Mesa-Redonda Ações para valorização das línguas brasileiras
É amanhã, 18/11, às 16h, acontecerá a Mesa-Redonda Ações para valorização das línguas brasileiras, com a participação de Altaci Corrêa Rubim, Cléo Vilson Altenhofen, Marcus Vinicius B. Nascimento, Doralina Fernandes Barreto Regis e moderação de Rosângela Morello. A mesa acontece como parte do webnário promovido pela ENDPU e IPOL para discutir a proposição de políticas públicas em prol dos direitos linguísticos no Brasil. Participe! O divulgue o evento!
Mesa-Redonda Línguas Brasileiras: Políticas de reconhecimento institucional e reparação histórica
É amanhã, 11/11, às 16h, acontecerá a Mesa-Redonda Línguas Brasileiras: Políticas de reconhecimento institucional e reparação histórica, com a participação de Bernardina Leal, Julia Soares, Letícia Sá, Rosângela Morello, Marcus Vinicius Carvalho Garcia e moderação de André Porciúncula. A mesa acontece como parte do webnário promovido pela ENDPU e IPOL para discutir a proposição de políticas públicas em prol dos direitos linguísticos no Brasil. Participe! O divulgue o evento!
NOVAS DATAS – Webinário Direitos Linguísticos e Direitos Humanos
É com alegria que informamos as novas datas das sessões do webnário “Direitos Linguísticos e Direito Humanos – por políticas compensatórias à repressão linguística no Brasil” , esperamos vocês nos dias 11 de novembro e 18 de novembro às 16 horas.
COMUNICADO IMPORTANTE – Webinário Direitos Linguísticos e Direitos Humanos
Informamos que, por motivos alheios a nossa vontade, as duas sessões restantes do webnário “Direitos Linguísticos e Direito Humanos – por políticas compensatórias à repressão linguística no Brasil” previstas para os dias 28 de outubro e 4 de novembro estão temporariamente suspensas.
Informamos ainda que tão longo novas datas se confirmem, divulgaremos amplamente em nossos canais.
Para o povo Krenak, justiça chega meio século depois
Em 13 de setembro, a juíza Anna Cristina Rocha Gonçalves condenou o Governo Federal, o governo do estado de Minas Gerais e a Fundação Nacional do Índio (Funai) pelos crimes cometidos contra o povo Krenak no sudeste de Minas Gerais durante a ditadura militar (1964 a 1985). Ela ordenou que o Governo Federal organize uma cerimônia de desculpas públicas com cobertura nacional.
“A justiça, embora lenta, está sendo feita”, disse o líder indígena Geovani Krenak, neto de Jacó Krenak, à Mongabay. “O espírito de nossos guerreiros assassinados, como meu avô, [agradece] essa decisão.”
Falar na língua Krenak, beber álcool, manter relações sexuais, ficar ocioso (“vadiagem”), desrespeitar o toque de recolher, deixar o local sem permissão prévia e resistir à ocupação de suas terras por fazendeiros eram atitudes proibidas pelos militares da época, de acordo com relatórios e depoimentos de testemunhas. Confinamento arbitrário, tortura e espancamento eram punições comuns. Muitos Krenaks morreram nos campos, embora os números exatos ainda sejam desconhecidos.
A decisão, tomada em 13 de setembro, também ordenou que a Funai conclua o processo de demarcação da Terra Indígena Sete Salões, além de uma série de medidas para reabilitar a língua e a cultura Krenak.
A Advocacia Geral da União (AGU), que representa o governo federal e a Funai no caso, confirmou que recebeu a decisão, mas recusou-se a comentar. “Qualquer eventual manifestação ocorrerá no âmbito do caso”, escreveu o gabinete da AGU à Mongabay em um e-mail. A Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais não respondeu aos pedidos de comentário da reportagem.
Pelo menos 8.350 indígenas foram mortos durante a ditadura militar, e muitos mais perderam suas terras ou foram torturados, de acordo com o relatório da Comissão Nacional da Verdade de 2014.
Minas Gerais foi palco de algumas das medidas mais cruéis. Em 1969, o militar Manoel dos Santos Pinheiro criou os campos de concentração indígenas conhecidos como Reformatório Krenak e Fazenda Guarani, que abrigaram um total de 121 indivíduos de 17 etnias diferentes nos municípios de Resplendor e Carmésia, de acordo com dados de uma pesquisa acadêmica compilados pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica.
Os indígenas considerados rebeldes pelo regime militar eram enviados sem julgamento a esses dois campos de concentração, de acordo com provas constantes de um processo apresentado pelo Ministério Público Federal em 2015. “Os indígenas não eram submetidos a julgamento. Eles não tinham direito de praticar sua cultura e rituais, nem mesmo de falar sua própria língua”, diz o promotor federal Edmundo Antônio Dias, um dos coautores do processo.
O regime militar também criou a Guarda Rural Indígena, um grupo de indígenas treinados por oficiais militares para punir e torturar outros indígenas, o que causou uma ruptura nos modos de auto-organização e resistência entre as comunidades indígenas, dizem os promotores. Durante a cerimônia de graduação da primeira turma da Guarda Rural Indígena, um homem preso pelas mãos e pés num cabo de madeira – método de tortura chamado pau-de-arara – foi apresentado aos oficiais, que foram capturados em filme pelo antropólogo Jesco Von Puttmaker em 1970.
Num testemunho que fez parte do processo, Douglas Krenak, outro dos netos de Jacó Krenak, contou as violações que seu avô sofreu nas mãos do regime: “Ele chegou em casa e dois militares o aguardavam. Pediram que ele ajoelhasse e assoprasse, dizendo que estava embriagado. Ele então teve as mãos amarradas com uma corda presa à sela de um cavalo e foi arrastado pela aldeia até a prisão, onde foi detido.”