Demarcação de territórios é prioridade da Funai, diz Joenia Wapichana
“Umas das prioridades do plano de trabalho é novamente fazer com que os processos de demarcação de terras indígenas andem e é uma questão que nosso presidente Lula já anunciou que quer dar prioridade”, disse Joenia Wapichana em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (11), na TV Brasil.
A presidente da Funai detalhou a importância da demarcação de uma terra indígena e os impactos para os povos que vivem nela. “Essa terra serve pra prover a vida dos povos indígenas. Sempre tenho dito que, a partir do direito à terra é que vem outros direitos sociais, que vem a saúde, educação, a forma de mantermos a cultura, faz com que a gente conserve e faça esse repasse dos conhecimentos tradicionais para que continuem as línguas indígenas, para que possa ter condições de os povos indígenas desenvolverem seus próprios projetos de sustentabilidade”, explica.
De acordo com Joenia Wapichana, os números mostram que há avanços nos processos de demarcação. “Em quatro meses, a Funai já fez andar mais de 30 processos de demarcações de terras indígenas”.
No final de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decretos de homologação de seis terras indígenas, durante o encerramento do Acampamento Terra Livre 2023, em Brasília. Os processos estavam parados desde 2018.
Preservação
A contribuição dos povos indígenas para a preservação ambiental foi destacada por Joenia Wapichana. Segundo ela, o que os povos indígenas conservam de biodiversidade e floresta em pé contribui para amenizar efeitos de problemas climáticos.
“Os povos indígenas têm uma capacidade de mostrar umas formas mais sustentáveis para contribuir inclusive para essa crise climática que o mundo atravessa. Temos discutido formas sustentáveis de fazer com que o mundo todo se preocupe e os povos indígenas têm feito sua contribuição com suas boas práticas, com seus conhecimentos tradicionais, manejos sustentáveis”, detalhou.
Tema que atualmente mobiliza atenção dos povos indígenas, a discussão sobre o marco temporal para demarcação de territórios no país é classificada pela presidente da Funai como inconstitucional por desconsiderar o direito originário dos povos indígenas. “Quando nossa Constituição finalmente passa a reconhecer os direitos indígenas, ela também traz uma preocupação de reconhecer os direitos originários, então colocamos isso como uma contradição a nossa Constituição”.
De acordo com Joenia, o Artigo 231 da Constituição Federal registra que são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Está em julgamento no Supremo Tribunal Federal se as demarcações de terras indígenas devem seguir o chamado marco temporal, tese de que indígenas só têm direito às terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. Por essa tese, as áreas sem a ocupação de indígenas ou com a ocupação de outros grupos neste período não estão sujeitas à demarcação.
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IA recupera o som de 23 idiomas esquecidos há séculos
A Inteligência Artificial veio ajudar a ouvir idiomas ancestrais. A sonoridade de um idioma muda à medida que a língua evolui, e não é fácil imaginar o som próprio de um idioma que ninguém fala ou ouve há séculos.
Mesmo quando vemos filmes sobre civilizações antigas, as personagens geralmente falam numa língua semelhante à nossa, dando-nos uma falsa ideia da forma como soavam as pessoas da época.
Mas agora, a Inteligência Artificial veio dar-nos uma ajuda. A Ecuator AI, tecnologia inovadora desenvolvida pela Equa, recriou 15 idiomas ancestrais para nos mostrar como soavam as pessoas em civilizações antigas.
A Equa disponibilizou o canal Equator no YouTube onde vários vídeos recriam figuras históricas – mostrando não apenas o aspecto que tinham, mas também a forma como soavam ao falar. O inglês antigo, por exemplo, soa muito diferente do que ouvimos atualmente.
Aqui está uma lista de todas as línguas já recuperadas pelo software e, mais abaixo, um vídeo exemplificativo deste feito:
- Nórdico Antigo
- Maia
- Latim
- Chinês Médio
- Inglês Antigo
- Japonês Antigo
- Eslavo Eclesiástico Antigo
- Língua Proto-Celta
- Egípcio Antigo
- Língua Ryukyuan
- Grego Antigo
- Língua Fenícia
- Língua Hitita
- Quechua
- Língua Acadiana
- Proto-indo-europeu
- Sabaico
- Sanscrito
- Aramaico, a “língua de Jesus”
- Sumério
- Chinês Arcaico
- Ge’ez, ou Etíope Clássico
- Gótico
O vídeo é uma ótima maneira de visitar o passado e também um lembrete de que o nosso idioma vai continuar a evoluir. E um dia, num futuro não tão distante, quem sabe não vão surgir imagens antigas de pessoas a falar o inglês e português em 2023 e não terão ideia do que estão a ouvir. No vídeo, as línguas são faladas por recriações geradas por computador de pessoas que viveram naquela época.
Da cadência misteriosa dos hieróglifos egípcios à beleza lírica do latim, estes ecos do passado transportam-nos para uma realidade linguística muito distante. A herança linguística dos nossos ancestrais e civilizações antigas está, aqui, recuperada.
Fonte: UpWorthy
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Diálogo entre mídias da China e Países de Língua Portuguesa “Conexão com o Mundo e a Época”
Fonte: CMG Published: 2023-06-08 16:26:01
No dia 8 de junho, o Centro de Programação em Línguas Europeias e Latino-Americanas do Grupo de Mídia da China (CMG) realizou um diálogo entre mídias da China e países de língua portuguesa intitulado “Conexão com o Mundo e a Época”. O evento contou com a participação de representantes da China, Portugal, Brasil e Moçambique, os quais discutiram sobre o fortalecimento do intercâmbio e da cooperação entre grupos de comunicação chineses e dos países lusófonos.
Assista ao evento aqui neste link, clique no vídeo!
https://portuguese.cri.cn/2023/06/08/ARTIhlHcROzAeWZqxKWOwK5K230608.shtml
MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA – 2023 (12ª EDIÇÃO)
A Ecofalante, organização não governamental sem fins lucrativos, foi fundada em 2003 com o objetivo de criar e trabalhar em projetos que contribuíssem para o desenvolvimento sustentável do planeta por meio da educação e da cultura. Dentro dessa proposta, nosso maior projeto é a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, que é o ponto de partida para nossos projetos educacionais.
Esses projetos acontecem ao longo do ano, como o Programa Ecofalante Universidades, a Mostra Escola, exibições com debates e atividades de formação em Etecs, CEUs, Fábricas de Cultura, entre outras instituições culturais. Nosso trabalho é desenvolvido através de leis de incentivo, e por meio de uma rede de parcerias com instituições que atuam nas áreas de meio ambiente, educação, cultura e mídia.
A Ecofalante é uma ONG que atua nas áreas de cultura, educação e sustentabilidade. Produzimos filmes, documentários e programas de televisão de caráter cultural, educativo e socioambiental. Damos consultorias a projetos nessas áreas. Fazemos formação de professores, exibições e debates em escolas, universidades e aparelhos culturais. Produzimos seminários e workshops sobre cinema, educação e sustentabilidade. Realizamos também o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais: a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental.
Visite a página da mostra: https://ecofalante.org.br/blog/12-mostra-ecofalante/
Filme “Terra rasgada: como avança o garimpo na Amazônia brasileira”
O filme “Terra rasgada” será exibido durante a 12ª MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA, de 1 a 14 de junho, em São Paulo. Serão 101 filmes no mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado à temática socioambiental com produções de 39 países.
O aumento do garimpo nas terras indígenas é alarmante. Segundo o projeto Mapbiomas, entre 2010 e 2020 a atividade cresceu 495% no interior dessas áreas protegidas — onde é ilegal. Para explicar esse fenômeno, a Aliança lançou, em 2023, o dossiê “Terra Rasgada: como avança o garimpo na Amazônia brasileira”.
A invasão garimpeira nessas regiões provoca danos socioambientais devastadores, e de diversas ordens. Além dos impactos sobre o meio físico — florestas, rios, igarapés —, há também o desmatamento, a poluição dos rios, a contaminação por mercúrio das comunidades locais, a disseminação de doenças – dentre elas a malária –, e a intensificação da violência no interior das terras indígenas. além de ataques violentos de garimpeiros.
A Aliança em Defesa dos Territórios foi formada em agosto de 2021, durante o acampamento Luta Pela Vida, em Brasília, pelas lideranças das Terras Indígenas mais afetadas pelo avanço do garimpo ilegal.
acesse aqui para saber mais e acessar o dossiê: https://acervo.socioambiental.org/acervo/documentos/terra-rasgada-como-avanca-o-garimpo-na-amazonia-brasileira?mc_cid=f59a5c9ee6&mc_eid=5d2da5a415
e veja também outras matérias sobre o filme:
Instituto Socioambiental
EBC
Terras Indigenas.org
https://terrasindigenas.org.br/en/noticia/218541
INSTITUTO HUMANITAS / UNISINOS
Boitempo
https://blogdaboitempo.com.br/2023/05/24/rasgos-remendos-e-costuras-indigenas/
Que língua os Yanomamis falam?
Dentro do grupo étnico yanomami, são falados seis idiomas nativos. Três deles estão ameaçados de desaparecer.
Em yanomama, um dos idiomas yanomamis, televisão é utupë taamotima thë (mostrador de imagens); garfo se diz pore nahasi (unha de fantasma); e hospital, hanɨpratima yano (casa onde [as pessoas] são cortadas).
Já a palavra para “helicóptero” é tixo, que significa “beija-flor”, exemplifica o Instituto Socioambiental (ISA), organização da sociedade civil que atua na defesa da diversidade socioambiental brasileira, no livro Línguas Yanomami no Brasil, publicado pelo instituto em 2020.
Os yanomamis formam um dos grupos linguísticos mais relevantes para o patrimônio etnolinguístico nacional, segundo afirma o ISA. No total, existem seis idiomas falados pelos moradores da Terra Indígina Yanomami: yanomami, sanöma, ninam, yanomam, ỹaroamë e yãnoma.
A informação é do projeto de pesquisa de 2019 intitulado “Diversidade Linguística na Terra Indígena Yanomami”, desenvolvido pelo ISA, em parceria com a Hutukara Associação Yanomami e outras organizações indígenas, que identificou a sexta língua falada por este povo no país: o yãnoma. O livro Línguas Yanomami no Brasil deriva deste projeto de pesquisa.
(Relacionado: Yanomamis levam turistas de volta ao cume mais alto do Brasil)
O projeto faz um perfil de cada língua da família yanomami e aponta uma grande diversidade de dialetos dentro dos idiomas identificados, com pelo menos dezesseis variações dialetais. Das existentes, a língua yanomami mais falada no Brasil é o yanomam, com cerca de 11 mil e 700 falantes.
Além disso, a pesquisa mostra que essas nuances de idioma se misturam em pelo menos nove zonas de bilinguismo no território. “Essas zonas são ilustrações eloquentes do intenso contato que os yanomamis têm entre si”, afirma Ana Maria Machado, antropóloga do ISA, em artigo publicado no site oficial do instituto.
Idiomas yanomamis estão ameaçados
O projeto do ISA avaliou, ainda, como está a saúde dos idiomas dessa família linguística. Entre as principais ameaças a que estão submetidos está a intensificação do contato com a sociedade não indígena.
Segundo diz a antropóloga do ISA, “as línguas em maior contato com os brancos, seja por estarem em regiões de fronteira da Terra Indígena Yanomami ou por terem um fluxo muito grande de relações com os não índios, são as mais ameaçadas”. Por exemplo, o yanomami falado no Alto Rio Negro e as três línguas do limite leste da Terra Indígena Yanomami – ninam, ỹaroamë e yãnoma – são as que estão sob maior risco.
(Leia também: Pode a música salvar uma língua em extinção?)
Além disso, o livro Línguas Yanomami no Brasil revela algumas misturas e a “yanomização” das palavras após o contato com os brancos (ou os napëpë, no idioma yanomami). Por exemplo, para “piloto de avião” se usa apiama xẽe e, ou literalmente “sogro do avião”. No caso, o avião estaria trabalhando a serviço de quem o pilota porque, na cultura yanomami, os genros devem trabalhar para seus sogros.
https://www.nationalgeographicbrasil.com/cultura/2023/05/que-lingua-os-yanomamis-falam