Língua e Política: dialogando com os Guarani do Chaco Boliviano
Língua e Política: dialogando com os Guarani do Chaco Boliviano
A coordenadora do IPOL, Rosangela Morello, juntamente com a professora Marci Fileti Martins, da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, estiveram, entre os dias 28 de junho a 09 de julho, na Bolívia, precisamente, na região do Gran Chaco Boliviano, para um trabalho de pesquisa junto às comunidades falantes do Guarani.
O trabalho faz parte do projeto “As Línguas Tupi faladas dentro e fora da Amazônia: do Vale do Guaporé à Bacia Platina”, coordenado pela professora Marci Fileti Martins e que pretende fornecer subsídios para documentação, descrição e análise das línguas indígenas, com ênfase nas línguas Tupi distribuídas a oeste da bacia hidrográfica do rio Amazonas, especificamente na bacia do Madeira, nos vales do Guaporé e Mamoré (Estado de Rondônia, no Brasil e Departamentos de Santa Cruz, Chuquisaca e Tarija, na Bolívia), e aquelas situadas fora da Amazônia, as variedades modernas da língua Guarani faladas tanto em território brasileiro (Estados de Mato Grosso do Sul-MS, Santa Catarina-SC, Paraná-PR e Rio Grande do Sul-RS, Rio de Janeiro-RJ e Espírito Santo-ES), quanto as faladas no Paraguai e na Argentina.
Com objetivos diferenciados, mas complementares, as professoras visitaram a cidade de Camiri, na Província de Cordillera, no Departamento de Santa Cruz, que é a sede das organizações Guarani e uma das regiões com maior número de comunidades e falantes. Enquanto Marci Fileti Martins está interessada no estudo comparativo entre o Guarani do Chaco boliviano e o Guarani Mbya, Rosangela Morello está preocupada com as questões de política linguística para ensino bilíngue e para valorização da língua de modo mais amplo. Segundo as pesquisadoras, essas duas questões são importantes para o estudo e a instrumentalização do Guarani falado hoje, no continente sul americano. O Guarani, língua oficial do Paraguai juntamente com o Espanhol, é uma das línguas nacionais da Bolívia, dentre outras 34 línguas, é língua de trabalho do Mercosul e no Brasil, foi inventariada e deverá ser reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Nação.
Segundo as pesquisadoras, a experiência boliviana, especialmente Guarani, no que diz respeito à educação bilíngue e sua implementação pelas políticas públicas, possui especificidades que podem contribuir para os trabalhos que estão sendo desenvolvidos no Brasil, um país tão plurilíngue quanto a Bolívia.
O estudo comparativo, por sua vez, mostra-se importante para a pesquisa linguística seja do ponto de vista da classificação (tipológica ou genética) das línguas Tupi Guarani (TG) quanto para os estudos teóricos. “Argumento em favor da singularidade das relações de parentesco entre o Guarani Mbya e Guarani do Chaco Boliviano, pois acredito ser um caso exemplar envolvendo os processos migratórios das línguas e a(s) cultura(s) TG e, portanto, reveladoras para os estudos dos complexos Guarani e Boliviano”, afirma Marci Fileti Martins.
De acordo com Rosangela Morello, “o recente reconhecimento do pluri e do multilinguismo no Brasil, atrelado à cooficialização de línguas e à política do Inventário Nacional da Diversidade Linguística no qual se insere o Inventário da Língua Guarani Mbya, exige que aprimoremos as políticas de fomento e valorização das línguas, o que torna muito significativo o conhecimento das experiências em educação e gestão linguística por um país assumidamente plurinacional como a Bolívia”.
OAB defende respeito à demarcação de terras indígenas no Brasil
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“A defesa das terras indígenas é de suma importância para o Brasil”, declarou Marcus Vinicius
(Foto: Eugenio Novaes – CFOAB)
Brasília – O presidente do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, expressou preocupação com a situação dos índios ianomâmis que estão tendo suas terras ameaçadas pela presença de garimpeiros e de atividade mineradora. “A defesa das terras indígenas é de suma importância para o Brasil”, declarou Marcus Vinicius. “A OAB encampa todos os esforços para que essa população tenha seus direitos respeitados e assegurados.”
De acordo com reportagem do jornal “O Globo”, uma nova corrida do ouro está em andamento nas terras demarcadas do povo ianomâmi na Amazônia, uma área de 9,6 milhões de hectares. Recentemente, operações da Funai, do Exército e da Polícia Militar retiraram 1.500 garimpeiros, explodiram 22 pistas de pouso e afundaram 84 balsas com minérios retirados da área protegida. O premiado fotógrafo Sebastião Salgado retratou a situação dos índios, inclusive acompanhando rituais fúnebres do grupo.
O jornal também relata projetos que visam flexibilizar e até autorizar a exploração de recursos naturais em terras indígenas, que seria facilitada pela construção de usinas hidrelétricas e estradas na região. Segundo “O Globo”, 54,8% da superfície ianomâmi está requisitada por mineradoras, de olho no artigo 176 da Constituição, que libera a exploração com legislação específica. Também está em andamento uma PEC que determina a revisão das demarcações.
Perú: Proponen medidas a favor del derecho a la comunicación de las comunidades y PP.II.
Perú: Proponen medidas a favor del derecho a la comunicación de las comunidades y PP.II.
Servindi, 25 de junio, 2014.– Un pronunciamiento en el que se demanda al Estado peruano adoptar medidas que garanticen el derecho a la comunicación de las comunidades y pueblos indígenas del Perú suscribió una coalición de instituciones que impulsan la gestación de una Escuela itinerante de Comunicación Indígena e Intercultural.
Perú: Primer Curso de Especialización en Temas de Justicia Intercultural para Traductores e Intérpretes de Lenguas Indígenas
Primer Curso de Especialización en Temas de Justicia Intercultural para Traductores e Intérpretes de Lenguas Indígenas
Esta capacitación tiene como finalidad desarrollar aptitudes para la interpretación y traducción de lenguas indígenas en materia de justicia.
El Ministerio de Cultura, a través del Viceministerio de Interculturalidad encoordinaciones con la Oficina Nacional de Justicia de Paz y Justicia Indígena (ONAJUP), convocan al “Primer Curso de Especialización en Temas de Justicia Intercultural para Traductores e Intérpretes de Lenguas Indígenas” a realizarse en Lima del 14 al 22 de julio del presente año.
El curso de especialización tiene como objetivo desarrollar conocimientos, habilidades y aptitudes, para la interpretación y traducción bilingüe en materia de justicia, a fin de que los pueblos indígenas involucrados en un proceso judicial, y las propias instancias de administración de justicia puedan contar con intérpretes y traductores en lenguas indígenas profesionales que los asistan, contribuyendo con ello a la implementación de sus derechos.
Para más detalles sobre la convocatoria, descargue el siguiente documento en formato PDF.
Fonte: Ministerio de Cultura – Perú
Índio é nós: Mostra de documentários indígenas
Índio é nós – Mostra de documentários indígenas – inicia hoje, 25/06, em São Paulo. Confira abaixo mais informações sobre a mostra, incluindo sua programação.
Índio é nós – Mostra de documentários indígenas. Entrada gratuita.
De 25 a 29 de junho de 2014
Local: Matilha Cultural
Rua Rego Freitas, 542, República
01220-010 São Paulo
Tel. 011 3256-2636
http://www.matilhacultural.com.br
Curadoria: Tatiana Soares de Almeida (Vídeo nas Aldeias)
Organização: Fabio Camarneiro (Universidade Federal do Espírito Santo) e Fabio Weintraub (Índio é nós)
Apoio: Matilha Cultural
Programação
Em defesa dos direitos indígenas e quilombolas e contra a criminalização dos defensores e defensoras de direitos humanos
Em defesa dos direitos indígenas e quilombolas e contra a criminalização dos defensores e defensoras de direitos humanos
As organizações sociais, os movimentos populares, os Defensores e as Defensoras de Direitos Humanos reunidos no I SEMINÁRIO ESTADUAL DOS DEFENSORES E DEFENSORAS DE DIREITOS HUMANOS NO RIO GRANDE DO SUL, que teve lugar nos dias 09, 10 e 11 de junho de 2014, em São Leopoldo/RS, vem a público manifestar-se em defesa dos direitos indígenas e quilombolas e contra a criminalização dos defensores e defensoras de direitos humanos, dos movimentos e organizações sociais populares e suas lideranças.







