Patrimônio Cultural Imaterial

Manifesto do Patrimônio Imaterial Brasileiro

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O Patrimônio Imaterial é parte constitutiva da identidade de um povo guardando uma relação íntima com o exercício de cidadania, da memória e dos direitos culturais, não podendo ser resumido à dimensão econômica e/ou turísticas dos saberes, fazeres e tecnologias tradicionais que se designa como Bem Cultural. A salvaguarda do Patrimônio Imaterial brasileiro precisa está em consonância com o acúmulo histórico e científico, mas acima de tudo em sinergia com aqueles e aquelas que o produzem, reproduzem e transmitem como guardiões vivos da memória e dos saberes, aqueles a quem a política da UNESCO chama de detentor(a).
Como fruto da construção de uma cidadania plena a Constituição Federal traz, em seus artigos 215 e 216, uma ampla noção de patrimônio cultural e reconhece a existência de bens culturais de natureza imaterial e reconhece que o Estado em conjunto com a sociedade tem o dever de proteger esses bens como forma de preservar as referências dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Entretanto somente em 2000, decreto 3551/2000 que institui o Registro de Bens Imateriais e criou o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial – PNPI, e que se começa a vislumbrar ferramentas para reconhecimento de bens de natureza Imaterial e intangível, bem antes da convenção da UNESCO que data 2003 e retificada no ano de 2006.
Porém, Junto com a Democracia brasileira, a cidadania cultural vem sofrendo duros golpes nos últimos anos. A extinção do MinC e os, cada vez mais acentuados, desmontes do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que resultam, entre outras perdas, na inviabilização da política, de reconhecimento, registro e salvaguarda dos Bens Imateriais.
Em novembro de 2019, consolidou-se a transferência do IPHAN para o Ministério do Turismo e a nomeação de uma servidora de carreira deste ministério à sua Presidência, sem domínio das políticas de Patrimônio Cultural (material ou imaterial), após longo período de “gestão temporárias em apenas assinava-se processos ordinários.
Essa paralisia institucional representa um recuo de ações voltadas ao que preconiza a Constituição Federal, somado a isto estão as nomeações de pessoas sem perfil técnico para cargos do segundo escalão nas superintendências, colocando esse importante instrumento no jogo do “toma lá e dá cá”, prática que sempre existiu nas estatais.
A atuação com relação ao PCI – Patrimônio Cultural Imaterial, frente à pandemia tem sido basicamente ações de valorização por meio das lives dos mestres, que acontecem às sextas-feiras e são divulgadas pelo página oficial do IPHAN. Não há presidência ativa e nem diretrizes de atuação específicas frente à crise. Essa vinculação ao Ministério do Turismo indica que para esse governo Bolsonaro não interessa pensar em patrimônio e cidadania, mas sim patrimônio e indústria do Turismo. Ainda não houve uma proibição explícita com relação à política de PCI, mas pelo desenrolar das movimentações, haverá cobranças por projetos de turismo em detrimento de trabalhos com ações formativas e de participação social permanecerá sem apoio e recursos.
Diante desse quadro, agravado pela pandemia, os servidores tentam manter a política de salvaguarda do jeito que é possível, e sem efetivo direcionamento e incentivos para o patrimônio cultural do Brasil ou iniciativas de apoio aos detentores em situação de vulnerabilidade.
O Patrimônio Cultural brasileiro, assim como sua Democracia correm risco, mais que em qualquer outro momento de nossa história desde a redemocratização e faz-se urgente um posicionamento dos organismos internacional de proteção ao Patrimônio sobre este duro momento de nossa República.

Aprovada a lei que oficializa a língua alemã como patrimônio cultural do município de Santa Cruz do Sul

 Fotos: Jacson Miguel Stülp Jornalista 

Os vereadores aprovaram na sessão desta segunda-feira, dia 5, o projeto de autoria do vereador suplente Nasário Bohnen (DEM), que oficializa a Língua Alemã como Patrimônio Cultural Imaterial do Município de Santa Cruz do Sul. O objetivo, segundo o autor é o de preservar, valorizar e promover o idioma vindo com os imigrantes alemães, que povoaram Santa Cruz do Sul.

Pelo projeto, fica o Executivo autorizado a promover ações e parcerias com instituições e organismos locais, regionais, nacionais e internacionais, a fim de viabilizar pesquisas, projetos, campanhas, eventos, incentivos ao aprendizado, entre outros, relativos à Língua Alemã. Ainda fica autorizado, por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura, da Secretaria Municipal de Educação e de outros órgãos da administração municipal, a criar grupos de estudos e de trabalhos, para viabilizar programação regular e continuada de ações e atividades a serem desenvolvidas junto às escolas e comunidades das áreas urbana e rural do Município.

Segundo Bohnen, a criação de uma Lei municipal constitui uma forma de marcar, em caráter oficial, os 170 anos decorridos desde a chegada das primeiras famílias de imigrantes alemães, o que ocorreu aos 19 de dezembro de 1849, às quais se juntaram, ao longo dos anos seguintes, inúmeros outros imigrantes alemães. Em 2020, são comemorados os 171 anos da chegada dos primeiros alemães.

“Santa Cruz do Sul ocupa um lugar de destaque na história da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul. A Kolonie Santa Cruz foi criada e a atração de imigrantes foi promovida pelo governo da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul que, desse modo, inaugurou a segunda fase de imigração alemã no Estado. Assim, desde 1849 o idioma alemão se faz presente no Município, integrado à comunidade santa-cruzense e à vida de muitos descendentes”, observa.

Nasário destaca que a maioria dos imigrantes, vindos à Kolonie Santa Cruz, sabia ler e escrever. O que se refletiu na valorização da educação e da imprensa em idioma alemão. Em 1937, quando a língua foi interditada nas escolas, a vida na cidade e nas comunidades interioranas da região, que formava Santa Cruz naquela época, era vivida, em grande parte, através desta sua língua regional. Tanto que já contava com mais de 100 escolas comunitárias, a maioria eram pequenas escolas no interior.

Jornal Kolonie

Entre os diversos jornais, anuários, e materiais impressos em idioma alemão, destacou-se o jornal Kolonie (editado durante 50 anos) que se tornou num dos mais lidos, tanto na região, quanto no Estado. Também os saberes em artes e ofícios vindos com os imigrantes, bem como a agricultura familiar, formaram valioso lastro para o desenvolvimento do comércio e da indústria. Eis porque a presença do imigrante germânico foi decisiva para o desenvolvimento de Santa Cruz do Sul.

A pesquisa da doutora em Ciências Sociais (área Antropologia Cultural) Lissi Bender, estudou a presença da língua alemã em Santa Cruz do Sul, o que resultou em seu doutoramento na Alemanha. Nesse estudo pôde constatar que o idioma continua ativamente presente nas relações familiares, nos círculos de amizade, em eventos comunitários, e mesmo em espaços públicos e em escolas; que o idioma alemão é elemento identitário da região e dos falantes; que, no entanto, carece de reconhecimento e de valorização efetiva pelo Poder Público municipal.

O vereador observa que a efetivação da Língua Alemã, como Patrimônio Cultural Imaterial, ensejará ao Poder Público, a idealizar, incrementar e promover ações e parcerias, com instituições e organizações locais, regionais, nacionais e internacionais, a fim de incentivar, estimular e fomentar estudos, pesquisas, projetos, eventos e campanhas de resgate e promoção da língua (em todas as suas formas de expressão), tanto do dialeto padrão que os imigrantes promoviam via escola, igreja e imprensa, quanto das variantes dialetais presentes nas comunidades contemporaneamente.

As ações e os trabalhos de valorização e promoção da Língua Alemã, em Santa Cruz do Sul, devem envolver ainda aproximação, integração, intercâmbio, parcerias e trocas de experiência com outros Municípios do Rio Grande do Sul e do Brasil, que já tenham ações e programas direcionados ao mesmo fim. Neste sentido, deve também ser incentivado o intercâmbio entre o Poder Público municipal e instituições da Alemanha, e de outros países de língua alemã para fomentar o estudo, a prática da Língua Alemã, intercâmbios, trocas culturais, construção de laços de irmanamento com cidades alemãs, para cooperação mútua.

“Em tempos de globalização em que se requer cada vez mais o conhecimento de vários idiomas, torna-se imperioso que Santa Cruz do Sul se volte de forma efetiva para preservar, valorizar e fomentar a língua alemã existente em seu Município. O reconhecimento do idioma alemão, como Patrimônio Cultural Imaterial, e seu efetivo fomento passará a ser valioso instrumento para o desenvolvimento, cultural, social, econômico, turístico do Município, o que também possibilitará a construção de pontes com países de língua alemã para a promoção de relações estudantis, acadêmicas, culturais, econômicas e turísticas”, cita.

Nasário Bohnen finaliza que preservar a língua alemã significa preservar o potencial bilíngue da região, onde o alemão e o português coexistem. “E isso, em tempos de globalização é uma riqueza ímpar. Por outro lado, é valorizar um elemento que nos diferencia dentro do global. É ‘cantar nossa aldeia’”.

Texto: Jacson Miguel Stülp Jornalista – MTb/RS 9.692 Assessorde imprensa | Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul

SMISSIATE acontece neste sábado, em Ipumirim, SC

Acontece neste sábado, dia dia 22 de outubro, em Ipumirim, Santa Catarina,  o SMISSIATE – Seminário das Associações e dos Mestres da Cultura Tradicional do Talian,  tendo como principal OBJETIVO dar início ao Plano Nacional de Salvaguarda e valorização da Língua Talian, reconhecida pelo Minc/IPHAN como Patrimônio Cultural Imaterial – Língua de Referência Cultural Brasileira, elegendo, para tanto, membros para o Comitê Gestor das Ações de Salvaguarda do Talian.

Estão previstas mesas de discussões e oficinas abordando  a transmissão e ensino do Talian, o papel dos meios de comunicação na promoção da língua, a questão do patrimônio e da cultura e a sustentabilidade financeira das ações.
O IPOL, ao lado de outras instituições, apoia o SMISSIATE e será representado por Rosângela Morello, coordenadora geral, e Gilvan Müller de Oliveira, assessor,  que atuarão, de modo específico, nas discussões sobre transmissão e ensino da língua.

O evento, que ocorrerá no Clube 7 de Setembro  a partir das 8:30 da manhã, está sendo promovido pela  FEIBEMO – Federação de Entidades Italo-brasileiras do Meio Oeste e Planalto Catarinense, a ASSODITA – Associação dos difusores do Talian e FIBRA-RS – Federação das Associações Ítalo-brasileiras.

Saiba mais sobre o evento em: www.feibemo.com.br

 Faça sua inscrição:

Baixe o arquivo Inscricao-SMISSIATE.docpreencha corretamente e envie para feibemo@conection.com.br

Conheça a programação:

smissiate1

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: IPOL Comunicação/Divulgação

 

IPOL participa do Seminário das Associações e dos Mestres da Cultura Tradicional do Talian

Acontece no dia 22 de outubro próximo, em Ipumirim, Santa Catarina,  o SMISSIATE – Seminário das Associações e dos Mestres da Cultura Tradicional do Talian,  tendo como principal OBJETIVO dar início ao Plano Nacional de Salvaguarda e valorização da Língua Talian, reconhecida pelo Minc/IPHAN como Patrimônio Cultural Imaterial – Língua de Referência Cultural Brasileira, elegendo, para tanto, membros para o Comitê Gestor das Ações de Salvaguarda do Talian.

Estão previstas mesas de discussões e oficinas abordando  a transmissão e ensino do Talian, o papel dos meios de comunicação na promoção da língua, a questão do patrimônio e da cultura e a sustentabilidade financeira das ações.
O IPOL, ao lado de outras instituições, apoia o SMISSIATE e será representado por Rosângela Morello, coordenadora geral, e Gilvan Müller de Oliveira, assessor,  que atuarão, de modo específico, nas discussões sobre transmissão e ensino da língua.

O evento, que ocorrerá no Clube 7 de Setembro  a partir das 8:30 da manhã, está sendo promovido pela  FEIBEMO – Federação de Entidades Italo-brasileiras do Meio Oeste e Planalto Catarinense, a ASSODITA – Associação dos difusores do Talian e FIBRA-RS – Federação das Associações Ítalo-brasileiras.

Saiba mais sobre o evento em: www.feibemo.com.br

 Faça sua inscrição:

Baixe o arquivo Inscricao-SMISSIATE.docpreencha corretamente e envie para feibemo@conection.com.br

 

Confira abaixo a programação:

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Fonte: IPOL Comunicação/Divulgação

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