Documentário “Entre rios e palavras: as línguas indígenas no Pará em 2021”
Este documentário apresenta um panorama das línguas indígenas faladas no Estado do Pará em 2021. Pesquisadores indígenas e não-indígenas debatem sobre os processos históricos de silenciamento e de resistência que envolvem o governo das línguas na região e no Brasil. Nesta abordagem, a língua é tomada não apenas como uma estrutura linguística, mas sim como uma prática cultural fundamental para as cosmologias indígenas, compreendida como a tradução de suas alegrias, de suas dores e de suas transformações históricas.
Muito antes da colonização, as sociedades indígenas já se organizavam pelos leitos dos rios da Amazônia e eles representavam os espaços privilegiados por onde circulavam as línguas indígenas. Hoje, continuam espraiadas pelos rios da região, se apropriando e ao mesmo tempo estabelecendo estratégias de defesa em relação às palavras estrangeiras, que para cá trouxeram novas formas de vida e de morte.
Assista no canal no YOUTUBE do GEDAI – Grupo de Estudo Mediações, Discursos e Sociedades Amazônicas
IV Encontro de Professores e Intérpretes de Línguas Indígenas de Roraima
Já está disponível o 1º dia de discussões do IV Encontro de Professores e Intérpretes de Línguas Indígenas de Roraima, confira aqui !
Mesa 1 – ABERTURA (OPIRR, CIR, OMIRR) Mediação Larissa Guimarães (Iphan-RR; PPGAS/UFAM)
Mesa 2 – LÍNGUAS INDÍGENAS DE RR EM TESES, DISSERTAÇÕES E TCCS
Tereza Pereira De Souza
Felipe Souza Waiwai
Jama Peres Pereira
Mediação Adine da Silva Ramos
Prêmio de Literaturas Indígenas da América prorroga inscrições
Organizado pela Universidade de Guadalajara, prêmio tem o objetivo estimular a criação literária de escritoras e escritores em línguas indígenas. Qualquer escritor(a) indígena do continente americano tem até 31/08 para se inscrever.
A comissão do Prêmio de Literaturas Indígenas da América (PLIA) prorrogou o prazo de inscrições da edição deste ano até o dia 31 de agosto. Organizado pela Universidade de Guadalajara em parceria com os Ministérios da Cultura e Educação de Jalisco, com o Instituto Nacional de Línguas Indígenas (INALI) e o Instituto Nacional dos Povos Indígenas (INPI), o prêmio tem como objetivo estimular a criação literária de escritoras e escritores em línguas indígenas. Nesta edição, serão premiados trabalhos no gênero crônica, com tema livre, podendo ser gravado ou escrito, no idioma do autor. Assim, todos os escritores dos povos indígenas do continente americano podem participar, independentemente do seu local de residência atual. Seus trabalhos devem expressar ou recriar os elementos estéticos, semânticos e discursivos da cultura e da língua do participante, bem como contribuir para o desenvolvimento, promoção e difusão literária na língua indígena. Os interessados podem se inscrever clicando aqui.
Via PUBLISHNEWS
Live de lançamento da “Década Internacional das Línguas Indígenas no Brasil – 2022-2032”
É com imenso prazer que convidamos para a Live de lançamento da “Década Internacional das Línguas Indígenas no Brasil – 2022-2032”. Nessa live, apresentaremos a equipe executiva formada por indígenas, dentre eles/as pesquisadores/as, professores/as, estudantes, que têm construído uma articulação nacional, desde abril deste ano, com representantes das cinco regiões do país. Essa iniciativa autônoma tem reafirmado o protagonismo dos povos indígenas nas ações para a Década.
Las lenguas indígenas del Perú: Avances y desafíos
Les invitamos a la sexta clase maestra “Las lenguas indígenas del Perú: Avances y desafíos” , coorganizada por el Festival Internacional de Música de Alturas, UNESCO en Perú y el Ministerio de Cultura del Perú en el marco del Decenio Internacional de las Lenguas Indígenas (2022 – 2032).
Estará a cargo de Gerardo García Chinchay, director de la Dirección de Lenguas Indígenas del Ministerio de Cultura del Perú, y contará con la participación de Enrique López-Hurtado, Coordinador del Cultura de UNESCO en Perú.
Sábado, 14 de agosto, 6:00 p.m.
Inscripción: https://bit.ly/ClaseMaestra06
Transmisión Vía Zoom y Facebook Live de Festival Internacional de Música de Alturas / FIMA, Lima – Perú
Dicionários de línguas indígenas estão disponíveis para download gratuito
Segundo a USP, estima-se que, antes da vinda dos portugueses, havia entre 600 a mil línguas sendo faladas pelos nativos indígenas

Foto: Reprodução
Adna Fernandes e Malu Souza / Agência UniCEUB
Com o objetivo de sensibilizar o país para a Década Internacional das Línguas Indígenas (2020-2032), o Museu do Índio, da Funai, desenvolveu quatro aplicativos com dicionários das línguas Guató, Ye’kwana, Sanöma e Kawahiva.
Segundo um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), de 2020, estima-se que, no período que antecede a vinda dos portugueses para o Brasil, havia entre 600 a mil línguas sendo faladas pelos nativos indígenas.
Antes que esses povos fossem colonizados, eles possuíam as próprias tradições; vestimentas; comidas; músicas; rituais e, é claro, as línguas tradicionais, criadas pelos ancestrais.
Histórico de lutas
Segundo a professora de linguística Flávia de Castro, o estudo sobre essas línguas é importante, porque, isso dá a possibilidade de conhecer a diversidade cultural do Brasil. “Isso inclui também ter conhecimento histórico, de reivindicações, de lutas”, afirma.
As linguagens indígenas diferem da língua que estamos acostumados a falar e escrever e, assim como o português, os idiomas desses nativos são riquíssimos, carregados de muita identidade.
Os aplicativos
Foram implementados quatro aplicativos, cada um com uma língua indígena diferente, desenvolvidos pelo Museu do índio da Funai, com o intuito de traduzir palavras dessas línguas (Guató, Ye’kwana, Sanöma e Kawahiva), para o português.
As tecnologias se encontram disponíveis para download no Google Play, de forma gratuita. Assim, o aprendizado dessas línguas, mesmo que básico, fica mais acessível e simplificado.
A construção de cada aplicativo contou com uma equipe de pesquisadores indígenas, não indígenas e por pessoas sábias das tribos.
O desenvolvimento de cada dicionário demandou a organização de oficinas com a pretensão de reunir todo o conhecimento necessário para aplicar na descrição de cada palavra, da fonética, na contextualização e para a gravação dos áudios.
Conheça o projeto de documentação das línguas indígenas
Em entrevista para o Museu do Índio, o pesquisador Helder Perri, principal responsável pela estrutura da Plataforma Japiim, destacou a importância do trabalho como devolução aos povos indígenas do resultado das pesquisas:
“Acredito que o dicionário digital possa aumentar o acesso dos povos indígenas ao material que se pesquisa e documenta sobre sua própria língua”, contou.
A professora Flávia de Castro, que também já teve a oportunidade de pesquisar sobre línguas indígenas, explica que o respeito às tradições é forma de resistência. “É interessante saber o que os povos indígenas pensam sobre essas pessoas, que não são nativas em suas tribos, que tem acesso a esses conhecimentos tradicionais. Isso também não é uma questão simples, temos que levantar”.
A pesquisadora também lembra de outra tecnologia envolvendo as linguísticas indígenas, a opção de celulares serem configurados nesses idiomas. Hoje, empresas que fornecerem smartphones inseriram as línguas Nheengatu, ou Tupi moderno, e o Kaingang, como alternativa de uso.
Os povos indígenas no Brasil
O Instituto Socioambiental (ISA) do Brasil disponibiliza todos os dados a respeito dos povos indígenas que existem no país, como políticas, direitos, iniciativas, terras e, acessando o site, Povos Indígenas no Brasil, é possível encontrar o nome de todas as tribos existentes, divididas por estado e todas as línguas, que são faladas por eles.