Seminários discutem educação e questões de fronteira
A conferência de abertura com Tizuko Morchida Kishimoto atrairá centenas de profissionais da educação
O Grupo de Pesquisa Educação e Processo Civilizador (GPEPC) irá realizar este mês a oitava edição do Seminário Infância, Educação e Civilidade e a quarta edição do Seminário Leituras de Fronteiras. Este ano o evento contará pela primeira vez com a participação de professores e pesquisadores da Faculdade de Ciências Humanas (FCH) da UFGD. As inscrições podem ser feitas no saguão da Faculdade de Educação (FAED) da UFGD, das 18h às 21h, até a próxima sexta-feira (15. O evento integral disponibilizará 60 inscrições e a palestra de abertura 830 inscrições.
Dobragem ou legendas?
Desenhos animados dobrados em português ou apenas com legendas? O EDUCARE.PT esteve à conversa com especialistas na matéria para perceber se a televisão pode contribuir para ensinar inglês às crianças.
Andreia Lobo
Na televisão começa o Karate Kid, de 2010, com Jaden Smith no papel principal. Entusiasmado, Gonçalo, de 8 anos, vai sentar-se no sofá com a mãe. Vão ver o filme no idioma original, com recurso a legendas em português. Se a família vivesse em Espanha ou no Brasil, só para dar dois exemplos, ouviria as falas das personagens dobradas na sua língua nativa. Assim, vai ouvi-las em inglês. Portugal, ao contrário do país vizinho e do país-irmão, não recorre com tanta frequência à dobragem. Filmes, séries televisivas, desenhos animados tendem a manter as “vozes originais”. Exceção feita aos que são dirigidos às crianças. Na televisão há programas infantis com e sem legendas. Sendo o inglês predominante no mundo audiovisual, será que a tendência para legendar em vez de dobrar traz vantagens na aprendizagem do idioma? Vamos por partes.
Uff Hunsrickisch schreiwe: Entrevista mit Cléo Altenhofen / Escrever em Hunsrückisch: Entrevista com Cléo Altenhofen
O IPOL e o Grupo ALMA-H (Atlas Linguístico da Minorias Alemãs na Bacia do Prata: Hunsrückisch – http://www.ufrgs.br/projalma) da UFRGS iniciaram, em janeiro deste ano, os trabalhos para o Inventário do Hunsrückisch como língua brasileira de imigração, cujo objetivo é reunir um conjunto de informações sobre essa língua visando seu reconhecimento como Referência Cultural Brasileira. A pesquisa será realizada em várias cidades e comunidades dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo.
A execução desse e de outros inventários traz à tona importantes debates sobre a especificidade das línguas brasileiras e seu futuro. Por “línguas brasileiras” compreende-se, de acordo com a política do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL/IPHAN/MINC), o conjunto das línguas presentes no país há pelo menos três gerações, sejam elas indígenas, afro-brasileiras, de sinais, crioulas ou de imigração.
Entre as questões em debate está a política de produção de escrita ou escritas da língua. Essa é uma questão central para grande parte das línguas brasileiras e foi fortemente tematizada no I Encontro Nacional de Municípios Plurilíngues, realizado em setembro de 2015, em Florianópolis. Para contribuir com esse debate, e avançar na implementação do INDL, o IPOL e parceiros têm a honra de publicar essa primeira entrevista com o professor Cléo Altenhofen, coordenador do Projeto ALMA-H / UFRGS, sobre as perspectivas para a escrita do Hunsrückisch (pt. hunsriqueano). Prevemos realizar outras entrevistas que serão oportunamente divulgadas.
Ortografia da língua brasileira de imigração alemã Hunsrückisch
Entrevista com Cléo Altenhofen
Por Willian Radünz (Graduando, UFRGS)
1. O Hunsrückisch é uma língua essencialmente falada. Uns diriam que é uma língua ágrafa, que não tem, pelo menos por enquanto, uma escrita definida. O que isso significa para a discussão sobre a “escrita do Hunsrückisch”?
A maioria dos falantes de Hunsrückisch de fato apenas fala sua língua e não a escreve, embora o pudesse, mesmo que só para anotar uma lista de compras do supermercado ou para terminar um e-mail com um “fosche Abrass”. Historicamente, quando se precisava escrever em alemão, por exemplo a ata de uma sociedade de canto, ou uma inscrição em uma sepultura, ou mesmo um ditado em um pano de prato, no caso um Wandschoner, se optava pela escrita em Hochdeutsch. Contudo, não se pode dizer que não há uma tradição escrita em Hunsrückisch. Basta lembrar os contos do Padre Balduíno Rambo, os poemas de Alfredo Gross e de Lily Clara Koetz, livros como o de José Inácio Flach, ou ainda diversos textos avulsos em jornais ou almanaques e revistas, como o Brumbärkalender e o Sankt Paulus Blatt. Eles fazem parte da história da língua Hunsrückisch, no Brasil. Ignorá-los é ignorar sua história e memória. Assim, temos aqui um primeiro princípio, fundamental para mim, ao discutir a escrita do Hunsrückisch: o respeito à sua história e coletividade. A consequência é que não podemos simplesmente inventar uma escrita nova, como se não tivesse havido nada antes. Porque, se quisermos compreender por que o Hunsrückisch é como é, temos que dialogar com a sua história e origem. O Hunsrückisch não foi inventado por nós, e sim herdado como uma construção coletiva de várias gerações.
Amazonas terá primeira escola pública bilíngue com idioma japonês, a ser inaugurada no início do ano letivo na rede estadual de ensino
Experiência pioneira em ensino bilíngue do japonês em colégios públicos brasileiros, a Escola Estadual de Tempo Integral Djalma da Cunha Batista, na zona leste de Manaus, será inaugurada marcando a abertura do ano letivo da rede estadual de educação em 2016. O anúncio foi feito pelo governador José Melo em janeiro, durante visita à obra da escola antes da entrega para a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) pela construtora. A volta às aulas dos mais de 515 mil estudantes do Amazonas ocorrerá no dia 15 de fevereiro em todo o Estado.
Escola pública dos EUA lança programa inédito de imersão em português
Alunos de uma escola primária de Brockton, em Massachusetts, EUA, vão ser os primeiros a experimentar um programa de imersão em português, com disciplinas leccionadas em ambas as línguas, para promover o bilinguismo. A directora de educação bilingue para as escolas públicas de Brockton explicou que a iniciativa estará aberta “a qualquer família que queira desenvolver o bilinguismo e a biliteracia” e que “50% da instrução será dada em inglês e 50% será dada em português.”
Através de sorteio, 50 crianças cujos pais tenham concordado com a sua inclusão serão divididas em duas turmas e fazer parte do projecto até ao 5.º ano. Dois professores vão estar responsáveis pelo planeamento do currículo para assegurar a transição entre as duas línguas.