Idiomas ucraniano e polonês passam a ser co-oficiais em Mallet
Projeto tem como objetivo promover parcerias entre as nações e valorizar a cultura viva da imigração no município

Além do português como língua oficial do Brasil, Mallet agora passa a ter dois idiomas co-oficiais: o ucraniano e o polonês. O objetivo da lei, aprovada pela Câmara de Vereadores , é promover a integração das duas nações com o município, bem como reconhecer a importância da imigração das duas etnias para a formação cultural da cidade.
A ação foi possível por meio do projeto de autoria do presidente da Câmara de Vereadores do município, Serjo Gryczak, juntamente com a vereadora Kelly Joselia Calisto Grzeszczyszyn e do vereador Délcio Jurandir Osinski.
De acordo com o presidente da câmara, o município de Mallet foi fundado a partir da imigração polonesa e ucraniana e que, até hoje, muitos moradores praticam as línguas oficiais dos dois países em casa. “Os ucranianos, assim como os poloneses fizeram, fazem e farão parte da história, não somente da questão linguística, mas também pelas tradições, cultura e religiosidade”, explica Serjo.
Portanto, as raízes do projeto surgem a partir da vontade de dar visibilidade aos descendentes que ainda vivem em mallet e praticam algumas dessas tradições. “Quando uma língua se torna co-oficial, você dá respaldo jurídico de que o município oficialize, se preocupe e tente dar proteção às pessoas que fazem parte dessa história”, comenta o vereador.
Ainda, Serjo conta que a co-oficialização das duas línguas abre portas diplomáticas entre Mallet e os dois países. Por isso, eles esperam que a iniciativa permita a realização de parcerias entre as nações, bem como a possibilidade de intercâmbios para a população da região. Além disso, o presidente conta que a partir do projeto ele vislumbra o retorno do ensino das duas línguas no estado. “Nós acreditamos que esse projeto vai fazer renascer as próprias aulas de polonês e ucraniano que já existiram no município de mallet”.
Neste mesmo sentido, o turismo também é um setor que deve ser aquecido com a co-oficialização dos idiomas. “Além de valorizar muito a etnia ucraniana e a etnia polonesa, vai fortalecer e abrir muitas portas para muitas possibilidades a médio e a longo prazo para os Maletenses”, finaliza Serjo.
SOLIDARIEDADE
O projeto de co-oficialização também veio como uma forma de solidariedade ao povo ucraniano que tem convivido com o conflito armado. Estima-se que 60% da população de Mallet tenha descendência ucraniana, sendo a segunda cidade com o maior número do Brasil, ficando apenas atrás de Prudentópolis, com 75%, que também já tem o ucraniano como língua co-oficial.
“Tem muito a ver com a questão que a Ucrânia está vivendo hoje, com a guerra, com a luta pela paz. A gente percebe que essas atitudes são muito bem vindas nessa situação em que o mundo está passando”, explica Serjo. Ainda, o vereador comenta que, assim que a lei for sancionada, o Consul Ucraniano deve vir pessoalmente a Mallet para conhecer o município.
VIA
ILP – Inventário da Língua Pomerana – Encontro de Falantes
O Inventário da Língua Pomerana realizará o seu Encontro de Falantes entre os dias 12 e 13 de agosto 2022, presencialmente na Câmara Municipal de Santa Maria de Jetibá/ES. O evento tem como foco a apresentação dos resultados, debate e encaminhamentos para fortalecimento da língua Pomerana, uma língua brasileira de imigração.
Confira a PROGRAMAÇÃO, acompanhe as notícias!
O Inventário da Língua Pomerana é uma parceria do IPOL com o Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD)/Ministério da Justiça e instituições/pesquisadores do Espírito Santo.
Lançamento do livro” Úkũsse: formas de conhecimento nas artes do diálogo tukano”
A Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) promove o lançamento de Úkũsse: formas de conhecimento nas artes do diálogo tukano, do autor João Rivelino Rezende Barreto. O livro já está à venda na livraria virtual e tem versão gratuita em formato e-book, na estante aberta da editora.
A obra é resultado de uma pesquisa antropológica no noroeste amazônico, tendo como universo temático o povo tukano e sua sabedoria. Partindo de uma etnografia em casa, o autor apresenta o Úkũsse, um conceito-raiz para o entendimento das formas de conhecimento tukano como arte do diálogo. Segundo ele, este conceito é o objeto de pesquisa e também sua metodologia.
Indígena de etnia tukana, Barreto é natural do extremo norte do Amazonas. Também conhecido como Yúpuri, ele é mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e primeiro indígena a concluir seu doutorado em Antropologia na UFSC, em 2019.
A obrigatoriedade do espanhol e a integração latino-americana

A lei de obrigatoriedade do espanhol, veio a ser pensada principalmente por dois fatores. O primeiro é possibilitar aos estudantes do nível médio e fundamental uma nova possibilidade de escolha de língua estrangeira para os estudantes. O segundo, que tem base com a ideia do fato de ser impossível dar aula de línguas sem estar vinculada a sua cultura, que é o maior conhecimento da região, o que pode resultar em uma maior integração regional.
Estes pontos são alguns dos principais, que integram outros inúmeros, que podemos pensar em se tratando desta lei de autoria do deputado federal Felipe Carreiras (PSB-PE) e o senador Humberto Costa (PT-PE), como resultado de uma luta incansável do Movimento Fica Espanhol.
Mesmo que o novo ENEM, tenha repercutido a saída do espanhol da prova mais importante do país, o que pode trazer um conflito ao ensino desta língua, por muitos estudantes acreditarem no ensino escolar apenas e unicamente para o ingresso a universidade.
O espanhol sempre foi uma língua vista em segundo plano, principalmente pela visão pejorativa de que ela é o mesmo que o português. O que vem atrelado ao fato da falta de interesse do país em se ver como parte da América Latina, por se sentir alheio ao resto da região por falar uma língua distinta da maioria dos países que a integram.
Por isso, de alguma forma, seria possível, que o ensino de espanhol, possa ser um ponto inicial, não somente para o brasileiro finalmente se perceber parte do continente, para consolidar “efetivamente a integração latino-americana”.
Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná – número de inscritos é 40% maior que no ano passado

O Governo do Estado realizou, no último domingo (12) e na segunda-feira (13), o 21º Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná. Os 780 inscritos concorrem a 52 vagas nas sete universidades estaduais e na Universidade Federal do Paraná (UFPR), para ingresso em 2022. Nesta edição, houve acréscimo de 40% nas inscrições, em relação ao ano passado, quando 550 indígenas participaram do vestibular.
A iniciativa tem amparo em política pública de ação afirmativa, que assegura a promoção da diversidade étnica paranaense, a garantia dos direitos culturalmente diferenciados e as conquistas das organizações indígenas na área da educação.
Esta edição do Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná é coordenada pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar), em parceria com a Comissão Universidade para os Povos Indígenas (Cuia) e a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
A ação tem o apoio das universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), de Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e a UFPR.
No Paraná, vivem mais de 25 mil pessoas indígenas pertencentes a diferentes etnias, como Kaingang e Guarani, além de familiares descendentes dos Xetás e Xoklengs. Atualmente, 265 estudantes indígenas estão matriculados em cursos de graduação, a partir dessa modalidade diferenciada de vestibular. Até 2021, 166 alunos concluíram os cursos, em diferentes áreas do conhecimento.
Por: Marechal News Fonte: Secom Paraná
Debate Público “Língua, Estado e Democracia”
O Debate Público “Língua, Estado e Democracia” promoveu discussões sobre educação, diversidade cultural e pluralidade linguística. Em sua programação, o evento contou com a presença de doutores em linguística e teve como objetivo chamar atenção dos agentes políticos e da sociedade para o tema e provocar ações do poder público. Assista!