Macau lança versão online da 1.ª revista acadêmica em português na Ásia
O Instituto Politécnico de Macau (IPM) lançou a versão ‘online’ da primeira revista académica em língua portuguesa na Ásia, criada em conjunto com a Universidade do Porto, anunciou hoje a instituição.
Arevista “Orientes do Português” resulta dos esforços conjuntos do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM e da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
“Historicamente, as revistas internacionais de língua portuguesa têm-se concentrado principalmente no Brasil e em Portugal. Na região asiática, no entanto, ainda não existia nenhuma revista académica de padrão internacional editada em língua portuguesa e dedicada ao estudo da língua e cultura dos países lusófonos“, explicou o IPM em comunicado.
“Perante este facto, as duas instituições tomaram a iniciativa de editar a revista (…), que, além de preencher esta lacuna, visa oferecer uma plataforma para a realização de intercâmbios académicos de elevada qualidade em que os estudiosos asiáticos de língua portuguesa possam apresentar os resultados das suas investigações”, pode ler-se na mesma nota.
O objetivo da revista passa por se tornar num “repositório do que melhor se produz em termos de investigação académica em língua portuguesa no mundo, e em especial na China e na Ásia“.
A revista está aberta a contribuições em áreas relacionadas com a linguística portuguesa, o contacto do português e as línguas asiáticas, o ensino e aprendizagem do português como língua não materna, estudos de tradução, estudos literários e culturais dos países de língua portuguesa, bem como as manifestações culturais, literárias e artísticas dos territórios e comunidades orientais onde a língua portuguesa tem influência.
Após mais de 400 anos sob administração portuguesa, Macau passou a ser uma Região Administrativa Especial da China a 20 de dezembro de 1999, com um elevado grau de autonomia acordado durante um período de 50 anos.
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003. Uma cooperação visível também ao nível do ensino e da cultura.
Colóquio VI: Aspectos da Lusofonia Macau e a Língua Portuguesa na China
A Universidade de Heidelberg na Alemanha dedicou em junho uma conferência completa a Macau e à Língua Portuguesa na China. A conferência insere-se no Colóquio anual “Aspectos da Lusofonia”, lançado em 2011 pelo Departamento de Português no Instituto de Tradução e Interpretação (IÜD) de Heidelberg em parceria com o Instituto Camões. Trata-se de um evento que junta anualmente especialistas de diferentes países lusófonos e lusitanistas de língua alemã com o propósito de focar e discutir aspectos à volta da Lusofonia e analisar cenários em que a Língua Portuguesa desempenha um papel de relevo.
No Colóquio de 2016 sobre Macau, realizado no dia 22 de junho, estiveram presentes, como professoras que ensinam e investigam o Português na China e em Macau, a Doutora Maria José Grosso da Universidade de Macau, que proferiu uma comunicação sobre o Português na paisagem linguística de Macau, e a Doutora Maria Poço Lopes do Instituto Politécnico de Macau com uma intervenção sobre os factos e desafios do ensino de Português na China. A antropóloga Doutora Marisa Gaspar, investigadora integrada no Instituto do Oriente da Universidade de Lisboa, apresentou a comunidade macaense e a sua reinvenção cultural depois da transição de Macau para a China. Entre os oradores estiveram também o prestigiado investigador da história da cultura de Macau, Professor Doutor Roderich Ptak da Universidade de Munique, a ex-aluna Mestre Jannika Otte, cuja tese de mestrado teve como tema a Identidade de Macau, e Dorothea Slevogt do Instituto de Estudos Asiáticos de Heidelberg, que – de perspetiva inversa – dedicou a sua intervenção à didática do ensino de chinês.
O Colóquio atraiu mais de 50 participantes e evidenciou claramente a situação dinâmica da Língua Portuguesa na China, que é o país onde mais se aprende Português hoje em dia. O número de instituições universitárias chinesas a ensinar Português tem vindo a aumentar significativamente devido a uma procura crescente da parte de jovens chineses e à importância das relações comerciais que a China tem vindo a desenvolver com o Brasil e Angola. Neste cenário, Macau desempenha um papel especial e funciona como centro ou plataforma para o ensino do português na China e na Ásia em geral.
Xu Yingzhen é a nova secretária-geral do Fórum Macau
O Governo da República Popular da China escolheu Xu Yingzhen, actual conselheira comercial para a América Latina do Ministério do Comércio, para suceder a Chang Hexi no cargo de secretário-geral do Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. A informação foi avançada na sexta-feira pelo semanário “O Clarim” e confirmada pela agência Lusa.
Licenciada em língua espanhola pela Universidade de Economia e Negócios Internacionais (UIBE, na sigla em chinês), em Pequim, Xu entrou em 1989 para o Ministério do Comércio da República Popular da China.
O curriculum de Xu Yingzhen inclui ainda o cargo de directora-geral adjunta do Gabinete para os Assuntos das Américas e Oceania e uma passagem pela Câmara do Comércio da China no Chile. Continue lendo
Colóquio anual Aspectos da Lusofonia ” Macau e a língua portuguesa na China”
No dia 22 de junho de 2016 foi realizado pela sexta vez na Universidade de Heidelberg na Alemanha, Instituto de Tradução e Interpretação, o Colóquio anual Aspectos da Lusofonia com o título Macau e a língua portuguesa na China.