Países lusófonos querem reforçar a presença do português no mundo
Conforme Gilvan Muller, a próxima cúpula da CPLP que atualmente integra oito países onde se fala português (o Brasil, Portugal, cinco países de África e Timor-Leste) vai aprovar em julho de 2014 o chamado Plano de Ação de Lisboa, visando a promoção e a difusão da língua de Luís Camões à escala mundial.
O diretor-executivo do Instituto que faz parte integral da CPLP, destacou o papel do português como “uma das grandes línguas de comunicação internacional, multinacional partilhada por cidadãos de diferentes países e comunidades”.
O Plano de Ação de Lisboa (igualmente ao antigo Plano de Ação de Brasília de 2010) define várias áreas de estratégia, grandes setores de atuação, dos estados-membros da CPLP, frisou Gilvan Muller:
“Em primeiro lugar, visa a promoção do português como uma língua de organizações internacionais. Em segundo lugar, pretende reforçar a presença do português na Internet e no mundo digital. Em terceiro lugar, implica a difusão da língua portuguesa junto às diásporas em todo o mundo, e em quarto lugar, visa a desenvolvimento das outras línguas no espaço da CPLP.”
A CPLP é um conjunto de países com muitas línguas, disse Gilvan Muller. “Nós temos nos nossos países cerca de trezentas e trinta e nove línguas que convivem com o português”.
O Plano de Ação de Lisboa, além dos quatro pontos referidos, tem ainda a tarefa de promover o português como a língua de ciência, língua de inovação e produção tecnológica, declarou o diretor-executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa.
Falando duma possível integração à CPLP de mais um país, a Guiné Equatorial, que recentemente introduziu o português como uma língua oficial, Gilvan Muller declarou:
“Há um crescimento muito grande na oficialização das novas línguas por vários países. Muitos países oficializam novas línguas e se tornam bilingues, trilingues, etc.
A Guiné Equatorial tem no seu território o crioulo de base portuguesa, o que é Fá d’Ambô, originário da ilha de Bioko que foi uma colônia portuguesa ate o ano 1778. Está lá uma comunidade crioulófona de base portuguesa, como em São Tomé e Príncipe, na Guiné-Bissau e em Cabo Verde, o que pode ser visto como um contexto linguístico-cultural para a proximidade da Guiné Equatorial ao mundo da língua portuguesa. É claro que a oficialização do português é um ato político e tem a ligação direta com a vontade da Guiné Equatorial de fazer parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.”
Instado a falar da questão linguística em processos políticos como foi o caso mais recente na Ucrânia onde as autoridades novas quiseram restringir o uso da língua russa por lei, Gilvan Muller declarou:
“É sempre importante frisar que a língua é um fator de governança de um país. Se analisar os casos da história vê-se que as comunidades podem se levantar a partir de proibição de língua. A língua tem um potencial muito grande na gestão de um país.”
Referiu-se também aos acontecimentos na África do Sul onde “um dos pilares da queda de apartheid foi o levantamento de jovens em Soweto que protestaram contra a imposição da língua afrikaans como uma língua de ensino”
Fonte: Voz da Rússia.
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