No Pará, Funai apoia IBGE em ação de diálogo com indígenas sobre o Censo Demográfico de 2022

Foto: Divulgação/Funai
Em uma ação conjunta no estado do Pará, a Fundação Nacional do Índio (Funai) acompanhou e apoiou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no diálogo com diferentes comunidades indígenas sobre a realização do Censo Demográfico 2022. Os trabalhos ocorreram entre os dias 01 e 08 de julho.
Durante as conversas com comunidades das Terras Indígenas Munduruku e Sai-Cinza, os indígenas receberam diversas informações e orientações sobre o recenseamento oficial. As atividades contaram também com a participação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e de uma das associações indígenas Munduruku da região.
Servidores da Funai auxiliaram na interação com as comunidades, informando e sensibilizando sobre a relevância da boa execução do Censo. A coleta de dados está prevista para começar, em todo país, a partir de 1° de agosto e seguir até 31 de outubro. O Censo 2022, o primeiro a ser realizado desde 2010, vai mostrar um retrato dos indígenas no Brasil, contribuindo para a formulação de políticas públicas em prol dessas populações.
O IBGE vem promovendo em aldeias de todo o país consultas prévias com o objetivo de identificar ajustes para que o recenseamento atenda às especificidades das comunidades indígenas. Antes de começar as visitas aos domicílios, os recenseadores farão novas reuniões de abordagem com as lideranças indígenas comunitárias para reiterar as informações sobre o censo e reforçar a importância de se responder aos questionários.
Neste ano, a operação da pesquisa contará com inúmeros recenseadores indígenas nas equipes, aprovados em seleção do IBGE que contou com o suporte da Funai na divulgação e no auxílio aos indígenas para a realização da inscrição, como uma maneira de aumentar a participação indígena na realização do Censo 2022. Além disso, em algumas aldeias serão contratados pelo IBGE guias comunitários e intérpretes indígenas para prestar assistência aos recenseadores não-indígenas na interlocução com as comunidades durante a coleta de dados.
Histórico
O Recenseamento Demográfico, realizado a cada dez anos, é o mais completo levantamento das condições de vida da população brasileira, servindo como principal fonte de informação para a construção de políticas públicas, nos mais diversos campos de atuação do Estado. O segmento indígena começou a ser investigado no Censo a partir de 1991, quando foi introduzida a opção “indígena” na pergunta sobre cor ou raça.
Esse quesito, repetido em 2000, estava presente apenas no “Formulário da Amostra”, respondido por 10% da população, e não investigava outras questões como o pertencimento étnico e línguas faladas, o que limitava o conhecimento da realidade indígena a partir do Censo.
Como resultado da cooperação entre a Funai e o IBGE no Censo 2010, obteve-se um enorme avanço no conhecimento da realidade indígena. Para o Censo 2020, a Funai e o IBGE firmaram em 2018 uma cooperação ainda mais estreita, com duração de quatro anos, que contempla as três etapas da operação censitária, a preparação, a coleta e a validação/divulgação dos dados estatísticos. A crise sanitária decorrente da covid-19 levou ao adiamento do Censo, inicialmente para 2021 e depois para 2022.
As perguntas presentes nos questionários que serão utilizados na fase da coleta do Censo 2022 envolvem, além do pertencimento étnico e língua falada, condições sanitárias, práticas ritualísticas e/ou religiosas, situação econômica, acesso à documentação básica, situação de escolaridade, entre outras informações que contribuem para o planejamento e a execução de ações de órgãos governamentais com atuação junto às populações indígenas.
Empresa cria inteligência artificial capaz de traduzir 200 idiomas

Modelo desenvolvido pela companhia agrupa idiomas parecidos para melhorar traduções na internet. (Foto: Reprodução)
A Meta, controladora do Facebook e do Instagram, anunciou a criação de um novo modelo de inteligência artificial que pode traduzir textos com mais precisão em mais de 200 idiomas.
O No Language Left Behind (NLLB-200, ou “Nenhum idioma deixado para trás”, em tradução livre) será usado para melhorar traduções no feed do Facebook e do Instagram. Ele também servirá para facilitar a interação entre usuários falantes de diferentes idiomas no chamado metaverso.
A expectativa é de que ferramenta de tradução também ajude a detectar mais facilmente conteúdo prejudicial em diversos idiomas nas plataformas da Meta.
O modelo de inteligência artificial já está sendo usado por editores da Wikipédia para traduzir artigos para mais de 20 idiomas que, até então, tinham pouco conteúdo na plataforma.
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Segundo a Meta, centenas de idiomas não são atendidos atualmente por ferramentas de tradução de alta qualidade.
“Hoje, menos de 25 idiomas africanos são compatíveis com as ferramentas de tradução mais usadas, sendo que muitas delas são de baixa qualidade. Já o NLLB-200 é compatível com 55 idiomas africanos com resultados de alta qualidade”, disse a empresa.
Entre as línguas suportadas pelo NLLB-200, estão Ayacucho Quechua, Aymara Central, Guarani, Crioulo Haitiano, Papiamento, falados por mais de 20 milhões de pessoas em 10 países da América Latina, de acordo com a companhia.
Funcionamento
Os sistemas de tradução automática são treinados a partir de conjuntos de dados que permitem fazer uma correspondência entre frases em diferentes idiomas.
Quando não há conjuntos com grande volume de frases paralelas entre dois idiomas, pesquisadores podem coletar conteúdo por meio da mineração de dados na internet. Mas essa alternativa nem sempre oferece traduções de qualidade, já que os sites podem ter erros ortográficos.
Para conseguir um conjunto de dados com mais qualidade, a Meta aprimorou o LASER, seu kit de processamento de linguagem. Em resumo, a empresa usou um processo de treinamento multilíngue que agrupa idiomas parecidos.
Com isso, um idioma que tem mais recursos de tradução pode ajudar a identificar frases em idiomas semelhantes que têm poucos recursos de tradução.
Segundo a Meta, esse método faz com que idiomas parecidos possam compartilhar dados entre si durante o treinamento.
“Além disso, o modelo único multilíngue permite que os pesquisadores façam repetições, expansões e testes com muito mais facilidade, em comparação com centenas ou até milhares de modelos bilíngues diferentes”, afirmou a empresa.
O NLLB-200 está disponível em código aberto para pesquisadores. A companhia também liberou o conjunto de dados FLORES-200, que permite avaliar o desempenho de traduções em cerca de 40 mil direções de idiomas diferentes.
“O FLORES-200 pode ser usado para avaliar sistemas de tradução em uma ampla variedade de aplicações. Isso inclui panfletos de saúde, filmes, livros e conteúdo online em países ou regiões onde vários idiomas de poucos recursos são falados”, disse a Meta.
A empresa afirma que, até pouco tempo atrás, a tradução automática de alta qualidade estava disponível para poucos idiomas. “Com o NLLB-200, estamos nos aproximando do dia em que os sistemas permitirão que as pessoas se comuniquem com quem quiserem”, declarou.
Via O Sul
CCJ aprova projeto que prevê línguas indígenas como cooficiais
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que torna os idiomas indígenas línguas cooficiais nos municípios que têm comunidades indígenas.A relatora, deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), apresentou parecer favorável ao Projeto de Lei 3074/19, do deputado Dagoberto Nogueira (PSDB-MS). Como o texto tramitou em caráter conclusivo, poderá seguir para o Senado, a menos que haja recurso para votação, antes, pelo Plenário.
Para garantir acordo que permitisse a votação da proposta, a relatora excluiu do texto a previsão de que o reconhecimento das línguas cooficiais garantiria a prestação de serviços e a disponibilização de documentos públicos pelas instituições públicas em português e nas línguas indígenas.
A proposta estabelece que a cooficialização das línguas indígenas não deve representar obstáculo à relação e à integração dos indivíduos na comunidade linguística de acolhimento nem qualquer limitação dos direitos das pessoas ao pleno uso público da própria língua na totalidade do seu espaço territorial.
“O processo de colonização que foi instalado no Brasil – e cujas consequências se estendem ao longo dos anos – teve como uma de suas principais características a supressão das línguas minoritárias no Brasil através de pressões homogeneizadoras, principalmente as de domínio dos povos indígenas”, afirmou Joenia Wapichana. “Não obstante, essas populações insistem constantemente não só pelo reconhecimento de suas línguas como para sua manutenção enquanto elemento indispensável de suas culturas e identidades”, acrescentou.
Conforme destaca Wapichana, dados Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam a existência de 274 línguas indígenas faladas por indivíduos pertencentes a 305 etnias diferentes.
“A cooficialização se configura como um dos mecanismos possíveis para alcançar os propósitos tanto da legislação nacional quanto internacional de proteção das línguas originárias dos povos indígenas, contribuindo, consequentemente, para a valorização da pluralidade cultural e linguística do país”, defendeu a deputada.

Joenia Wapichana: línguas indígenas foram suprimidas na colonização – (Foto: Elaine Menke/Câmara do Deputados)
Roteiro Caminho Pomerano é destaque no Programa Vale Agrícola
No último sábado (02), foi ao ar através das plataformas Youtube e Facebook o programa Vale Agrícola, apresentado pela jornalista Aline Leonhardt. Na edição nº 219 do programa, esteve em destaque o roteiro de turismo rural Caminho Pomerano de São Lourenço do Sul.
Através de uma reportagem especial da jornalista Eliza Maliszewski e belas imagens captadas de Marcel Oliveira, foram retratadas a história da noiva de preto, gastronomia, cultivo de pitaias e os acervos existentes no roteiro rural.
Confira!