Escola do Futuro é vanguardista na inclusão digital
Além de projetos de intervenção na comunidade, Escola da USP realiza pesquisas no Observatório da Cultura Digital
Uma das principais conclusões alcançadas pela pesquisadora é a característica de vanguarda da Escola do Futuro, que desde a sua fundação, em 1989, desenvolve projetos pioneiros, como o Biblivirt, biblioteca de conteúdo aberto financiada pelo Sistema Fiesp e pela Fundação Roberto Marinho, o Acessa Escola e o AcessaSP, ambos voltados para a inclusão digital e financiados pelo governo do Estado de São Paulo.
Criada por iniciativa do professor Fredric Michael Litto, a Escola, hoje vinculada à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão — ela se enquadra como um Nace, Núcleo de Apoio às Atividades de Cultura e Extensão —, era inicialmente um laboratório relacionado ao Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes.
MIL
Em seu trabalho, Fabiana analisa “os principais projetos [da Escola] sob a ótica das Literacias de Mídia e Informação”, a tradução para Media and Information Literacy. Em definição inserida na tese de doutorado, literacias são as “habilidades e competências requeridas no uso da mídia e informação”.
Segundo Fabiana, a Unesco já vem há algumas décadas trabalhando com o conceito de MIL. “Não é a utilização da tecnologia pela tecnologia. É o modo como eu me aproprio dela, pensando em promover a cidadania e o empoderamento, sobretudo de jovens e adultos que tenham condição não só de receber o produto midiático, mas de questioná-lo. E a Internet possibilitou que as pessoas não apenas recebessem, mas participassem da rede”, explica.
Pesquisa acadêmica
Com o trabalho recentemente apresentado — a defesa ocorreu na ECA, no dia 7 de abril —, Fabiana iniciou o doutorado na ECA em 2013, após um ano como aluna ouvinte. Ao cursar a disciplina da professora Brasilina Passarelli, atual coordenadora científica da Escola do Futuro, entrou em contato com o núcleo e resolveu mergulhar no projeto. Em sua tese, a pesquisadora remonta a trajetória da Escola com base em vasto levantamento, com mais de 600 documentos e 14 entrevistas com membros, além de consultas ao acervo histórico da Escola e ao material pessoal dos fundadores.
Vivendo a realidade do grupo desde o segundo semestre de 2013, quando ingressou como pesquisadora associada, Fabiana explica que a Escola se divide em dois braços. “A primeira é a pesquisa-ação, que são projetos de intervenção na comunidade, muito focados em levar tecnologia para as escolas públicas e privadas, sobretudo do Estado de São Paulo. A segunda é a pesquisa empírica [a partir da vivência com o tema]. Em 2007 foi criado o Observatório da Cultura Digital, um núcleo dentro da Escola do Futuro, para abarcar as pesquisas empíricas pensando em publicações acadêmicas indexadas”, diz.
Para explicar o primeiro braço do núcleo, a pesquisadora fez um mapeamento dos projetos de pesquisa-ação, dividindo-os em dois períodos: de 1989 a 2007 (com a coordenação do professor Fredric Litto) e de 2007 aos dias atuais (com a coordenação da professora Brasilina Passarelli). “O núcleo desenvolveu projetos pioneiros. A noção que a gente tem de tecnologia hoje é totalmente diferente. Era um período que não tinha Internet, mas [a Escola] já pensava em rede. A Escola do Futuro, ao invés de pensar na inteligência formal, acadêmica, estava estudando autores como Howard Gardner [psicólogo cognitivo e educacional americano], que falava em múltiplas inteligências”, aponta.
Um dos maiores projetos vinculados ao núcleo é o AcessaSP, financiado pelo governo de São Paulo e criado em 2000. O programa tem como objetivo aumentar a inclusão digital no Estado, por meio do “acesso às novas tecnologias da informação e comunicação (TICs), em especial à Internet”, com a abertura e manutenção de espaços públicos com computadores e acesso gratuito à Internet. Contando com a monitoria da Escola do Futuro nesses infocentros, o projeto foi premiado em 2013 com um milhão de dólares pela Fundação Bill & Melinda Gates, um dos mais importantes prêmios relacionados à inclusão.
Fonte: Jornal da USP
Manifesto ANPEd – Precisamos fortalecer políticas de apoio à formação de professores no diálogo entre a pós-graduação e a educação básica
A articulação entre a pós-graduação e a educação básica brasileira tem muitas formas. A escola é campo de pesquisa, mas, principalmente, é espaço-tempo de interlocução entre diferentes atores em busca da compreensão do fenômeno educacional e superação de suas contradições. Assim, é no fortalecimento de grupos de pesquisa que integram pesquisadores dos diferentes programas de pós-graduação e professores da educação básica que o conhecimento sobre a educação contemporânea pode avançar.
A ANPEd deu um passo importante no diálogo entre a pós-graduação, a pesquisa e docentes da educação básica ao deliberar, em Assembléia Geral de Associados, que professores da educação básica vinculados a grupos e/ou projeto de pesquisa institucionalizados podem inscrever trabalhos em co-autoria em nossas reuniões nacionais de pesquisa e pós-graduação.
Uma das políticas que favorece e tem incrementado esta relação é a possibilidade dos professores da educação básica cursarem mestrados e doutorados sem a perda dos vínculos com os sistemas educacionais e sem a redução de rendimentos. Isso possibilita uma sólida aproximação da pós-graduação com os sistemas de ensino, que pode inclusive ter continuidade depois que os professores terminam seus mestrados e doutorados, independente destes permanecerem ou não nas mesmas redes e escolas em que atuaram enquanto construíam sua formação como pesquisadores.
Esta possibilidade é dada pela acertada política de permitir que professores da educação básica tenham bolsa de mestrado e doutorado sem afastar-se integralmente de suas funções ou sem exonerar-se dos cargos. A Portaria Conjunta da CAPES e CNPQ, de 2010, foi um passo primordial para que os diferentes programas pudessem garantir condições de permanência e aprimoramento acadêmico destes professores e destas professoras da educação básica. O desenvolvimento de um pesquisador exige a compra de livros, a participação em eventos científicos e deslocamentos para campos de pesquisa. Neste sentido, a condição de bolsista é essencial.
O fortalecimento desta política e o reconhecimento da natureza da pesquisa em educação são elementos fundamentais para robustecer a pós-graduação em educação. Nesta direção, cabe lembrar o desafio posto pelo PNE aprovado pela Lei nº 13.005/2014 que, na meta 16, define a necessidade de “formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino” (BRASIL, 2014).
Dados do INEP, apresentados no Relatório do 1º ciclo de monitoramento do PNE (2016), informam que 67% dos professores da educação básica não têm qualquer formação em pós-graduação, e entre os que a têm, a maioria absoluta, só acessa formação em cursos lato sensu. Os professores de educação básica com mestrado representam apenas 1,3% dos professores no Brasil e os professores da educação básica com doutorado apenas 0,1% (INEP, 2016).
Tais dados evidenciam a necessidade de expansão da oferta de pós-graduação gratuita nos cursos lato sensu e a necessidade de ações firmes de expansão da oferta de mestrados e doutorados para professores da educação básica e, neste caso, a política de bolsas é elemento fundamental para o fortalecimento e a qualidade da formação.
Rio de Janeiro – 28 de março de 2017
Diretoria da ANPED e coordenação do FORPREd
Fonte: ANPED
Inicia em Rio Azul curso de língua ucraniana online
Está em andamento, em Rio Azul, na Biblioteca Cidadã, as atividades do Curso de Língua Ucraniana, coordenados pelo Núcleo de Estudos Eslavos/NEES da Universidade Estadual do Centro Oeste em Rio Azul. O curso faz parte de um programa de ensino de língua estrangeira do NEES, coordenado pela professora Dra. Marileia Gartner, resultante das ações de internacionalização universitária entre a UNICENTRO e Universidade pedagógica Dragomanov, de Kyev /Ucrânia, que vem se desenvolvendo desde 2013, no Paraná, numa ação que fomenta e promove a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão e concretiza a internacionalização da universidade. Nas edições anteriores o NEES ofertou cursos nos municípios de Irati, Prudentópolis, Curitiba e União da Vitória e agora o projeto se desenvolve em Rio Azul e Cascavel. O curso tem apoio da Representação Central Ucraíno Brasileira presidida por Vitorio Sorotiuk, da Prefeitura Municipal de Rio Azul e da Escola Sagrada Família das Irmãs SMI.
Em Rio Azul, o pólo de ensino de Língua Ucraniana conta com coordenação da professora Eugênia Osatchuk . A coordenação tecnológica dos cursos é de responsabilidade do professor Clodogil Fabiano Ribeiro/UNICENTRO. Em Rio Azul, as aulas iniciaram em dia 23 de Março, na Biblioteca Cidadã . O NEES entende que a promoção dos cursos é uma ação fundamental para o fortalecimento das ações de internacionalização e o diálogo democrático com as comunidades eslavas do Paraná, tanto para articulação social como para o desenvolvimento local em sua dimensão cultural e científica.
O curso é uma nova oportunidade para aprender a Língua Ucraniana. É do conhecimento de muitos que, de 1999 a 2014 essa Língua era ensinada no CELEM ( Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) do Colégio Estadual Dr.Afonso Alves de Camargo, pela Professora Eugênia Osatchuk e por um curto período pelas professoras Gilmara Koslinsli Rossa e Valquiria Stodolny (ex alunas da Professora Eugênia).
Ensino na língua materna é um benefício para todos
As línguas expressam quem as pessoas são e estruturam as suas identidades e pensamentos, declarou na terça-feira a chefe da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Numa mensagem, por ocasião do Dia Internacional da Língua Materna, assinalado na terça-feira, Irina Bokova defendeu que a “educação e a informação na língua materna são essenciais para melhorar a aprendizagem e desenvolver a confiança e a auto-estima”.
Para Irina Bokova, estes são alguns dos “motores” mais poderosos para o desenvolvimento.
O pesquisador brasileiro Diogo Almeida, que estuda neurociência da linguagem, disse à Rádio ONU, a partir dos Emirados Árabes Unidos, onde é professor, que todo o ser humano, que é exposto dentro de uma comunidade linguística, vai aprender a língua da comunidade, sendo uma constante na experiência humana.
Esse processo de aprendizagem, de acordo com os últimos estudos sobre a linguagem, citados por Diogo Almeida, “é diferente da aprendizagem de outras habilidades que nós temos, outras faculdades cognitivas, como, por exemplo, aprender matemática na escola”. No seu entender, a aprendizagem da linguagem é bastante particular. Diogo Almeida afirmou que o multilinguismo é anterior ao processo de globalização e mencionou as diferenças entre a aprendizagem da língua materna e de outras numa época diferente da vida.
“Uma coisa que sabemos do desenvolvimento linguístico é que aprender a primeira língua é diferente do que aprender uma segunda língua mais tarde na vida”, acentuou o professor universitário.
A comemoração este ano do Dia Internacional da Língua Materna é dedicada à educação em várias línguas. Segundo a Unesco, também é uma oportunidade para a mobilização em prol dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o objectivo que defende a educação de qualidade para todos.
Fonte: Jornal de Angola
Ensino do português para as crianças como Língua de Herança: curso online para o Japão
Chega ao Japão um curso online para educadores (pais e professores) e pesquisadores interessados no Português como Língua de Herança (PLH).
O curso que está revolucionando a prática do ensino da língua portuguesa como “herança”, para pais, professores e pesquisadores, já muito divulgado nos Estados Unidos e Europa, chega ao Japão.
É um curso online onde “são abordados temas fundamentais como identidade, diversidade, cultura, imigração, identidade cultural, bilinguismo, conceitos sobre o ensino/aprendizado de línguas, o percurso do português como língua de herança e as especificidades do contexto dos falantes desta língua minoritária. Em suma, o que é, quem são os envolvidos e o porquê do ensino e manutenção de uma língua de herança são temas essenciais dessa fase”, de acordo com a explicação na página web.
Em 2014 Luzia Tanaka, pedagoga, de Sakai (Osaka), participou do curso e encontrou a resposta para o que buscava. “Já vou para o terceiro curso com a criadora e idealizadora. Acho que a gente discute pouco sobre o que ensinar uma língua de herança e precisamos trazer esta discussão para o Japão”, pontua.
Já faz 5 anos que ela está praticando o ensinamento com crianças e adolescentes na sua cidade. “No começo as crianças não queriam estudar o português. Não é só ensinar a língua, mas o fortalecimento da identidade. Depois, elas não querem mais deixar a escola. O trabalho não fica só entre 4 paredes. Fazemos trabalhos com crianças que moram em outros países”, explica. Luzia ganhou um prêmio PLH como professora na primeira turma, por seu trabalho realizado com as crianças brasileiras que vivem no Japão.
“Posso dizer da qualidade e segurança desse método”, enfatiza Luzia. A autora virá para o Japão para finalizar o curso.
O curso tem início em 27 de março e conclusão em 2 de junho deste ano, com um programa de 10 semanas. Luzia reforça: além dos professores das escolas formais, instrutores e pais são bem vindos para se abrirem para um novo aprendizado que traz riqueza e segurança. A inscrição pode ser feita através da página: http://www.brasilemmente.org/programa-de-formaccedilatildeo-plh—japatildeo.html
Para mais informações, falar com Luzia Tanaka coordenadora do Projeto Construir ARTEL de Sakai (Osaka), através do e-mail oficinaarteeducacao@gmail.com.
Assista ao vídeo da idealizadora do curso PLH-Português como Língua de Herança, Felicia Jennings-Winterle.
Fonte: Portal MIE
Concurso de redação da ONU é oportunidade ideal para jovens brasileiros discutirem cidadania e multilinguismo
As inscrições para o concurso de redação Muitas Línguas, Um Mundo, voltado para jovens universitários, seguem abertas até 16 de março. A iniciativa, promovida pela escola de inglês ELS Educational Services em parceria com o programa Impacto Acadêmico da ONU, é uma ótima oportunidade para jovens brasileiros se envolverem em questões de cidadania global e entendimento cultural e discutirem a importância do desenvolvimento de habilidades linguísticas. Brasileiros contam como foi a experiência em 2016.
As inscrições para o concurso de redação Muitas Línguas, Um Mundo, voltado para jovens universitários, seguem abertas até 16 de março.
A iniciativa, promovida pela escola de inglês ELS Educational Services em parceria com o programa Impacto Acadêmico da ONU, é uma ótima oportunidade para jovens brasileiros se envolverem em questões de cidadania global e entendimento cultural e discutirem a importância do desenvolvimento de habilidades linguísticas.
Na edição do ano passado, quatro brasileiros ficaram entre os sessenta vencedores selecionados como delegados para o Fórum Global de Juventude da ONU.
Na ocasião, eles participaram da criação de planos de ação relacionados à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável em uma das seis línguas oficiais das Nações Unidas e apresentaram as propostas na sede da Organização em Nova York.
Para a mestranda em Ciências Sociais da Universidade de Brasília e uma das selecionadas do grupo de espanhol da edição passada, Ellen Silva, 27 anos, é muito importante os brasileiros participarem da seleção e contribuírem com as discussões propostas pelo concurso.
“Como somos um país de dimensões continentais e de muita importância na região, acredito que nós temos muito a contribuir nestes espaços. É importante estar lá para representar as especificidades e desafios que os países do sul global, de forma geral, apresentam, tais como a desigualdade social e dificuldades na consolidação de nossas democracias. Além disso, acho excelente que tenhamos cada vez mais brasileiros conectados em redes globais, trocando experiências, idéias e boas práticas que podem ser aplicadas no nosso contexto”, ressalta a jovem, que é de Brasília.