Patrimônio Imaterial

Roda de Conversas – I Encontro do Grupo de Trabalho Nacional para a Década Internacional das Línguas Indígenas (DILI – 2022-2032)

 

 

Assista a primeira Roda de Conversas em que integrantes do GT Nacional e Convidados compartilham seus projetos e ideias para revitalização e retomada das línguas indígenas

 

 

Edital do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI) 2023

 

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anuncia a realização da 12ª edição do edital de chamamento público para o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI) que conta com uma linha de *apoio a projetos de pesquisa sociolinguística que utilizem como referência o Guia do Inventário Nacional da Diversidade Linguística.. Com investimento de R$ 7,5 milhões, o edital visa ao desenvolvimento de projetos para salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. Podem submeter propostas órgãos dos governos federal, estaduais, universidades e outras instituições de ensino superior, organizações da sociedade civil, agências de desenvolvimento e organizações privadas ligadas à cultura e à pesquisa. As inscrições vão de 26 de julho a 8 de setembro de 2023.

Siga para a página do edital: https://www.gov.br/iphan/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programas/edital-do-programa-nacional-de-patrimonio-imaterial-pnpi-em-2023

SUMAÚMA: a reportagem criada no coração da Amazônia

Foto principal: Eliane Brum e Jonathan Watts (Arquivo Sumaúma)

 

Por RAUL GALHARDI     Apr 30, 2023 em REPORTAGEM DE MEIO AMBIENTE

O jornalismo é uma ferramenta poderosa para dar voz àqueles que muitas vezes são deixados de lado e para chamar a atenção de questões negligenciadas. Com o objetivo de amplificar as vozes da Amazônia e recentralizar os valores a partir da floresta, foi criada a Sumaúma, plataforma de jornalismo trilíngue que mostra a região amazônica não como um recurso a ser explorado, mas como um lugar de vida pujante e diversidade cultural.

O veículo foi lançado em setembro de 2022 em Altamira, no Pará, por Eliane Brum, consagrada jornalista independente do Brasil, que vive no local desde agosto de 2017, e Jonathan Watts, jornalista britânico, editor de meio ambiente do The GuardianSumaúma é o nome de uma das maiores árvores da floresta amazônica. Nas explicações encontradas no próprio website: “Basta pronunciar a palavra sumaúma (também chamada de samaúma, em algumas regiões) na Amazônia, para que cada pessoa conte uma história”. E foi justamente por isso que este foi o nome escolhido para a plataforma de jornalismo.

Siga a leitura da matéria em: https://ijnet.org/pt-br/story/sumaúma-reportagem-criada-no-coração-da-amazônia

___________

 

ÁRVORE SUMAÚMA PARA AMAZONÁRIO. ILUSTRAÇÃO: HADNA ABREU

 

Sumaúma, quem somos

Na apresentação da proposta de Sumaúma, uma plataforma de jornalismo do centro do mundo atenta a floresta primeiro, está escrito:

“É isso que nós, fundadoras e fundador da plataforma SUMAÚMA, fomos, na trajetória pessoal de cada uma/m; é isso que queremos ser juntes. Mas quem somos nós? Jornalistas com décadas de profissão que compreenderam que, diante da emergência climática e da sexta extinção em massa de espécies, precisam criar algo diferente. Queremos fazer mais do que já fizemos, estamos comprometidos em dedicar nossa vida à grande batalha que coube às atuais gerações. Entendemos que precisamos atuar com mais força em defesa das crianças que já nasceram e das crianças que ainda nascerão – e SUMAÚMA é a nossa resposta.

Nossos valores podem ser resumidos em duas palavras: floresta primeiro. A floresta – sua natureza e seus povos – precisa vir antes do mercado. Essa é uma abordagem baseada tanto na ciência climática de ponta, quanto no pensamento indígena tradicional. Há, porém, ameaças poderosas e violentas de empresas e corporações, de governos e de políticos, do crime organizado.

Como jornalistas, nos posicionamos ao lado dos povos-floresta na linha de frente da guerra movida contra a natureza. Essa guerra, segundo o Map Biomas, em 2021 assassinou 18 árvores por segundo na floresta e, neste momento, quase certamente mata um número maior. Essa guerra está obrigando as borboletas a apagar suas cores e se converter em pardas e cinzas, os tons da floresta queimada, para se mimetizar e sobreviver. Essa guerra, em vez de tanques usa tratores e motosserras; em vez de aviões com bombas tradicionais, pulveriza agrotóxicos sobre a terra, os rios e os povos; em vez de navios de combate, usa dragas de garimpo e corrói a saúde dos rios com mercúrio; em vez de soldados tradicionais, usa jagunços a soldo e policiais convertidos em milicianos pela usurpação do Estado. Essa guerra é hoje um massacre, dada a desproporção das forças, e este massacre precisa acabar.”

Siga a leitura na página Manifesto do site: https://sumauma.com/quem-somos/

…..

 

Deixei a Amazônia, onde se anunciava a temporada de fogos criminosos, para uma viagem de uma semana ao extremo sul do Brasil. Desembarquei a poucas horas do início de um ciclone, na semana passada. Não pude dormir à noite porque o vento uivava, as janelas batiam e era impossível deixar de imaginar o sofrimento daqueles que viviam nas regiões e casas mais vulneráveis. No dia seguinte, porém, a maioria não parecia especialmente preocupada, apesar de as aulas terem sido suspensas na rede pública. Ao expressar minha preocupação com a falta de preocupação, ouvi uma explicação que se repetiu na boca de diferentes pessoas: “Ah, é que o ciclone do mês passado foi muito pior do que este”.

É fácil imaginar que em breve, muito em breve mesmo, essas mesmas pessoas passarão a comentar que o ciclone da semana passada foi pior do que o atual. E que logo poderão discutir se o ciclone de ontem – ou de algumas horas atrás – foi mais ou menos destrutivo que o de agora. Soa como se os eventos extremos começassem a se normalizar no senso comum, mas não porque exista uma adaptação consciente para evitar um futuro hostil para as novas gerações daqui a apenas alguns anos, e sim pela mais brutal alienação.

 

Conheça o Guariba! uma visão não humana da história da Amazônia.

SUMAÚMA segue a jornada de um macaco enquanto ele explora sua casa-floresta e tenta entender os humanos que o ameaçam, confira:

Apresentando Guariba: uma visão não humana da história da Amazônia

Conheça o Amazonário:

https://sumauma.com/amazonario/

Estado do Amazonas passa a ter 17 línguas oficiais

 

Estado do Amazonas passa a ter 17 línguas oficiais
Ato na última quarta-feira 19 oficializou 16 delas

POR AGÊNCIA BRASIL

A partir de agora, o estado do Amazonas tem 17 línguas oficiais. E o português é apenas uma delas. Dezesseis línguas indígenas foram incluídas como oficiais em ato realizado nesta quarta-feira 19, em São Gabriel da Cachoeira, que fica a 800 quilômetros de Manaus e é considerada a cidade mais indígena do Brasil.

 

Saiba mais puxando a rede:

Leia a matéria na fonte da Agência Brasil EBC: https://agenciabrasil.ebc.com.br/es/geral/noticia/2023-07/estado-brasileno-de-amazonas-tiene-17-lenguas-oficiales

Carta Capital: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/estado-do-amazonas-passa-a-ter-17-linguas-oficiais/

Lançada a Constituição brasileira traduzida para a língua indígena o Nheengatu

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(Informações do STF)

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, lançará a primeira tradução oficial da Constituição Federal em língua indígena na próxima quarta-feira (19), em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. A ministra Cármen Lúcia também participará do evento, que integra uma série de atividades das ministras no estado dedicadas aos povos originários.

A tradução da Constituição foi feita por indígenas bilíngues da região do Alto Rio Negro e Médio Tapajós, na língua Nheengatu, conhecida como o tupi moderno.

A iniciativa visa promover os direitos dos povos indígenas no marco da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032) das Nações Unidas. Busca também cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16 da Agenda 2030, que tem como finalidade promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

O projeto foi realizado em parceria com o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) e a Escola Superior da Magistratura do Estado do Amazonas, e conta com o apoio institucional da Fundação Biblioteca Nacional e da Academia da Língua Nheengatu.

“A nossa Constituição Cidadã de 1988 expressa os anseios da sociedade brasileira, em sua pluralidade e diversidade, formada ao longo dos séculos por grupos sociais das mais variadas origens étnicas, que lograram resistir à colonialidade e à escravidão. Ao traduzir a nossa Lei Maior ao idioma nheengatu, preservado por inúmeras comunidades distribuídas por toda a Região Amazônica, buscamos efetivar a igualdade em sentido substantivo, assegurando o acesso à informação e à justiça e permitindo que os povos indígenas conheçam os direitos, os deveres e os fundamentos éticos e políticos que dão sustentação ao nosso Estado Democrático de Direito”, afirmou a ministra Rosa Weber.

 

 

 

 

 

 

 

 

Agenda

Após o lançamento da Constituição Federal na língua Nheengatu, a presidente do STF participará da sanção da Lei Estadual de cooficialização das línguas Indígenas e instituição da Política Estadual de Proteção das línguas indígenas no Estado do Amazonas. Em seguida, ela receberá o 1º Protocolo de Consulta da Federação das Organizações dos Povos Indígenas do Rio Negro, na Maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN).

À presidente Rosa Weber será apresentada, na sede do Instituto Socioambiental (ISA), a “Carta de São Gabriel da Cachoeira”, documento que será levado para análise do Fórum Nacional do Poder Judiciário para Monitoramento e Efetividade das Demandas relacionadas aos Povos Indígenas (Fonepi). Ela participará ainda de uma Roda de Conversa com Indígenas Comunicadores da Rede Wayuri.

No Amazonas, a ministra vai inaugurar os Escritórios Sociais de São Gabriel da Cachoeira, Maués e Parintins, espaços multisserviços para atendimento a pessoas egressas do sistema prisional e seus familiares, em particular indígenas que tenham vivenciado a experiência do cárcere.

Por fim, participará de reunião com as lideranças indígenas Yanomami na Aldeia Maturacá.

Meio ambiente

O compromisso de publicar uma versão em língua indígena da Constituição Federal foi feita pela presidente do STF em março deste ano, na Amazônia, local de sua primeira viagem oficial como presidente do STF.

Na ocasião, ela expressou imensa preocupação com o meio ambiente e lançou cartazes, traduzidos em línguas indígenas, que informam sobre os direitos dos presos em audiências de custódia, bem como sobre trabalho, renda, educação, saúde, moradia e benefícios socioassistenciais.

https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=510638&ori=1

 

Saiba mais Puxando a Rede:

Agência Brasil EBC: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-07/constituicao-brasileira-e-traduzida-pela-1a-vez-para-lingua-indigena

EBC: https://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-brasil-tarde/2023/07/constituicao-federal-e-traduzida-para-idioma-indigena-nheengatu

Jurinews: https://jurinews.com.br/stf-noticias/presidente-do-stf-destaca-momento-historico-para-o-brasil-apos-lancar-primeira-constituicao-em-lingua-indigena/

Jurinews: https://jurinews.com.br/stf-noticias/stf-e-cnj-lancara-primeira-constituicao-federal-em-lingua-indigena-no-amazonas/

TV Cultura: https://www.youtube.com/watch?v=yJnsRa_X9n8

Pronunciamento da Ministra Rosa Weber, presidente do STF: https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/MinRosaWeber_Amazonia.pdf

Site Ambiente do Meio: https://ambientedomeio.com/2023/07/21/constituicao-brasileira-traduzida-para-a-lingua-indigena-o-nheengatu/

Site 18horas: https://18horas.com.br/amazonas/lei-que-inclui-16-linguas-indigenas-como-oficiais-no-amazonas-e-sancionada/

 

As línguas imigrantes no Português do Brasil

Publicado em 17 de julho de 2023 – Museu da Língua Portuguesa

A história da língua portuguesa falada no Brasil é profundamente marcada pelo contato com outros povos, como os indígenas, africanos ou daqueles que para cá migraram nos últimos séculos. Neste artigo, você verá a imensa contribuição das culturas e línguas daqueles que vieram para o Brasil em busca de uma nova vida

A história de uma língua é inseparável da de seus falantes, daqueles que a herdaram, a modificaram e a recriaram ao longo do tempo. Neste quarto arco narrativo, vamos continuar nossa viagem pela formação histórica da nossa língua (confira também o primeiro, o segundo e o terceiro), dessa vez caminhando pela presença de imigrantes na língua portuguesa apresentada na experiência Português do Brasil, da exposição principal do Museu da Língua Portuguesa. 

Imigrantes a bordo de um navio, em que se percebe uma maior concentração de pessoas na parte da proa da embarcação, 1905 / Foto de Waldemar Abegg/akg-images 

Panorama
A partir da segunda metade do século XIX, ocorreram fluxos migratórios de trabalhadores europeus e asiáticos. Entre 1850 e 1950, movidos por dificuldades econômicas, conflitos étnicos e guerras, sem condições de permanecer em seus países ou desejosos de melhorar de vida, milhões de italianos, alemães, japoneses, sírios, libaneses, chineses e poloneses, entre outros, instalaram-se no Brasil. Os imigrantes e seus descendentes criaram raízes, e muitos de seus traços linguísticos foram incorporados ao modo de falar o português nas terras brasileiras.No vídeo abaixo, o historiador Boris Fausto apresenta como se deu esse processo, com as especificidades de cada povo.

(texto extraído do site MUSEU)

Siga a leitura diretamente na página do Museu:

https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/as-linguas-imigrantes-no-portugues-do-brasil/

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