Proteção às línguas e tradições indígenas
A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, visita o Brasil entre 7 e 17 de março para identificar e avaliar as principais questões que os índios enfrentam no País. Na segunda-feira, 7 de março, no Ministério da Cultura (MinC), o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e dirigentes da pasta, estiveram reunidos com Victoria para esclarecer as ações do MinC em relação aos povos indígenas. Na ocasião, a presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, falou sobre o trabalho de reconhecimento e promoção da tradição indígena no Brasil.
Pauta indígena é prioridade no Ministério da Cultura
Pauta indígena é prioridade no Ministério da Cultura
A questão indígena é uma pauta prioritária para o MinC, que tem definido uma série de ações em torno da questão com o intuito de estimular um debate, com a participação ativa do coletivo, e de criar políticas que atendam suas demandas. O Ministério quer que temas como meio ambiente, reconhecimento cultural, direito à produção cultural e de informação integrem a pauta.
Entre as ações de apoio, está o acordo de cooperação técnica, assinado entre a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Minc e a Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, para instalação de 170 antenas GESAC em comunidades indígenas, quilombolas e rurais. O Ministério também realizará, em parceria com o SESC/SP, o Encontro Brasil Indígena e o II Seminário Nacional de Culturas Indígenas, previsto para agosto deste ano, com a presença de lideranças de todo o país em rodas de conversas, representações culturais e encontro preparatório para a Conferência Nacional da Política Indigenista.
As muitas línguas do Brasil
As muitas línguas do Brasil
Everton Lopes
Documento cataloga as línguas faladas em nosso país. Quantas você conhece, além do bom e velho português?
Você consegue contar quantas línguas são faladas no Brasil? Se você pensou só no português, é hora de repensar sua resposta. Em um país grande como o nosso, onde diversas culturas, nascidas aqui ou vindas de outros lugares, dividem o território, é natural que as pessoas se comuniquem em diversas línguas. Mas essa diversidade nem sempre é reconhecida.
A diversidade linguística como patrimônio cultural
A diversidade linguística como patrimônio cultural
Ministério da Cultura inicia, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, política de reconhecimento das diferentes línguas e dialetos falados no Brasil através de processos de inventários, apoio a pesquisas, divulgação e promoção
Marcus Vinícius Carvalho Garcia
A diversidade linguística encontra-se ameaçada. Estima-se que entre um terço e metade das línguas ainda faladas no mundo estarão extintas até o ano de 2050. As consequências da extinção das línguas são diversas e irreparáveis, tanto para as comunidades locais de falantes, quanto para a humanidade. Essa percepção se encontra na Declaração Universal dos Direitos Linguísticos, elaborada na cidade de Barcelona, Espanha, em 1996, sob os auspícios da Organização das Nações Unidas Para Educação e Cultura (Unesco) e com a participação de representantes de comunidades linguísticas de diversas regiões do planeta. Segundo este documento, a situação de cada língua é o resultado da confluência e da interação de múltiplos fatores político-jurídicos, ideológicos e históricos, demográficos e territoriais; econômicos e sociais. Salienta que, nesse sentido, existe uma tendência unificadora por parte da maioria dos Estados em reduzir a diversidade e, assim, favorecer atitudes adversas à pluralidade cultural e ao pluralismo linguístico.
IPOL disponibiliza versão digital do livro Inventário da Língua Guarani Mbya
IPOL disponibiliza versão digital do livro Inventário da Língua Guarani Mbya
É com muita honra que o IPOL disponibiliza nesta postagem a versão em pdf do livro Inventário da Língua Guarani Mbya. Organizado por Rosângela Morello e Ana Paula Seiffert, o livro foi editado em 2011 pelo IPOL em parceria com a Editora Garapuvu, de Florianópolis.
Baixe o pdf do livro aqui: Inventario da Lingua Guarani Mbya
Fruto do projeto-piloto Inventário da Língua Guarani Mbya (ILG), executado pelo IPOL em parceria com o IPHAN no âmbito do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), o livro apresenta os principais resultados da pesquisa e do levantamento sociolinguístico realizado em 69 aldeias guarani de seis Estados brasileiros: Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A pesquisa iniciou em 2009, com o apoio do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD) da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e a parceria do IPHAN, tendo como foco conhecer os usos e as funções da língua Guarani Mbya, coletar e registar materiais nela produzidos e ouvir lideranças e moradores das comunidades sobre o valor que ela tem e o que esperam para ela.
Com o Inventário, a língua Mbya recebeu recentemente o certificado de referência cultural brasileira (ver notícia aqui) e passou a fazer parte dos bens imateriais reconhecidos pelo IPHAN/MinC como patrimônio da nação brasileira, gozando de políticas de salvaguarda e promoção.
Notícia relacionada: Lançada edição online da revista do Inventário da Língua Guarani Mbya (ILG)
Crônica de Bessa Freire sobre o Seminário Ibero-Americano da Diversidade Linguística
Cortem a Língua Deles
José Ribamar Bessa Freire
A cada quinze dias acontece uma morte. Dizem que cortam a língua da vítima com requintes de crueldade. O cadáver desaparece misteriosamente sem deixar vestígio. Daqui até o natal haverá mais dois assassinatos em algum lugar do mundo, segundo previsão do investigador irlandês David Crystal, que busca pistas para explicar tantos crimes. Nenhum organismo policial, nacional ou estrangeiro, identificou até hoje os assassinos. Um seminário realizado em Foz do Iguaçu (PR), nesta semana, reuniu autoridades e especialistas da América Latina para discutir, entre outras questões, como evitar essas mortes consideradas crime contra a humanidade.