Ministra defende resgate das manifestações artísticas
A ministra da Cultura defendeu ontem, em Cabinda, o resgate das manifestações artísticas de cada região do país.
Carolina Cerqueira, que falava na abertura do VI Conselho Consultivo Alargado do Ministério da Cultura, sublinhou que este desafio passa pelo “reforço do projecto de municipalização da cultura”.
A ministra disse ser fundamental o contributo dos municípios nesta tarefa, promovendo feiras de artesanato e outras exposições de vária índole com recursos próprios.
Carolina Cerqueira anunciou que o sector que dirige vai, nos próximos doze meses, desenvolver tarefas ligadas ao resgate e preservação do património cultural e imaterial, à preservação dos monumentos, divulgação da história de Angola e dedicar atenção particular à cidade de Mban-za Kongo, que celebrou no dia 8 do mês em curso o primeiro aniversário de elevação a Património Mundial.
“A Língua Portuguesa em Nós” patente ao público em Luanda
A exposição “A Língua Portuguesa em Nós”, patente ao público desde quarta-feira, no Centro Cultural Brasil-Angola, na Baixa de Luanda, inclui actividades paralelas para todas as idades.
Teatro, feiras de livros, exibição de filmes, sessões musicais, recitais de poesias e jogos digitais constam entre as actividades paralelas abertas para crianças e adultos, entre 10h00 e 20h00, sob coordenação do escritor Ondjaki.
Os visitantes podem ver filmes, ouvir canções e histórias, além de apreciar as fotografias e diversos materiais digital que contam a história das diferentes fases do português no Brasil, Cabo Verde e Angola.
A mostra é uma iniciativa do Itamaraty, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, a Fundação Roberto Marinho, o Museu da Língua Portuguesa e o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, com a coordenação da Expomus.
Depois da exposição, que encerra dia 3 de Agosto, há um conjunto de obras literárias vão ficar disponíveis de forma gratuita para os leitores. Continue lendo
Prémio Camões para Germano Almeida, o prosador irónico
O escritor Germano Almeida é o vencedor da 30.ª edição do Prémio Camões, uma decisão por unanimidade a distinguir um escritor que mudou a forma de escrever sobre Cabo Verde. “Sou profundamente cabo-verdiano”, disse ao PÚBLICO enquanto celebrava na ilha de S. Vicente.
Aos 73 anos, o escritor natural da Ilha da Boavista, onde nasceu em 1945, é autor de uma vasta obra publicada em Portugal, toda ela escrita em português. “Para mim a língua portuguesa tem o mesmo peso que a língua cabo-verdiana. Sou filho de pai português e de mãe crioula, cresci com as duas línguas, mas aprendi a escrever em português e não pretendo começar a escrever em crioulo. Eu expresso a cultura cabo-verdiana usando a língua portuguesa”, referiu numa altura em que se discute o papel da língua crioula na literatura do arquipélago. Continue lendo
Quase 90% das crianças em Moçambique começam a estudar sem saber falar português
Cerca de 90% das crianças moçambicanas começam a frequentar as aulas sem saber falar a língua portuguesa, o que constitui um obstáculo para o processo de ensino e aprendizagem, indicam dados do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano. Os dados foram divulgados na quarta-feira durante o Fórum Nacional Bilingue pela ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Conceita Sortone, citada esta quinta-feira pelo diário O País.
A governante entende que esta pode ser uma das causas dos maus resultados nas escolas do ensino primário no país, propondo o ensino bilingue como a solução para o problema. “Um olhar atento sobre as nossas estatísticas permite perceber, claramente, o quanto os nossos concidadãos não podem usufruir dos serviços de saúde, de justiça e acesso à informação porque não conseguem permanecer no sistema de ensino por não saberem falar a língua portuguesa”, disse Conceita Sortone. Continue lendo
Educadores criam app que resgata alfabeto angolano
Projeto desenvolvido por professores negros mostra novas práticas educacionais por meio da tecnologia
Para resgatar e exaltar a ancestralidade de povos africanos, os educadores Odara Dèlé, de 29 anos e Edson Pereira, de 31 anos, lançam, no próximo dia 21 de novembro, o aplicativo Alfabantu, voltado ao público infantil, para auxiliar na alfabetização por meio de jogos digitais através da língua falada pelo povo kimbundu. O aplicativo estará disponível, inicialmente, para sistema Android e o download é gratuito.
A cerimônia de lançamento acontece Ação Educativa, com uma mesa sobre “Tecnologias e Línguas Africanas” com participação dos criadores do projeto e de Carlos Machado e Mwalala Kalele. A entrada é gratuita. Continue lendo
Palestra “A Língua Portuguesa, Identidades e Diferenças: um olhar a partir de Moçambique
“De acordo com dados do Ethnologue, maior catálogo de línguas do mundo, a língua portuguesa é falada como língua materna por aproximadamente 250 milhões de pessoas. Soma-se a esse número um número de aprendizes da língua como segunda língua ou língua estrangeira. A língua portuguesa que, em priscas eras, era a língua de Camões e de uma comunidade linguística presente nos domínios do Velho Mundo, é hoje a língua de muitos outros poetas e povos que, devido a variadas situações de contato por meio de empreitadas colonizadoras dos Portugueses e de uma herança histórica, apropriaram-se dela, transformaram-na e imprimiram à língua as novas cores e matizes de suas línguas-culturas.
Apesar do caráter dinâmico da língua portuguesa, viva e em constante estado de mudança, resguarda-se certa unidade mantida pelos gestores dessa língua tão pluricêntrica. Falamos português no Brasil, fala-se em Portugal, em Cabo-Verde, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, compondo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP, em diversos territórios asiáticos, tais como Macau (atualmente sob soberania da China), Diu, Damão e Goa (atualmente sob soberania da Índia), e em outras regiões do mundo com os quais compartilhamos essa ‘unidade’ da língua, ao mesmo tempo em que construímos tantas identidades e demarcamos as diferenças.
Essa palestra, voltada ao público acadêmico e demais interessados, tematiza as políticas linguísticas em torno da língua portuguesa com enfoque em Moçambique, visando a prover conhecimento ao público participante em torno do tema proposto, bem como estabelecer relações entre essa língua-cultura e as língua (s)-cultura(s) do português no Brasil.”
Fonte: http://palestra-unioeste.