Projeto preserva e propaga línguas indígenas através de aplicativo
Projeto preserva e propaga línguas indígenas através de aplicativo
Quem pensa que os índios estão atrasados no tempo, está muito enganado. O projeto Aplicativo Digital Educativo em Línguas Indígenas do Brasil procura expandir, ensinar e preservar a língua indígena brasileira a partir do uso de smartphones, conciliando o aumento de assinatura em telefonia celular entre jovens indígenas com a implementação de um planejamento linguístico, educacional e cultural para o Brasil do século XXI.
Desenvolvido por João Paulo Ribeiro, Pesquisador em Línguas Indígenas pela Universidade de São Paulo (USP), a iniciativa enriquece oportunidades educacionais em diversos ambientes através de aparelhos móveis, estimulando e multiplicando inovadoras situações de uso de línguas indígenas e implementando uma política cultural num país marcado por suas multi etnias.
A criação de aplicativos educacionais propõe a revitalização da linguagem buscada diretamente nas comunidades, sendo exemplo de empreendedorismo social e estímulo à economia criativa. Segundo o Censo de 2010, existem 274 línguas indígenas faladas no país, que infelizmente são praticadas cada vez menos, portanto é importante o resgate e preservação de uma linguagem que tem suas raízes brasileiras.
O projeto venceu a categoria Culturas Indígenas do Prêmio Brasil Criativo, iniciativa da ProjectHub com chancela do Ministério da Cultura e patrocínio da 3M, que se tornou oficialmente a premiação da criatividade brasileira.
Fonte: Catraca Livre
Pesquisador é primeiro índio a receber título de doutor em linguística pela UnB
Pesquisador é primeiro índio a receber título de doutor em linguística pela UnB
Maíra Heinen
Nascido no município acriano de Tarauacá, na Terra Indígena Praia do Carapanã, Joaquim Paulo de Lima Kaxinawá se tornou o primeiro índio no Brasil a receber o título de doutor em linguística pela Universidade de Brasília (UnB). Mais conhecido como Joaquim Maná, ele defendeu hoje (19) a tese “Para uma gramática da Língua Hãtxa Kuin”.
Alfabetizado na língua portuguesa aos 20 anos em um programa alternativo coordenado pela Comissão Pró-Índio do Acre, ele fez o magistério indígena no estado e a graduação em um curso intercultural indígena na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. O mestrado e o doutorado foram feitos na UnB.
Para ele, um dos maiores desafios durante o doutorado foi a indisponibilidade de pesquisas sobre a língua de seu povo, sobretudo em português. “Muitas pesquisas foram escritas em inglês, alemão, francês, espanhol e não foram apresentadas ao povo, ficaram guardadas”, ressalta.
IPOL disponibiliza versão digital do livro Inventário da Língua Guarani Mbya
IPOL disponibiliza versão digital do livro Inventário da Língua Guarani Mbya
É com muita honra que o IPOL disponibiliza nesta postagem a versão em pdf do livro Inventário da Língua Guarani Mbya. Organizado por Rosângela Morello e Ana Paula Seiffert, o livro foi editado em 2011 pelo IPOL em parceria com a Editora Garapuvu, de Florianópolis.
Baixe o pdf do livro aqui: Inventario da Lingua Guarani Mbya
Fruto do projeto-piloto Inventário da Língua Guarani Mbya (ILG), executado pelo IPOL em parceria com o IPHAN no âmbito do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), o livro apresenta os principais resultados da pesquisa e do levantamento sociolinguístico realizado em 69 aldeias guarani de seis Estados brasileiros: Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A pesquisa iniciou em 2009, com o apoio do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD) da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e a parceria do IPHAN, tendo como foco conhecer os usos e as funções da língua Guarani Mbya, coletar e registar materiais nela produzidos e ouvir lideranças e moradores das comunidades sobre o valor que ela tem e o que esperam para ela.
Com o Inventário, a língua Mbya recebeu recentemente o certificado de referência cultural brasileira (ver notícia aqui) e passou a fazer parte dos bens imateriais reconhecidos pelo IPHAN/MinC como patrimônio da nação brasileira, gozando de políticas de salvaguarda e promoção.
Notícia relacionada: Lançada edição online da revista do Inventário da Língua Guarani Mbya (ILG)
Pesquisador afirma que processo de resgate das línguas é complexo e demanda interesse das novas gerações indígenas
Línguas indígenas estão em processo de extinção, revela professor
Professor revela que perda de idiomas representa a destruição de tradições e da história
Com a segunda maior população de índios do Brasil, o Mato Grosso do Sul corre o risco de presenciar a total extinção dos idiomas de origem indígena. Um pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul aponta que das oito comunidades indígenas existentes no Estado, três já não falam mais a língua mãe.
O professor e pesquisador Rogério Ferreira, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, explica que a inserção dos povos indígenas na sociedade, com o objetivo de sobrevivência, fez com que eles deixassem de falar a língua mãe. “Houve uma força muito grande da língua portuguesa sobre eles”, ressalta.
Dia Internacional dos Povos Indígenas é celebrado neste sábado, 9 de agosto
Dia Internacional dos Povos Indígenas é celebrado neste sábado (9)
Censo Demográfico 2010 revelou que o Brasil possui 817.963 mil indígenas, representando 305 diferentes etnias. Foram registradas 274 línguas indígenas
Neste dia 9 de agosto, o mundo celebra o Dia Internacional dos Povos Indígenas, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Comemorada há 15 anos, a data, criada com o empenho e a participação de indígenas de várias partes do mundo, é fruto de uma conquista para a visibilidade internacional necessária para a defesa da integridade física e cultural que circundam esses povos.
Em mensagem por ocasião do Dia em 2014, a Diretora-Geral da Unesco Irina Bokova lembra que a data é uma oportunidade para que todos se mobilizem para acabar com as desigualdades que ainda existem na realização efetiva dos direitos dos povos indígenas. “Esta questão é fundamental hoje e no futuro, com vistas à configuração da agenda para o desenvolvimento pós-2015”, afirma Bokova.
Na luta pela revalorização de seu idioma e cultura, os Paumari realizam primeiro Campeonato na Língua Paumari
Na luta pela revalorização de seu idioma e cultura, os Paumari realizam primeiro Campeonato na Língua Paumari
Por Oiara Bonilla
Fotos: Oiara Bonilla e Funai
Em 15 de julho de 2014, o barco Rio Purus, da Coordenação Regional (CR) da FUNAI de Lábrea, partiu rumo à aldeia São Clemente, situada na Terra Indígena Paumari do Lago Marahã, à beira do Rio Purus, no sul do estado do Amazonas. No barco viajavam umas 60 pessoas, provenientes de aldeias mais próximas à cidade, e alguns membros de instituições parceiras, como o Conselho Indigenista Missionário, as Universidades Federais do Amazonas e do Rio de Janeiro e a própria Fundação Nacional do Índio. O Campeonato na Língua Paumari, idealizado há vários anos por eles e realizado pela organização indígena regional (Federação das Organizações Indígenas do Médio Purus) e pela CR da FUNAI de Lábrea, com recursos do Museu do Índio do Rio de Janeiro, aconteceu nos dias 16 a 18 de julho, reunindo aproximadamente 300 participantes, de toda a Terra Indígena.