Universidade do Estado do Amazonas lança site com acessibilidade para pessoas surdas
Portal da Coordenação de Políticas para a Pessoa Surda da Universidade do Estado do Amazonas disponibiliza materiais em Libras produzidos por equipe de tradutores
Com o objetivo de tornar a universidade um ambiente mais acessível linguisticamente, a Coordenação de Políticas para a Pessoa Surda da Universidade do Estado do Amazonas (Copps/UEA) lançou site com ferramentas acessíveis para atender à comunidade acadêmica, especialmente por meio de tradução de materiais para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). No portal, serão centralizadas informações como notícias, editais, artigos, livros, entre outras.
O site conta ainda com um repositório em que são disponibilizados materiais em Libras produzidos pela equipe de tradutores da Copps. Há também um espaço dedicado a conteúdos de legislações, resoluções e portarias voltadas às políticas linguísticas para surdos na instituição.
Segundo o coordenador titular da Copps, professor mestre Marcos Roberto dos Santos, o site possibilita o acesso de alunos e professores da UEA a materiais acadêmicos importantes, como o lançamento de editais com informações traduzidas. Ele destaca que a iniciativa reforça ainda mais as políticas linguísticas para surdos que contribuem com o acesso e permanência da comunidade surda na universidade.
“Por meio do site, a Copps busca trazer, de forma acessível, informações que são de interesse de toda a comunidade acadêmica. A ideia é ofertar um espaço que represente as pessoas surdas, que tenha a identidade, a cultura e a língua delas ali fortalecidas. Nosso objetivo é que todos os dados do site estejam disponíveis em Libras”, explicou.
Apoio à inclusão
Além de oferecer a tradução dos materiais, a Copps tem uma equipe de profissionais tradutores e intérpretes de Libras que atua em diferentes atividades acadêmicas, como aulas, eventos e transmissões ao vivo.
Atualmente, a UEA conta com 19 tradutores e intérpretes de Libras em Manaus, 14 em Parintins e dois em Tabatinga. No site da coordenação, professores e coordenadores de cursos também podem acessar o formulário de solicitação de intérprete para eventos.
A intérprete de Libras, Samara Rodrigues, que presta serviços para a UEA há um ano, explica que o novo portal da Copps otimiza o processo de envio de documentação para a coordenação, processo realizado mensalmente por todos os intérpretes. Ela destaca a importância dos serviços para a inclusão dos surdos na UEA.
“Ao entrar na universidade, o aluno surdo geralmente tem um texto em Língua Portuguesa que não é sua língua materna. A sua língua materna é Libras (L1). Quando ele tem acesso às traduções, o estudante tem um desenvolvimento melhor no seu cotidiano, um aprendizado aprimorado e no portal ele tem acesso a livros e artigos traduzidos”, assinalou.
Sobre a Copps
Criada em setembro de 2020, a Copps tem o objetivo de demarcar e estabelecer políticas linguísticas institucionais de acesso e permanência para alunos, professores, bem como a comunidade surda em geral, nas ações da UEA.
A coordenação foi estabelecida com a proposta de discutir todas as políticas dessa comunidade desde o ingresso na universidade, até a permanência, tradução, interpretação e elaboração de materiais acadêmicos e informativos, assim como apoio aos docentes e discentes.
O link para acesso ao site da Copps é: https://copps.uea.edu.br/.
FONTE: Agência Amazonas
Nova tecnologia promete mudar a realidade das exibições de cinema no Brasil
Nova tecnologia promete mudar a realidade das exibições de cinema no Brasil, beneficiando mais de 10 milhões de pessoas surdas, cerca de 600 mil pessoas cegas e outras 6,5 milhões de pessoas com baixa visão. Trata-se de um aplicativo de acessibilidade que reconhece o áudio do filme e sincroniza, em tempo real, os recursos de audiodescrição, legenda e LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). O lançamento acontece no dia 9 de novembro em um evento em Brasília, em uma sessão dublada do filme Caça Implacável, no Espaço Itaú de Brasília, a partir das 10 horas.
A ação é promovida pela Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex – ABRAPLEX e tem o objetivo de democratizar ainda mais o acesso à cultura e ao entretenimento, ampliando a acessibilidade de pessoas com deficiências em todas as salas de cinema do País. “Estamos, com isso, mudando a realidade de uma parcela significativa da sociedade que não tinha o cinema como parte do seu entretenimento”, salienta o presidente da ABRAPLEX, Marcos Barros.
Para Lúcio Otoni, presidente da FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas), a iniciativa também vai beneficiar os exibidores de pequeno e médio portes: “Além de democratizar o acesso, a nova tecnologia não implicará em aumento de custos para as empresas, principalmente nas cidades menores, o que é essencial para este momento em que retomamos as atividades após um longo período de paralisação”.
A previsão de tornar os cinemas mais inclusivos já estava na Instrução Normativa 165, da Agência Nacional do Cinema – Ancine, que indicava as distribuidoras e exibidoras como responsáveis pela disponibilização dos recursos de acessibilidade audiovisual ao público. Também de acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, o prazo para as salas de exibição fornecerem recursos de acessibilidade audiovisual às pessoas com deficiência era até a data 2 de janeiro de 2023.
O APP
Disponível em versões para Android e IOS, o aplicativo se chama MovieReading e é gratuito. Depois de instalado, ele reconhece o áudio do filme e sincroniza, em tempo real, os recursos de audiodescrição, legenda e LIBRAS. Assim, o usuário consegue escolher a melhor opção para acompanhar o filme em exibição. Os filmes com acessibilidade serão identificados com um selo acompanhado de um QR Code.
Além dos cinemas, outra vantagem é que a funcionalidade pode ser utilizada para assistir filmes em qualquer lugar, inclusive fora dos multiplex.
O aplicativo pode ser acessado em https://www.moviereadingbrasil.com.br/.
FONTE: Cenas de Cinema
Primeiro instrutor e examinador de trânsito surdo do Brasil é do DF
Emanuel Souza Andrade participa da banca de aplicação de exames para condutores com deficiência auditiva. Em média, o Detran-DF realiza de quatro a oito avaliações por mês para esse público.
Piauiense de nascença, mas brasiliense de coração, Emanuel Souza Andrade, 36 anos, servidor do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), se tornou o primeiro instrutor e examinador de trânsito surdo do Brasil. No órgão desde 2012, ele passou a participar neste ano da banca examinadora do processo de avaliação prática para obtenção da carteira nacional de habilitação (CNH) para pessoas com deficiência auditiva.
“Agora a tendência é tornar o processo mais acessível e fazer com que as pessoas como eu encontrem menos dificuldades pelo caminho”Emanuel Souza Andrade, servidor do Detran-DF
A nova etapa na carreira de Emanuel se deu após a graduação em Língua Brasileira dos Sinais (Libras) na Universidade de Brasília (UnB), a formação em um curso na área e uma fase de teste em que acompanhava intérpretes de Libras nas bancas examinadoras do órgão. “Me sinto realizado e com vontade de sempre melhorar. No começo, foi um grande desafio seguido de intenso aprendizado diário”, afirma.
Mais do que quebrar paradigmas ao ser o primeiro examinador surdo do país, Emanuel almeja expandir a inclusão na área, prevista no Código de Trânsito Brasileiro, que garante a esse público acessibilidade comunicacional durante todo o processo. “Agora a tendência é tornar o processo mais acessível e fazer com que as pessoas como eu encontrem menos dificuldades pelo caminho”, comenta.
Para isso, o servidor integra o projeto Libras no Trânsito, do Detran-DF, que tem como objetivo oferecer cursos de trânsito para pessoas surdas, e também faz um mestrado na UnB no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Tradução em que pretende traduzir do português para Libras o processo de obtenção da CNH. “Para que os surdos sejam atendidos por meio da língua de sinais”, completa.
Criado pela Escola Pública de Trânsito (EPT), da Diretoria de Educação de Trânsito do Detran-DF, o projeto Libras no Trânsito concorre ao Prêmio Espírito Público na categoria Promoção da Diversidade
Chefe do Núcleo de Avaliação de Candidatos do Detran-DF, Fábio Eduardo de Oliveira acredita que a presença de Emanuel na banca vai melhorar a experiência dos candidatos surdos e com deficiência auditiva. “Imagino que, para o candidato, ao ter um examinador surdo, a comunicação é colocada em pé de igualdade. Que seja algo reconfortante. É algo extraordinário para a gente ter uma equipe bem preparada e plenamente capaz de se comunicar”, avalia.
Tradução em Libras
Em média, o Detran-DF tem de quatro a oito exames por mês que necessitam da comunicação em Libras. Antes do início do trabalho de Emanuel como examinador, o órgão contava com até quatro intérpretes de Libras se revezando na atuação de tradução durante os exames teóricos e práticos.
Desde 1975, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) permite que pessoas surdas ou com deficiência auditiva possam participar do processo para tirar a CNH. Além disso, uma alteração no Código de Trânsito Brasileiro garante a esse público acessibilidade comunicacional em todas as etapas. Apesar da garantia da legislação, a acessibilidade ainda é bastante reduzida no Brasil.
FONTE: Agência Brasília
HQ que retrata língua indígena de sinais concorre ao “Oscar dos quadrinhos”
Material inédito é resultado do trabalho de conclusão de curso de estudante da UFPR
Uma história em quadrinhos (HQ) que retrata a língua indígena de sinais utilizada por pessoas surdas do povo Terena está concorrendo ao 34º Troféu HQMIX, considerado o Oscar dos quadrinhos. A HQ foi desenvolvida em formato plurilíngue e sinalizada também na Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O material inédito é resultado do trabalho de conclusão de curso de Ivan de Souza, na licenciatura em Letras Libras da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A história disputa o prêmio na categoria “Produção para outras linguagens”. O resultado do prêmio deverá ser divulgado no final do mês de novembro.
A pesquisa que resultou na HQ começou em 2017, quando Ivan estudava a história de pessoas surdas no Paraná, na iniciação científica. Todo o processo teve acompanhamento de pesquisadoras que já desenvolviam atividades com usuários da língua terena de sinais. A comunidade indígena também teve participação ativa no desenvolvimento e, depois, na validação da obra junto ao seu povo.
“Me sinto muito feliz por conseguir atingir, mais uma vez, um dos objetivos ao criar esse material multilíngue que era levar ao máximo de pessoas possível o conhecimento sobre a existência da diversidade linguística e cultural que temos presente em nosso país”, conta Souza.
A história integra o projeto da UFPR “HQ’s sinalizadas”, que trabalha com temas transversais dos artefatos da cultura surda – história, língua, cultura, saúde. A proposta é criar, aplicar e analisar histórias em quadrinhos sinalizadas como uso de sequências didáticas bilíngues para o ensino de pessoas surdas.
FONTE: Brasil de Fato Paraná
Reitor discursa em Libras durante colação de grau na UFRR
Durante a formatura de alunos de seis cursos de graduação da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o reitor Geraldo Ticianeli tomou uma atitude que surpreendeu a plateia e os formandos: fez o seu discurso na Língua Brasileira de Sinais (Libras), promovendo assim uma colação de grau inclusiva para a comunidade surda.
A cerimônia aconteceu no dia 25 de agosto, no Centro Amazônico de Fronteiras (CAF/UFRR). Colaram grau estudantes dos cursos de Jornalismo, Direito, Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Relações Internacionais.
A ideia de fazer o discurso de uma maneira mais inclusiva surgiu depois de uma conversa do reitor com uma docente do curso de Letras-Libras. Foi nesse encontro, relembra o professor Geraldo, que percebeu a importância de aproveitar a cerimônia de colação de grau para colaborar com a difusão da Língua Brasileira de Sinais e mostrar a importância dos trabalhos de inclusão.
Na tradução do discurso para Libras, o reitor foi ajudado pelo coordenador do curso de Letras-Libras da UFRR, professor Felipe Aleixo. Depois dessa etapa, analisou as principais formas gestuais e treinou durante uma semana.
“Apesar de todos os avanços que já tivemos, essa atitude de nos colocar no lugar do outro fortalece cada vez mais o respeito pelas diferenças e estimula ações de igualdade em nossa sociedade”, afirma o reitor a respeito da importância simbólica de seu discurso em um dos momentos mais importantes da rotina acadêmica.
O discurso em Libras soma-se a uma série de ações desenvolvidas pela UFRR nos últimos anos. Entre as de maior destaque estão a realização de concursos para disponibilizar mais vagas de docentes para o curso de Letras-Libras, a contratação de profissionais tradutores, fomento à participação de pessoas com deficiência nos concursos e, em 2023, disponibilização, pela primeira vez, do edital do vestibular totalmente em Libras.
Para ver o discurso em Libras do reitor Geraldo Ticianeli, clique aqui.
FONTE: Roraima em Foco
Instituto Nacional de Educação de Surdos divulga calendário de matrículas para o Curso de Libras
Está disponível o calendário de matrículas para o segundo semestre do curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais), do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), vinculado ao Ministério da Educação. A formação, que oferece aulas presenciais e de forma remota e totalmente gratuita, está prevista para ter início na semana do dia 15 de agosto. Funcionarão um total de 18 turmas presenciais e 12 turmas a distância, com limite de 20 pessoas por classe.
Para estudantes iniciantes – que devem ser alfabetizados e ter idade mínima de 14 anos –, a inscrição ocorrerá no dia 3 de agosto. Devido à alta demanda e ao limite de vagas, um sorteio eletrônico definirá os contemplados no dia 4 de agosto, a partir das 14 horas, com resultado a ser divulgado no mesmo dia. Por e-mail, os sorteados devem efetivar as matrículas até o dia 8 de agosto.
Serão preenchidas neste semestre, no módulo iniciante, cinco turmas presenciais, totalizando 100 vagas, e quatro turmas a distância, que somam 80 oportunidades.
Instituições públicas, organizações não governamentais e parceiros do Ines que atuam com atendimento a pessoas surdas podem solicitar uma vaga por meio de um ofício que deve ser enviado para os e-mails dirge@ines.gov.br e dfcrh@ines.gov.br, exclusivamente, no dia 27 de julho, desde que preencham as informações requisitadas neste link .
Saiba Mais
O curso de Libras do Ines contabiliza cinco módulos, e cada um deles dura um semestre, um total de dois anos e meio de duração. Seguindo o semestre letivo do Departamento de Educação Básica do Instituto, as aulas são ministradas uma vez por semana, durante 3 horas e 10 minutos no módulo presencial e 3 horas e 15 minutos no módulo a distância, chegando a um total de 50 horas/aula. Ao término de cada módulo, o estudante aprovado receberá um certificado de conclusão de curso.