Um quinto das línguas mundiais pode morrer até 2100, indica estudo

Cerca de 1.500 línguas podem morrer até 2100, de acordo com um novo estudo realizado pela Australian National University (ANU), que apontou que das 7 mil línguas reconhecidas no mundo cerca de metade estão ameaçadas de extinção – com 1.500 em particular risco, ou seja, um quinto. “Descobrimos que, sem intervenção imediata, a perda de idiomas poderia triplicar nos próximos 40 anos. E até o final deste século, 1.500 idiomas poderiam deixar de ser falados”, revelou o coautor do estudo, Lindell Bromham.
O estudo identificou até 51 novos fatores de stress nas línguas ameaçadas de extinção e uma das descobertas mais surpreendentes está relacionada com o efeito do aumento dos anos de escolaridade que fizeram crescer o perigo da linguagem em alguns países, razão pelo qual os investigadores reforçam a necessidade de construir currículos que apoiem a educação bilíngue, promovendo a proficiência da língua indígena assim como o uso de línguas dominantes regionalmente.
“Entre os 51 fatores que investigámos, também encontramos alguns pontos de pressão realmente inesperados, incluindo a densidade rodoviária”, apontou Bromham. “Quanto mais estradas houver, a ligar as cidades, as vilas e aldeias, maior o risco de as línguas serem ameaçadas. As estradas ajudam as línguas dominantes a passarem por cima de outras línguas menores”, referiu.
E quais idiomas podem ser perdidos? De acordo com um estudo da UNESCO sobre línguas ameaçadas de extinção, as áreas com um número particularmente grande de línguas que estão em vias de extinção incluem: África, Sibéria oriental, Sibéria Central, Austrália do Norte, América Central, Planalto Noroeste do Pacífico, assim como o Oklahoma (EUA) e Cone Sul da América do Sul.
A África é o continente com maior diversidade linguística do mundo. As pessoas falam cerca de 2.000 idiomas diferentes. A União Europeia, com 28 Estados-membros, tem 24 línguas oficiais, uma vez que alguns partilham a mesma língua oficial. Estima-se que entre 7 e 10 milhões de pessoas sejam falantes nativos do catalão na Espanha, França e Itália. No entanto, a população total de Malta de 420.000 é toda bilíngue inglês-maltês. Por outro lado, o irlandês, a primeira língua estatal da Irlanda, não tem status oficial na Irlanda do Norte, onde é caracterizado como uma língua regional e foi classificado pela UNESCO como “definitivamente ameaçada de extinção”.
Via MULTINEWS
Mapa mostra três estados dos EUA onde português é a língua mais falada depois do inglês e espanhol
Todo mundo sabe que os Estados Unidos se tornou um caldeirão de idiomas com imigrantes de vários países. Estudos mostram que são faladas mais de 300 línguas em solo norte-americano, sendo o inglês predominante e o espanhol em segundo lugar.
Um mapa feito pelo Instituto de Políticas Migratórias com base nos dados do Census 2020, mostra que cerca de 70 milhões de pessoas que vivem nos EUA falam um segundo idioma em casa. Nesse grupo, seis em cada dez falam espanhol.
Depois as línguas mais faladas são a chinesa (5%, incluindo mandarim e cantonês), tagalog (quase 3%), vietnamita, árabe, francês (incluindo Cajun) e coreano (cerca de 2%).
O português, embora não esteja no topo do ranking, é falado por 846 mil pessoas, o que totaliza 1,2% da população. O mapa mostrou que em três estados, ele é o idioma mais falado depois do inglês e do espanhol: Massachusets, Connecticut e Rhode Island.
Essa região é conhecida não só por abrigar um grande número de brasileiros, mas também de portugueses e angolanos.
Curiosamente, o espanhol é a língua mais comum depois do inglês em todos os Estados, exceto quatro: Alasca, Havaí, Maine e Vermont.
Extinção de línguas indígenas pode aniquilar saberes sobre plantas medicinais, diz estudo

Estudo da Universidade de Zurique, na Suíça, mostra que grande parte do conhecimento sobre plantas medicinais está atrelado a línguas indígenas ameaçadas
O estudo analisou três regiões (Amazônia, Nova Guiné e América do Norte). Nele, os pesquisadores Jordi Bascompte, do Departamento de Biologia Evolutiva e Estudos Ambientais da Universidade de Zurique e Rodrigo Cámara-Leret, especialista em biodiversidade concluíram que 75% dos usos de plantas medicinais são conhecidos em apenas uma língua.
No noroeste da Amazônia, o estudo avaliou 645 espécies de plantas e seus usos medicinais conforme a tradição oral de 37 línguas, e detectou que 91% desse conhecimento só existe em apenas um idioma; sua extinção implica também a morte desse saber medicinal.
No Brasil, escolas indígenas desempenham papel importante na preservação das línguas, assim como iniciativas de catalogação e revitalização, como ocorreu entre os Karitiana de Rondônia e os Pataxó da Bahia e Minas Gerais.
O projeto Ethnologue avalia que 42% das mais de 7 mil línguas existentes no mundo estejam ameaçadas de extinção. No Brasil, são 99 os idiomas que estão morrendo, sem contar aqueles que já desapareceram. Segundo o Instituto Socioambiental, das mil línguas indígenas faladas em território brasileiro antes da chegada dos portugueses, apenas 160 ainda estão vivas.
Bascompte e Leret alertam para o fato de que a extinção de línguas indígenas levará consigo conhecimentos tradicionais sobre plantas medicinais e isso poderá diminuir as chances de descoberta de futuros medicamentos.
Diversos medicamentos hoje comercializados em larga escala no mundo são elaborados a partir de plantas medicinais. Eles vão desde o ácido acetilsalicílico, conhecido popularmente como aspirina, com seu princípio ativo extraído do salgueiro (Salix alba L.) até a morfina, extraída da papoula (Papaver somniferum).
O estudo ainda concluiu que a perda das línguas terá maior impacto na extinção do conhecimento medicinal do que a perda da biodiversidade.
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Expressões indígenas: Conheça algumas variações linguísticas na comunicação
Atualmente, no Brasil, existem 154 línguas indígenas. Calcula-se que 80% dos idiomas falados no país desapareceram de 1.500 até hoje
A chegada dos portugueses no Brasil e a posterior colonização do território proporcionou uma drástica mudança no modo de viver nos nativos que habitavam a região. Costumes, roupas, religião e até mesmo o modo de falar. Estima-se que antes da chegada dos portugueses, havia entre 600 e mil línguas sendo faladas pelos nativos indígenas.
Essas e outras informações fazem parte de uma extensa pesquisa que resultou no livro ‘Não Fala Só Tupi’, dos linguistas Bruna Franchetto e Kristina Balykova. Entre as informações sobre as pouco mais de 150 línguas indígenas faladas no Brasil atualmente, está a forma como a maioria possui e adapta expressões de acordo com a região
A exemplo da língua portuguesa, que é falada em dez países ao redor do globo, a língua indígena apresenta mudanças decorrente de fatores históricos e culturais. O português que se fala no Brasil não é o mesmo que se fala em Portugal, ou na Angola, ou Timor-Leste, o que não faz com que sejam línguas diferentes, apenas possuem dinâmicas linguísticas distintas. O mesmo acontece na língua inglesa, nos Estados Unidos e na Inglaterra.
As 154 línguas indígenas existentes no território brasileiro são agrupadas em famílias. Algumas delas podem ser formadas por subfamílias, pequenas ou grandes. No estado do Pará, são faladas 34 línguas indígenas. Destas, 18 são tupi; nove são da família Karib; cinco línguas Macro-Jê; uma língua da família Aruak e uma da Warao.
A exemplo da língua portuguesa, que é falada em dez países ao redor do globo, a língua indígena apresenta mudanças decorrente de fatores históricos e culturais. O português que se fala no Brasil não é o mesmo que se fala em Portugal, ou na Angola, ou Timor-Leste, o que não faz com que sejam línguas diferentes, apenas possuem dinâmicas linguísticas distintas. O mesmo acontece na língua inglesa, nos Estados Unidos e na Inglaterra.
As 154 línguas indígenas existentes no território brasileiro são agrupadas em famílias. Algumas delas podem ser formadas por subfamílias, pequenas ou grandes. No estado do Pará, são faladas 34 línguas indígenas. Destas, 18 são tupi; nove são da família Karib; cinco línguas Macro-Jê; uma língua da família Aruak e uma da Warao.

Foto: Nicolle Januzzi/Arquivo Pessoal
Exposição temporária sobre a Amazônia entra em cartaz no Museu do Amanhã
Fruturos – Tempos Amazônicos traz ambientação, interatividade, sons e informações sobre o maior bioma tropical do mundo
A nova exposição temporária do Museu do Amanhã, “Fruturos – Tempos Amazônicos”, entrará em cartaz em 17 de dezembro, dia em que o equipamento cultural completa seis anos. A mostra traz, ao longo de sete áreas, a grandeza, a biodiversidade e o conhecimento presentes no maior bioma tropical do mundo. O visitante poderá se sentir parte da floresta a partir da ambientação, que trará atividades interativas, elementos que revelam a diversidade da Amazônia e a atmosfera sonora da região. Conduzida por uma narrativa temporal, a mostra, apresentada pelo Instituto Cultural Vale e apoio da Bayer, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, se conecta às vivências de milênios, séculos e décadas que coabitam a Amazônia hoje, além de destacar cenários e perspectivas de futuro.Já na entrada, a cenografia revela a vastidão biodiversa da Amazônia. Neste setor, há silhuetas de árvores inundadas pelas cheias colocando em cena animais como uma sucuri e um pirarucu acima dos visitantes. Sons de seres aquáticos contribuem para criar a atmosfera intrigante, que se estende ao longo de toda a mostra. Outro destaque é uma folha real de coccoloba, árvore amazônica, de cerca de 1,60m, uma das maiores folhas do mundo.Após o contato inicial com plantas e animais que habitam a floresta, o visitante chegará a um ambiente inspirado em uma maloca, que abriga uma série de objetos utilizados por povos indígenas. Nas paredes, placas indicam a variedade de idiomas falados na Amazônia. Uma experiência interativa composta por instrumentos indígenas com o som de cada um se elevando quando o público se aproxima.Além de aprender um pouco mais sobre os povos indígenas, o público entrará em contato com outras comunidades que habitam a floresta: agricultores, extrativistas e ribeirinhos. No centro da sala, uma estrutura remete a uma sumaúma, considerada uma das árvores extraordinárias da Amazônia por seu gigantismo. Ao redor dela, os visitantes podem acessar um material interativo sobre as comunidades locais e ouvir relatos de seus representantes. Uma animação, distribuída em três paredes, mostra o cotidiano destas famílias.
A linha do tempo proposta discute o modelo de desenvolvimento econômico adotado nas últimas décadas, que corroborou para a destruição de parte da floresta. Um balcão sinuoso remete a um rio com três afluentes e, cada um deles, representa um fator que coloca em risco a preservação do bioma. Diante dele, é projetado um vídeo que aborda, entre outros temas, a expansão das pastagens e a construção de grandes obras de infraestrutura.
Para conhecer verdadeiramente a Amazônia, é necessário saber sobre a cultura local em seus mais diversos aspectos. Um dos setores traz um ambiente colorido e festivo, que remete às músicas e danças da região, bem como à culinária, à produção literária, às festividades e às indumentárias utilizadas em ocasiões especiais. O público pode aprender ainda mais a partir de um interativo sobre as manifestações culturais, brincar em pula-pulas em forma de vitória-régia e admirar três objetos expostos na sala: um pedaço da corda do Círio de Nazaré, uma veste do povo Ashaninka e uma roupa usada em apresentações de marabaixo.
Na penúltima área, vídeos são projetados com depoimentos de habitantes da região, que trazem suas perspectivas para o futuro. Elementos gráficos apontam na direção de um novo modelo econômico, com foco no potencial da bioeconomia e na associação entre os saberes tradicionais e científicos. Um exemplo desta associação aparece no Jogo do Pirarucu, uma das atrações da sala. Outro destaque é uma estrutura que remete à Torre Atto, que possui 325 metros e é utilizada para o monitoramento de dados meteorológicos, químicos e biológicos. Dentro desta estrutura há um vídeo com imagens impressionantes da mata vista do topo.
Para finalizar, uma pequena maloca convida os visitantes a participarem de uma experiência com realidade virtual: um jogo no qual é preciso coletar uma série de produtos na floresta ao se tornar um avatar de um indígena.
Fruturos – Tempos Amazônicos é uma realização do Museu do Amanhã, um equipamento da Prefeitura do Rio e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão. Apresentada pelo Instituto Cultural Vale e com apoio da Bayer, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a mostra tem parcerias de conteúdo do IPAM, AFP, Globo e Agência Sapiens
Infográfico das línguas do mundo: as 7.102 línguas e suas proporções de uso
A língua é uma das expressões culturais mais importantes de um povo. Ela unifica, agrega e pode ser responsável por grandes transformações, mas alguma vez você parou para pensar em quantas línguas são faladas em todo o planeta?
Existem, pelo menos, 7.102 línguas vivas no mundo hoje. Vinte e três dessas línguas são línguas maternas de mais de 50 milhões de pessoas. As 23 línguas deram origem à língua nativa de 4,1 bilhões de pessoas. Para ficar mais simples de entender o Visual Capitalist produziu esse infográfico representando cada idioma e fornecemos o número de falantes nativos (em milhões) por país. A cor desses mostra mostra como as línguas se enraizaram em muitas regiões diferentes.
Os países cujos números em cada idioma são muito pequenos para serem representados foram colocados em um único grupo e mercado com o símbolo ‘+’
Regiões em que essas línguas estão presentes
As áreas representadas estão de acordo com os dados fornecidos pela “Ethnologue-Languages of the World“. Essas estimativas não são absolutas porque a demografia está em constante evolução. Alguns estudos são baseados em dados de censo antigo e podem remontar a mais de 8 anos.
A língua mais falada no mundo
Das 7,2 bilhões de pessoas no mundo hoje, 6,3 bilhões foram incluídas no estudo do qual foram obtidos os dados. Com isso foi identificado que 4,1 bilhões de pessoas têm como língua nativa uma das 23 línguas mais faladas. De acordo com as fontes da pesquisa, a língua mais falada do mundo é o inglês, com 110 países.
Via: Redação Hypeness
Fotos: Reprodução/ Visual Capitalist