Línguas indígenas é tema de entrevista com Cristina Messineo
“É preconceito dizer que as línguas indígenas não são comunicativamente eficientes.” Entrevista com Cristina Messineo
Imagen: Bernardino Avila
Pioneira no desenvolvimento local da linguística antropológica, seu foco de atenção são as línguas faladas aqui [na Argentina] antes da chegada dos espanhóis. “Quando comecei, faziam os meninos que falavam uma língua indígena na escola lavar a boca”, disse para recordar que até não muito tempo atrás imperava o que chama de “ideologia do desprezo”. As atuais políticas, a tarefa de recuperar as línguas em perigo.
Armindo Ngunga fala sobre a importância das línguas moçambicanas
O linguista moçambicano Armindo Ngunga dispensa qualquer apresentação. Recentemente, o @Verdade encontrou-o na Escola Superior de Jornalismo onde ia ministrar a aula inaugural sobre as línguas Bantu e aproveitou a ocasião para lhe formular três perguntas.
@Verdade: Que a importância possui a língua materna numa sociedade como a moçambicana, por exemplo?
Armindo Ngunga: A língua materna é a coisa mais importante que todos nós temos, em qualquer sociedade. Ela confunde-se com o que cada um de nós é. O que seria de mim sem a minha língua? O mundo estaria fechado e, em resultado disso, eu não poderia comunicar-me com ninguém. As pessoas não se abririam para mim – o sentido inverso é válido – o que seria um autêntico sufoco. A língua materna faz parte da identidade de cada cidadão e de cada sociedade. E como partilhamos a língua materna com os outros, ela mantém os nossos laços de relacionamento, daí que ela se reveste de grande importância.
@Verdade: Que contributo o uso da língua materna pode trazer nas repartições públicas como os hospitais, os tribunais e as academias, por exemplo?
Armindo Ngunga: Eu não sei como é que uma pessoa se sente quando é julgada numa língua que não percebe. De repente, sucede que ela se encontra numa cela sem saber as razões, porque o juiz o julgou utilizando um idioma estranho e, nesse caso, ele nem percebeu o que aconteceu. Portanto, a língua é um instrumento muito importante na nossa vida como pessoas que vivem numa sociedade. Penso que cada pessoa devia respeitar a língua materna do outro, enquanto direito humano de se comunicar e de se defender, porque é a partir dela que isso se faz da melhor forma.
Em Moçambique, a língua materna de determinadas pessoas – 10 porcento – é o português. No entanto, há pessoas que, não falando o português, é-lhes recusada a possibilidade de sobreviver porque os médicos, por exemplo, não se comunicam com elas nas suas línguas. Por essa razão, invariavelmente, os doentes não explicam devidamente de que padecem. Quando o paciente e o médico não partilham a mesma língua, o doente corre sérios riscos de vida. A língua é um meio importante que, se bem utilizado, pode salvar a nossa vida, mas também nos pode matar.
@Verdade: Que contributo a língua materna pode trazer no acesso às fontes de informação, em Moçambique, tendo em conta as várias áreas do saber?
Armindo Ngunga: Se a comunicação social, por exemplo, usasse as línguas maternas moçambicanas nós teríamos uma vasta área de conhecimento a gerar algum tipo de interacção no nosso seio. Qualquer língua é sempre um meio activo para o acesso ao intelecto. Por isso, acredito que se nós utilizássemos as nossas línguas maternas nos estabelecimentos de ensino, como meio de acesso à informação universal – e porque ao longo do tempo, os seres humanos aperfeiçoaram os conhecimentos veiculados em determinadas línguas pré-seleccionadas – resolveríamos facilmente e melhor os nossos problemas, na academia, do que agora que utilizamos as línguas estrangeiras.
As línguas maternas permitem que as crianças se sintam confortáveis na escola. A sua não utilização provoca um sufoco aos petizes, porque eles não compreendem o que o professor diz e nem podem reagir porque não têm como fazê-lo. Até podem reprovar nos exames porque não conseguem dizer aquilo que sabem na língua que a norma lhes obriga a fazê-lo.
Fonte: http://www.verdade.co.mz/
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Em entrevista à Lusamonitor, o diretor do IILP, Gilvan Müller de Oliveira fala sobre a delicada situação econômica atravessada pelo Instituto ao longo dos anos e alerta para a falta de recursos e coordenação na difusão do português no mundo. Leia a entrevista na íntegra, clique aqui.
Replicado de http://iilp.wordpress.com/
Clotilde Murakawa fala sobre o Dicionário Histórico do Português do Brasil (DHPB)
Em entrevista para a TV Câmara de Jaú, São Paulo, Murakawa traz a história, conquistas, exemplos e expectativas do Dicionário Histórico do Português do Brasil (DHPB). Confira!