sesc Pompeia.
Também entra em discussão a urgência do nascimento de novas palavras, artigos e expressões que abarquem todas as identidades e que não invisibilizem qualquer existência. “Apesar de não haver ainda uma inclusão da linguagem neutra em instâncias oficiais, o seu uso é cada vez mais comum entre falantes das mais diversas origens no português e em outras línguas pelo mundo”, aponta Dri Azevedo, que possui doutorado em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e é docente do Departamento de Ciência da Literatura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Neste Em Pauta, Azevedo e Nascimento nos convidam a refletir sobre o tema a partir de leituras e estudos sobre a língua.
Continue a leitura edição de agosto/22 da Revista E na íntegra, aqui!
Reitor discursa em Libras durante colação de grau na UFRR
Durante a formatura de alunos de seis cursos de graduação da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o reitor Geraldo Ticianeli tomou uma atitude que surpreendeu a plateia e os formandos: fez o seu discurso na Língua Brasileira de Sinais (Libras), promovendo assim uma colação de grau inclusiva para a comunidade surda.
A cerimônia aconteceu no dia 25 de agosto, no Centro Amazônico de Fronteiras (CAF/UFRR). Colaram grau estudantes dos cursos de Jornalismo, Direito, Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Relações Internacionais.
A ideia de fazer o discurso de uma maneira mais inclusiva surgiu depois de uma conversa do reitor com uma docente do curso de Letras-Libras. Foi nesse encontro, relembra o professor Geraldo, que percebeu a importância de aproveitar a cerimônia de colação de grau para colaborar com a difusão da Língua Brasileira de Sinais e mostrar a importância dos trabalhos de inclusão.
Na tradução do discurso para Libras, o reitor foi ajudado pelo coordenador do curso de Letras-Libras da UFRR, professor Felipe Aleixo. Depois dessa etapa, analisou as principais formas gestuais e treinou durante uma semana.
“Apesar de todos os avanços que já tivemos, essa atitude de nos colocar no lugar do outro fortalece cada vez mais o respeito pelas diferenças e estimula ações de igualdade em nossa sociedade”, afirma o reitor a respeito da importância simbólica de seu discurso em um dos momentos mais importantes da rotina acadêmica.
O discurso em Libras soma-se a uma série de ações desenvolvidas pela UFRR nos últimos anos. Entre as de maior destaque estão a realização de concursos para disponibilizar mais vagas de docentes para o curso de Letras-Libras, a contratação de profissionais tradutores, fomento à participação de pessoas com deficiência nos concursos e, em 2023, disponibilização, pela primeira vez, do edital do vestibular totalmente em Libras.
Para ver o discurso em Libras do reitor Geraldo Ticianeli, clique aqui.
FONTE: Roraima em Foco