Lugar(es) de memória da (i)migração neerlandesa
Resultados da pesquisa realizada sobre o processo migratório de neerlandeses e seus descendentes ao Vale do Taquari/RS:
Neerlandeses e o Vale do Taquari
Caro leitor,
A primeira publicação relacionada ao processo migratório de neerlandeses e seus descendentes ao Vale do Taquari nesta página, terá o objetivo de justificar a abertura deste espaço de compartilhamento virtual e esclarecer alguns pontos importantes para a compreensão das publicações seguintes. Para que eu também possa mostrar de que forma tomei conhecimento desta temática para iniciar as aludidas pesquisas, apresentarei um espaço que cristalizou memórias coletivas locais e que considero ter se transformado em um Lugar de memória da (i)migração neerlandesa no Vale do Taquari.
Atualmente estou em processo de conclusão da graduação em História pela Universidade do Vale do Taquari – UNIVATES, para cujo título estou produzindo uma monografia, a qual levará em conta os desdobramentos agrários entre os arroios Sampaio e Forquetinha envolvendo famílias de origem neerlandesa no século XIX. Este trabalho, além de pesquisas e envolvimento com grupos de genealogia desde a adolescência (CAPEF, GenealogiaRS), também é resultado das pesquisas realizadas no projeto “Identidades étnicas em espaços territoriais da Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas/RS” da UNIVATES, no qual fui bolsista por cerca de três anos.
Visto a necessidade de compreender o processo imigratório alemão do século XIX no Rio Grande do Sul de uma forma mais ampla e perceber a constituição multiétnica de nossa sociedade, pretende-se visibilizar o grupo neerlandês, o qual pouca atenção historiográfica teve até o presente momento. Este espaço foi criado com o objetivo de compartilhar resultados desta pesquisa, além dos trabalhos já publicados ou que estão em andamento.
A partir da publicação de Laroque, Weizenmann e Schaeffer (2019), é possível destacar que a introdução de neerlandeses no Rio Grande do Sul ocorreu a partir da segunda metade da década de 1850 e teve como destino as colônias de Santa Cruz, Santa Maria da Soledade, Santo Ângelo e Nova Petrópolis. Pela constatação de que eram oriundos principalmente das províncias de Gelderland e Zeeland nos Países Baixos, irá se empregar o termo “neerlandeses”, que apesar de ser sinônimo do termo largamente difundido “holandeses”, possui um conceito geográfico mais amplo.
Uma série de famílias que se estabeleceram nos núcleos colonizatórios acima mencionados promoveram migrações internas, alcançando o Vale do Taquari a partir de 1880. Infelizmente, boa parte deste processo foi esquecida através das gerações, conforme também constataram Arjan van Westen e Monique Schoutsen (2015) no documentário “een vergeten Zeeuwse emigratie: Braziliaanse Koorst” sobre o processo imigratório que ocorreu na mesma época e envolveu o estado do Espírito Santo.
Na reconstrução deste processo, notou-se que muitos documentos, fotografias e lembranças foram perdidas, não encontradas ou simplesmente não existiram. A partir disso, compreendeu-se que “a memória pendura-se em lugares” e “há locais de memória porque não há mais meios de memória” (NORA, 1993, p. 7-25). Este foi o caso do neerlandês Christiaan Bernard te Roller, falecido em 27/04/1919 na Picada Forquetinha e que tivera pelos familiares, a ascendência eternizada no epitáfio de sua sepultura com a seguinte inscrição: “Geb. 25 Juli 1852 in Eibergen – Holland”.
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Sepultura de Christian Troller, IELB Forquetinha/RS Foto: Jéferson Schaeffer, 2017 |
Plataforma de Mídias Imigrantes de São Paulo estreia com 119 ações cadastradas
Aproveitando as proximidades do Dia Internacional do Imigrante, celebrado neste domingo (18/12), a cidade de São Paulo passa a contar com um acervo digital voltado às expressões midiáticas voltadas à temática migratória e/ou produzidas por imigrantes que vivem na capital paulista.
O projeto, chamado Mídias Imigrantes de São Paulo, é uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo (PPGCOM) da ESPM (Escola Superior de Propaganda de Marketing) e do Museu da Imigração de São Paulo, com apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
A plataforma conta inicialmente com 119 mídias cadastradas, entre sites, blogs, publicações em PDF, links de documentários e páginas no Facebook, entre outros registros criados a partir de 1990 – o MigraMundo está entre as ações disponíveis para consulta. Uma equipe de pós-graduandos da ESPM ficará responsável pela atualização e manutenção desse acervo. Continue lendo
Chamada para artigos: Imigração, práticas de linguagem e políticas linguísticas
A revista Gragoatá (ISSN (online) 2358-4114, Qualis A1) abre chamada para submissão de artigos para sua edição de número 42 que tem como tema Imigração, práticas de linguagem e políticas linguísticas. O prazo para o envio de artigos vai até o 30 de dezembro, e a revista tem publicação prevista para abril de 2017.
A revista Gragoatá é editada pelos Programas de Pós-Graduação em Letras da UFF. São aceitos originais sob forma de artigos inéditos e resenhas de interesse para estudos de língua e literatura, em língua portuguesa, inglesa, francesa e espanhola. Os originais devem ser redigidos por doutores ou por doutores e colaboradores.
Ementa Gragoatá 42: Imigração como fenômeno geopolítico e histórico que envolve diversidade linguística, plurilinguismo, línguas de fronteira, multiculturalismo. Políticas e direitos linguísticos. Descrição de línguas de fronteira e de fenômenos de mescla linguística. Práticas de linguagem que tematizam e instituem questões identitárias. Saberes, memórias e patrimônio. O português em uso em regiões de fronteira e em comunidades de imigrantes.
Organizadoras: Monica Savedra (UFF) e Konstanze Jungbluth (Europa – Universität Viadrina Frankfurt (Oder))
Fonte: Plataforma 9
Primeira Feira Gastronômica dos Imigrantes na Lagoa, Florianópolis
A Primeira Feira Gastronômica dos Imigrantes acontece na Praça Bento Silvério, Lagoa da Conceição, dia 17 de julho, das 11:00 às 21:30 é uma cocriação entre brasileiros e imigrantes. Quando acreditamos em integração social e troca entre culturas, pensamos que o alimento possibilita a melhor maneira de conhecer um pouco mais sobre o outro. A culinária diz muito sobre aqueles que vem migrar para o Brasil.
Nesta edição pessoas do Senegal, Peru, Síria, Haiti, Marrocos, Itália, entre outros trarão o sabor de seus países, com pratos selecionados por eles. Para aqueles que experimentam, o alimento proporciona o estimulo do paladar, do olfato e tato, e para completar, teremos discotecagem e música ao vivo com cantores e compositores do mundo, além da mostra de curtas sobre refúgio e migração. A gastronomia envolve lembranças e memória afetiva, tornando a arte de se alimentar ainda mais prazerosa. Assim, esta Feira torna-se uma vivência sensorial para aqueles que vem visitá-la.
Mais informações e programação, clique no cartaz e visite o site do evento: