Governo ucraniano promete reforçar direitos da língua russa no país
KIEV, 18 Abr (Reuters) – O presidente e o primeiro-ministro interinos da Ucrânia ofereceram nesta sexta-feira algumas de suas promessas mais enfáticas de que irão reforçar os direitos constitucionais de uso da língua russa em um esforço para apaziguar os protestos separatistas.
Em um pronunciamento conjunto na TV, o presidente, Oleksander Turchinov, e o premiê, Arseny Yatseniuk, pediram unidade nacional, exortaram as pessoas a refrear a violência e disseram que irão apoiar uma mudança constitucional e atribuir mais poder a conselhos locais, incluindo o controle sobre sua língua oficial, exigência central dos manifestantes falantes de russo do leste do país.
“O governo ucraniano está preparado para conduzir uma reforma constitucional abrangente que reforçará os poderes das regiões”, disse Yatseniuk. Isso incluiria dar poderes executivos às autoridades locais eleitas, em vez dos atuais ocupantes de cargos indicados pelo governo central, declarou.
“Iremos reforçar o status especial da língua russa e proteger essa língua”, afirmou o premiê.
Atualmente, milhões de ucranianos, incluindo muitos que não se consideram etnicamente russos, têm o russo como idioma principal e o direito de usá-lo para certos propósitos oficiais nas regiões onde os falantes de russo são maioria.
A Constituição já contém algumas proteções ao russo e outras línguas, mas nomeia o ucraniano, um idioma que provém de um ramo de línguas eslavas, como única língua oficial do Estado.
Muitos falantes de russo temiam que a queda do presidente, apoiado pelo Kremlin, em fevereiro, poderia prejudicar seus interesses, especialmente depois que nacionalistas ucranianos no Parlamento fizeram uma tentativa em vão de aprovar um projeto de lei abolindo os direitos da língua russa.
Turchinov expressou decepção pelo fato de o Parlamento não ter conseguido apoiar por unanimidade nesta sexta-feira um rascunho das reformas propostas. O ex-governista Partido das Regiões, cuja base está no leste falante de russo, disse que as propostas eram insuficientes. O partido quer que o russo tenha status igual ao ucraniano.
Comentando a chegada da Páscoa no domingo, Turchinov disse: “Pedimos a todos os cidadãos que estendam suas mãos uns para os outros, que contenham ações radicais e a linguagem do ódio”.
Ele destacou seu desejo de “uma Ucrânia unitária” – frase que combina a promessa de descentralização com uma rejeição da estrutura federal proposta por alguns moradores do leste e pela Rússia. Kiev diz que isso levaria a uma interferência contínua da Rússia e ao rompimento do Estado ucraniano.
“Para alcançar a paz e a compreensão entre os cidadãos da Ucrânia, conselhos regionais, municipais e distritais terão o direito de decidir conceder, dentro de uma área em particular e junto ao ucraniano, o idioma estatal, um status oficial à língua russa ou outra língua falada pela maioria da população local”.
Uma variedade de idiomas é falada em certas partes da Ucrânia, principalmente húngaro, romeno e eslovaco no oeste.
Fonte:http://br.reuters.com Por Alastair Macdonald e Pavel PolityukDa Libras ao português
Novos materiais bilíngues prometem ampliar as possibilidades de comunicação entre pessoas surdas e ouvintes
Por Camila Ploennes
O professor Rafael Dias conversa com Pamela: sinal de “correto” para a resposta da aluna
É a última aula de terça-feira para o 2º ano A da Escola Estadual Dom João Maria Ogno, na Vila Esperança, zona leste de São Paulo. O professor de geografia Paulo Afonso Del Pino escreve na lousa um resumo sobre as máfias japonesa, russa, italiana, até que a lousa acabe e ele apague tudo para, em seguida, escrever mais. Os alunos participam desse ciclo de cópia, cada um a seu modo – uns conversam ou jogam bolinhas de papel no lixo, outros checam o celular ou simplesmente reproduzem no caderno as frases do quadro-negro.
No meio de uma sentença, Pamela de Souza Alexandre, de 18 anos, para de copiar, franze a testa e aponta em suas anotações a palavra “gangue” para o professor Rafael Dias Silva, que explica, com as mãos, que aquele conjunto de letras descende da língua inglesa, é sinônimo de “quadrilha” e significa um grupo organizado de malfeitores.
Contraste
A primeira língua de Pamela é a Libras, a Língua Brasileira de Sinais. A surdez não a impediu de aprender a ler e escrever em português, embora a deficiência influa para esse aprendizado ser difícil e mais tardio. Ela está a um ano do vestibular. Mas sua alfabetização em língua portuguesa começou de forma efetiva há praticamente um ano. Pamela chegou ao ensino médio sem compreender sentenças simples na lousa e sem entender plenamente as quatro operações básicas de matemática. Hoje, resolve logaritmos. E o que faz a diferença nessa história é a atuação do professor interlocutor de Libras durante todas as aulas do curso regular, profissional inexistente na escola onde Pamela cursou o fundamental.
Educadores como Rafael e estudantes como Pamela são a cara viva da proposta para a inclusão de surdos nas escolas do país (leia quadro sobre o crescimento de matrículas abaixo). Só a EE Dom João Maria Ogno, onde Pamela estuda, conta com quatro professores interlocutores de Libras, incluindo a docente responsável pela sala de recursos. Não à toa, dois importantes dicionários estão a caminho do público este ano, vindos das mãos de quem está na linha de frente das salas de aula da escola e da universidade.
Língua e cultura turcas em festivais
A Língua e Cultura turcas se farão presentes em festivais. Concorrentes foram selecionados para participar da 12 ª Olimpíada da Língua Turca.
Alunos estudantes de turco e que desejam competir na Olimpíada da Língua Turca anual, realizada na Turquia, em primeiro lugar competirão em seu país de origem. Os três países que selecionaram os finalistas foram a Alemanha, Moldávia e Uganda.
A Alemanha realizou a sua Olimpíada Cultural turco-alemã pela quarta vez em Olimpiahalle, no Olympiapark de Munique, sob os auspícios do Estado da Baviera e do Ministério da Educação, Ciência e Artes. Cerca de 10.000 pessoas estavam na platéia para assistir as músicas e as danças dos competidores.
Uma cerimônia de premiação foi realizada para os alunos que venceram em suas respectivas categorias na Olimpíada. Vários membros do Parlamento Europeu participaram do evento, incluindo İsmail Ertuğ do Partido Social Democrata (SPD), e os deputados federais alemães, como Florian Post (SPD), Doris Wagner (Verdes) e do chefe da Polícia de Munique Hubert Steiger, assim como os políticos do estado.
Apresentadores de televisão famosos alemães como Sabine Christiansen e Ali Bulut presidiram o evento. Em seu discurso de abertura realizado na cerimônia, especialista em educação Nilüfer Pekince disse que as Olimpíadas Culturais alemã-turca promove uma cultura de convivência.
Exposição em SP aproxima língua alemã dos brasileiros
“Alemanha de A a Z” apresenta cultura e história do país europeu por meio das 26 letras do alfabeto e introduz iniciantes ao cotidiano alemão. Mostra fica em cartaz até junho no Museu da Língua Portuguesa.
Começando pelo A, de Arbeit (trabalho), e passando por U, de Umwelt (meio ambiente), a exposição “Alemanha de A a Z” aborda os mais variados temas relacionados à cultura do país: de futebol e culinária a nazismo, imigração turca e Muro de Berlim.
Com objetos, vídeos, textos e áudios, a exposição interativa introduz iniciantes à vida na Alemanha. “Serve como uma primeira aproximação”, explica Susanne Gattaz, coordenadora educativa da mostra. Apesar de ser apenas uma introdução, “Alemanha de A a Z” não deixa de apresentar aspectos negativos da história e de certos traços culturais alemães.
Na letra O, de Ordnung (ordem), por exemplo, é possível ler um comentário crítico sobre o país: “Pesquisas mostram que três quartos de todos os alemães acima de 14 anos consideram a ordem uma virtude, mas quando se trata deles mesmos, fazem vista grossa.”
Para as estudantes Beatriz e Juliane, de 15 anos, a exposição permitiu conhecer um pouco mais da Alemanha. “Só sabíamos do nazismo, porque aprendemos no colégio. Agora deu para ver que tem muito mais coisa”, disseram. Elas ficaram curiosas com a pronúncia e as músicas. “Não entendi muita coisa, mas achei legal”, conta Juliane.
Confederação Ibero-americana de Comunicação reúne 700 investigadores em Braga
A afirmação do português e do espanhol como línguas do pensamento, criação, conhecimento e cultura vai juntar mais de 700 investigadores, na Universidade do Minho, no 2º congresso da Confederação Ibero-americana de Associações Cientificas e Acadêmicas de Comunicação (Confirbercom).
Sob o tema “Os desafios da Internacionalização”, investigadores de 20 países vão “partilhar conhecimento” com o intuito de “contrariar” a construção de um mundo global “hegemonicamente” de língua inglesa, adianta a academia minhota, em comunicado enviado hoje à agência Lusa. Assim, segundo o presidente da Confirbercom, Moisés de Lemos Martins, as Ciências da Comunicação têm a “responsabilidade política e cívica” de construir uma comunidade científica ibero-americana.
“Uma língua que não se esforce para dizer os avanços do nosso tempo e também as contradições e inquietações, assim como os seus bloqueios e os seus impasses, uma língua que não tenha pensamento, não cria conhecimento, torna-se arcaica, estiola e morre”, salienta o responsável. Para Moisés de Lemos Martins, “o fortalecimento de uma comunidade ibero-americana contraria a ideia única de um mundo globalizado monocolor, hegemonicamente falado em inglês”.
Por isso, o responsável deixa um alerta. “As Ciências da Comunicação têm a responsabilidade de concorrer para a construção da comunidade científica ibero-americana sólida, interrogando em português e espanhol os modos como nos distintos países deste espaço transcontinental interagimos uns com os outros e neles fazemos comunidade”, referiu.
Durante os quatro dias de congresso vão ser apresentadas mais de 900 comunicações em 160 sessões de grupos temáticos. Brasil, Portugal, Espanha e México lideram o número de inscrições registando-se ainda uma “presença substancial” de investigadores da Venezuela, Colômbia, Argentina, Peru e Equador.
Fonte: RTP.
Carlos Faraco assume a coordenação da Comissão Nacional do Instituto Internacional da Língua Portuguesa.
O Professor e ex-Reitor da UFPR, Carlos Alberto Faraco, assumiu a coordenação da Comissão Nacional Brasileira do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, órgão da CPLP-Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, por indicação do Ministério das Relações Exteriores.
O Ministério das Relações Exteriores tinha a prerrogativa de indicação do nome para assumir a coordenação desta Comissão Nacional, que tem entre seus membros seis especialistas da área, indicados pelos Ministérios da Educação, da Cultura e das Relações Exteriores, pois cada Ministério poderia indicar dois integrantes.
Faraco salienta que ao assumir esta coordenação leva consigo e com orgulho o nome de nossa instituição Universidade Federal do Paraná. O Gabinete do Reitor da UFPR se pronunciou dizendo que o histórico acadêmico de Faraco, o coloca merecidamente nesta posição de destaque e que a história a acadêmica de Faraco está intimamente ligada a UFPR.
Ele possui graduação em Letras Português/Inglês pela PUC-PR (1972), mestrado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (1978), doutorado em Linguística – University of Salford (1982), pós-doutorado em Linguística na University of California (1995-96) e é Professor Titular (aposentado) da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: Bakhtin, discurso, dialogismo, ensino de português e linguística.
Fonte: IILP.