UFSC divulga lista de aprovados no curso de Licenciatura Intercultural Indígena
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgou a lista de aprovados no vestibular para o curso de Licenciatura Intercultural Indígena nesta quarta-feira, 2 de março. São 45 vagas distribuídas igualmente entre os povos guarani, kaingang e Xokleng-Laklãnõ.
O curso oferece uma formação para docência nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio, segmentada em duas áreas – Licenciatura do Conhecimento Ambiental e Licenciatura em Artes e Linguagens, com o tema norteador “Territórios e Conhecimentos Indígenas no Bioma Mata Atlântica”. Continue lendo
Indígenas Baniwa vão estudar com livros escritos na língua materna

Índios, indígenas Luiz Gustavo Leme/Flickr/CC
O material foi produzido por professores Baniwa, com suporte da Universidade Federal de São Carlos, de São Paulo
Estudantes indígenas da etnia Baniwa vão estudar com livros didáticos escritos na língua materna a partir deste ano. O líder indígena, André Baniwa diz que o material vai servir de apoio para alfabetização nas principais escolas do município amazonense de São Gabriel da Cachoeira, onde vivem 23 povos indígenas.
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Indígenas montam site e contam sua versão da história em materiais didáticos

Portal Índio Educa tem 200 artigos escritos por indígenas para ajudar professores e estudantes – Foto: Reprodução.
Portal Índio Educa tem artigos escritos por indígenas de diferentes etnias para ajudar professores e estudantes. É uma iniciativa da ONG Thydewá, que possui diversos projetos com o objetivo de empoderar os povos indígenas.
Leonardo Blecher
Ainda nos primeiros anos da escola, quando as crianças têm seus contatos iniciais com a história brasileira, uma das perguntas propostas por muitos professores é “Quem descobriu o Brasil?”. A esta indagação, é comum que se espere que a criançada em coro responda “Pedro Álvares Cabral”.
Ao atribuir ao navegador português a descoberta do país, esta versão dos acontecimentos desconsidera as estimadas 5 milhões de pessoas que aqui viviam antes da chegada dos europeus. Para tentar minimizar este e muitos outros desrespeitos à cultura indígena, a ONG Thydêwá resolveu criar uma plataforma online para que os índios desenvolvam materiais didáticos que contem sua história e atualidade.
No site Índio Educa, é possível encontrar artigos a respeito de diferentes etnias e tribos brasileiras, todos escritos por indígenas. Os assuntos são diversos, e vão de aspectos históricos ao cotidiano. “A época do índio sem voz está terminando. Este projeto tem o objetivo de empoderar o indígena para dialogar. Trabalhamos em cima dos preconceitos que existem, como pessoas que acham que eles ainda vivem nus”, conta o presidente da Thydêwá, Sebastian Gerlic.
3º Colóquio Internacional “Educação Superior e Povos Indígenas e Afrodescendentes na América Latina”
3º Colóquio Internacional
Educação Superior e Povos Indígenas e Afrodescendentes na América Latina
Acertos, problemas e desafios das políticas e práticas de democratização, interculturalização e inclusão.
Buenos Aires, Argentina
3, 4 e 5 de Agosto 2016
A terceira edição do Colóquio Internacional “Educação Superior e Povos Indígenas e Afrodescendentes na América Latina” estará dedicada a visibilizar estudos e proporcionar o intercâmbio de reflexões sobre experiências, acertos, dificuldades e desafios de políticas e práticas de democratização, interculturalização, e inclusão relacionadas à temática de Educação Superior e Povos Indígenas e Afrodescendentes. Serão analisadas políticas e práticas de organismos governamentais e intergovernamentais, organizações de povos indígenas e afrodescendentes, universidades e outras instituições de educação superior (públicas ou privadas), além de outros atores sociais que atuem nesse campo.
Para maiores informações acesse:
Convocatória de apresentação de trabalhos
Convocatoria a presentación de ponencias
Nota de repúdio do CIMI ao veto presidencial referente ao Projeto de Lei Nº 5.954-C de 2013
Sempre foi máxima inalteravelmente praticada em todas as Nações, que conquistaram novos Domínios, introduzir logo nos povos conquistados o seu próprio idioma, por ser indisputável, que este é um dos meios mais eficazes para desterrar dos Povos rústicos a barbaridade dos seus antigos costumes (Diretório dos Índios, 1755).

Fonte: CIMI
O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) vem a público manifestar veemente repúdio ao Veto Presidencial ao Projeto de Lei nº 5.954-C emitido na Mensagem 600, em 29 de dezembro de 2015 pela Presidência da República. O referido projeto, de autoria do Senador Cristovam Buarque, visa assegurar às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas, bem como de processos próprios de aprendizagem e de avaliação que respeitem suas particularidades culturais, na educação básica, na educação profissional e na educação superior. Trata-se, na verdade, do reconhecimento da abrangência de direitos já assegurados constitucionalmente, uma vez que o Art. 210, § 2º da Constituição Federal de 1988 estabelece que “o ensino fundamental será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem”. O Art. 231, por sua vez, afirma que “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. Constata-se, pois, que as línguas indígenas constituem bens que, tanto como os outros, devem ser protegidos pela União, acrescido da incumbência de fazer com que se respeitem esses bens! Dessa forma, o Veto constitui uma violação aos direitos linguísticos já garantidos na Constituição e na Lei 9.394 de 1966, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN).
Quero acreditar que a Presidente da República vetou, por erro, projeto que melhora a educação indígena no país

Fonte: Estudo Prático
Por
Luis Donisete Benzi Grupioni
No apagar das luzes de 2015, a Casa Civil fez a Presidência da República “pisar na bola” com os povos indígenas. E cometer um erro. Quero muito acreditar nisso.
No dia 29 de dezembro de 2015, a Casa Civil da Presidência da República enviou ao Senado Federal a mensagem de no. 600 vetando integramente o Projeto de Lei 5.954 de 2013 (No. 186 de 2008 no Senado Federal), aprovado pelo Congresso Nacional, após ouvir o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), por contrariedade ao interesse público.
A pergunta que não quer calar: Que interesse público esse projeto contraria? Continue lendo