A importância das línguas para o mundo moderno
A importância das línguas para o mundo moderno
Henrique Gobbi*
Existem cerca de 7.000 línguas faladas no mundo e quase a metade enfrentam o risco de desaparecer até o final deste século. Entre os motivos estão a integração dos povos tradicionais a culturas dominantes e a globalização, segundo a UNESCO. Mas o que acontecerá quando centenas de idiomas deixarem de existir? Afinal, qual é a importância da diversidade linguística para o mundo moderno?
Museu Afro Brasil recebe exposição ‘Gullah, Bahia, África’
Museu Afro Brasil recebe exposição ‘Gullah, Bahia, África’
Mostra exibirá vida e pesquisa de Lorenzo Dow Turner, primeiro linguista afro-americano, que descobriu o dialeto “gullah” nos EUA, com ramificações no Brasil
O Museu Afro Brasil recebe, até o dia 18 de outubro, a exposição “Gullah, Bahia, África”, mostra que apresenta ao público a vida e a pesquisa pioneira desenvolvida pelo primeiro linguista afro-americano, Lorenzo Dow Turner, expoente acadêmico da comunidade negra americana nos anos 1930. O museu tem entrada Catraca Livre e a expo pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 17h.
Ensinar a ler e a escrever na língua que o aluno fala é o lema de organização de sociedade civil moçambicana
A melhor maneira de alfabetizar alguém é ensinar a ler e a escrever na língua que ele fala, afirmam fundadoras da Associação Progresso, laureada pela UNESCO
Adérito Caldeira
Oficialmente quase metade dos moçambicanos ainda é analfabeta, e nas zonas rurais o número é muito maior, particularmente entre as mulheres adultas e jovens. No Moçambique real, esses números poderão ser maiores pois a alfabetização em língua portuguesa tem tido resultados pouco positivos e há jovens que saem da 7ª classe sem ainda saberem ler nem escrever. “A melhor maneira para alfabetizar alguém, seja criança ou adulto, é ensina-los a ler e a escrever, ensinar as letras na língua que ele fala”, foi a solução encontrada por uma das fundadoras da Associação Progresso que trabalha nesta área há cerca de duas décadas.
Escritor angolano lançará Dicionário Português Kikongo no ILABANTU
Escritor angolano lançará Dicionário Português Kikongo no ILABANTU
V Conversa de Terreiro deste ano pretende trazer ao Brasil importantes personalidades do mundo acadêmico e autoridades tradicionais do universo bantu
O escritor angolano Francisco Narciso Cobe estará na cidade de Itapecerica da Serra, região metropolitana da Grande São Paulo dias 22 e 23 de agosto deste ano para lançamento do seu mais recente trabalho, o novo Dicionário Português-Kikongo, concretizando um sonho em uma das duas áreas da sua formação científica – ciências da linguagem.
Aprovado uso de línguas moçambicanas nas assembleias provinciais
Aprovado uso de línguas moçambicanas nas assembleias provinciais
Pela primeira vez, as línguas moçambicanas serão usadas como instrumento de trabalho nas assembleias provinciais do país, pondo fim ao exclusivo que era reservado ao português, a língua oficial. A decisão foi tomada em julho passado (14) pelo Conselho de Ministros.
Moçambique é um dos países onde o português tem o estatuto de língua oficial, mas é falada essencialmente como segunda língua pela maioria da população, que se comunica nas línguas locais. É “um grande avanço quando se diz que um membro da Assembleia Provincial está autorizado a usar a sua língua e que o órgão tem de criar condições de tradução e interpretação nas línguas que ele usar naquele local”, considera o docente e investigador de línguas moçambicanas Armindo Ngunga. “Se estamos a falar de democracia, não pode haver participação se as pessoas não usarem a língua que melhor dominam”, acrescenta Armindo.
Livro “Políticas Linguísticas Brasil-África: Por uma perspectiva crítica”
Livro “Políticas Linguísticas Brasil-África: Por uma perspectiva crítica”
Autores: Cristine G. Severo e Sinfree Makoni
ISBN: 978-85-7474-856-6
Páginas: 136
Peso: 285g
Ano: 2015
Capa: Rodrigo Poeta
Editora: Insular Livros
Coleção Linguística: Volume 5
Este livro integra a Coleção Linguística da Editora Insular. Trata-se de uma obra que explora, do decorrer de seis capítulos, os conceitos de língua que permeiam as políticas e planejamentos linguísticos no contexto colonial do Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde. O livro propõe uma leitura crítica da lusitanização tida como um dispositivo colonial que enredou, no contexto da colonização portuguesa, línguas, geografias, pessoas, experiências e modos de ver o mundo. Os capítulos abordam as relações coloniais que envolveram as ideias de língua, raça, religião e escravização, com seus efeitos contemporâneos presentes na formação dos Estados Nacionais e na ideia de nação. O livro explora uma abordagem teórica em diálogo com a Linguística Colonial e as Políticas Linguísticas Críticas e visa contribuir, de forma mais ampla, para os estudos que se voltam para as relações Brasil-África.