Diversidade Linguística e Cultural

Bilingual Education: the importance of developing orthographies for indigenous languages

Como parte da agenda de trabalho da profa. Umarani Pappuswamy no Brasil, tivemos a honra de recebê-la em nosso Instituto (IPOL) no dia último 01 de agosto, em uma palestra sobre os processos de produção de escrita para línguas indígenas no âmbito da Educação Bilíngue na Índia. A palestra teve ainda a participação de professores e pesquisadores indígenas e não indígenas que atualmente cursam a disciplina ministrada pela Profa.  Marci Fileti Martins, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Esta é mais uma atividade promovida pela Cátedra UNESCO Políticas Linguísticas para o Multilinguismo, sediada na UFSC sob a coordenação do Prof. Dr. Gilvan Müller de Oliveira.

 

 

Seminário reúne especialistas em literaturas africanas de língua portuguesa; inscrições abertas

De 19 a 21 de outubro de 2022, será realizado o I Seminário Internacional de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa (Silas). Com o tema Crises, nós, fronteiras, o evento foi concebido como fórum de discussão sobre as literaturas africanas de língua portuguesa, seus modos de produção, circulação e recepção e também sobre as relações que os sistemas literários de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe estabelecem entre si e com outros sistemas literários e semióticos.

Veja a programação. Interessados podem se inscrever para participar de minicursos, apresentar comunicações (com prazo até 31 de agosto) e também como ouvintes. O evento será on-line, com transmissão pela plataforma YouTube.

Aberto à diversidade cultural, o seminário propõe debates sobre fronteiras, diálogos e tensões, problematizando, por meio do exercício comparativo, a maneira como as literaturas africanas de língua portuguesa encenam as diversas crises que atravessam seus tempos e espaços, articulando-se e/ou afastando-se de outras práticas estéticas, tanto endógenas como estrangeiras.

Homenagem
Parceria entre a UFMG, a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e as universidades federais de Ouro Preto (Ufop), dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e de Viçosa (UFV), o evento homenageia a professora Laura Cavalcanti Padilha, emérita da Universidade Federal Fluminense (UFF). Pesquisadora associada do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, a docente é uma maiores autoridades em literaturas africanas de língua portuguesa. É autora de vários livros, como O espaço do desejo – Uma leitura de ‘A ilustre casa de Ramires’, de Eça de Queirós’ e Entre voz e letra: o lugar da ancestralidade na ficção angolana do século XX.

Os eixos temáticos do evento são Ensino de literaturas africanas de língua portuguesa, Teoria e crítica literária africanas, Literaturas afro-diaspóricas, Deslocamentos espaciais e estéticos, Intermidialidades contemporâneas, A autoria feminina, Colonialidade, violência e resistência, Memória e testemunho, Identidades e diversidades.

Descrição Imagem
Laura Cavalcante Padilha será homenageada no eventoTV UFSC

Lista de obras para os próximos vestibulares da Unicamp inova ao incluir escritores (as) como Chimamanda Ngozi Adichie, Conceição Evaristo e Ailton Krenak

Estimular a leitura e o olhar atento e contextualizado para questões contemporâneas é, segundo o diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto, o objetivo da Comissão ao escolher as obras. “Queremos que os alunos abandonem a tentativa de decorar escolas literárias e os resumos e tenham o tempo necessário para adentrar o universo da literatura”, afirmou. Nas edições de 2024 e 2025, serão substituídas quatro obras. Já para a edição de 2026, será incluída uma obra nova em relação ao ano anterior.

Novas obras

Para o Vestibular de 2024, foram acrescentadas as seguintes obras: Olhos d’Água, de Conceição Evaristo; Canções escolhidas, de Cartola; Casa Velha, de Machado de Assis e Alice no país das maravilhas, de Lewis Carrol. Para o Vestibular Unicamp 2025, as novas obras são A vida não é útil, de Ailton Krenak; Prosas seguidas de odes mínimas, de José Paulo Paes; Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá, de Lima Barreto e Morangos mofados, de Caio Fernando Abreu. No Vestibular Unicamp 2026 será incluído No seu pescoço, da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.

Para o diretor da Comvest, as indicações não consideram somente aspectos estéticos e temporais. “A lista contempla a diversidade e a representatividade que o Vestibular Unicamp tem trazido nos últimos anos. Além disso, inclui escritores normalmente ausentes dos vestibulares, como Conceição Evaristo, Caio Fernando Abreu, Ailton Krenak, ao lado de clássicos como Lima Barreto e Machado de Assis”, disse José Alves.

Obras em outras línguas

A Unicamp irá incluir também obras cujos originais não foram escritos em língua portuguesa, caso de Alice no país das maravilhas e No seu pescoço. Para Alves, a escolha representa uma quebra de paradigma dos vestibulares. “A própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estimula a ampliação do repertório de obras locais, regionais e globais. Queremos que os alunos tenham contato com manifestações artísticas e obras complexas dentro dos seus códigos estéticos e éticos, no período de formação escolar”, defendeu.

Lista de Obras Indicadas – Vestibular 2024

A Tarde (Olavo Bilac)

Olhos d’água (Conceição Evaristo)

Carta de Achamento a el-rei D. Manuel  (Pero Vaz de Caminha)

Casa Velha (Machado de Assis)

O Ateneu (Raul Pompeia)

Niketche – uma História de Poligamia (Paulina Chiziane)

“Seminário dos ratos” (Lygia Fagundes Telles)

Canções escolhidas* (Cartola)

Alice no país das maravilhas** (Lewis Carroll)

Lista de Obras Indicadas – Vestibular 2025

Prosas seguidas de odes mínimas (José Paulo Paes)

Olhos d’água (Conceição Evaristo)

A vida não é útil (Ailton Krenak)

Casa Velha (Machado de Assis)

Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá (Lima Barreto)

Niketche – uma História de Poligamia (Paulina Chiziane)

Morangos mofados (Contos escolhidos***) (Caio Fernando Abreu)

Canções escolhidas (Cartola)

Alice no país das maravilhas (Lewis Carroll)

Lista de Obras Indicadas – Vestibular 2026

Prosas seguidas de odes mínimas (José Paulo Paes)

Olhos d’água (Conceição Evaristo)

A vida não é útil (Ailton Krenak)

Casa Velha (Machado de Assis)

Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá (Lima Barreto)

No seu pescoço (Chimamanda Ngozi Adichie)

Morangos mofados – Contos escolhidos (Caio Fernando Abreu)

Canções escolhidas (Cartola)

Alice no país das maravilhas (Lewis Carroll)

* 10 canções escolhidas: “Alvorada”, “As rosas não falam”, “Cordas de aço”, “Disfarça e chora”, “O inverno do meu tempo”, “O mundo é um moinho”, “Que é feito de você?”, “Sala de recepção”, “Silêncio de um cipreste”, “Sim”.

** É válida qualquer tradução da obra, mas estão excluídas as adaptações.

*** Seis contos escolhidos: “Diálogo”, “Além do Ponto”, “Terça-Feira Gorda”, “Pêra, uva ou maçã?”, “O dia em que Júpiter encontrou Saturno”, “Aqueles dois”.

Imagem de capa

Audiodescrição: 5 capas de livro, uma ao lado da outra, como se compondo um círculo. Na capa um, a partir da esquerda, se lê o título A vida não é útil, em fundo vermelho com traços indígenas; na segunda, foto preto e branco de homem com óculos escuros, em imagem de busto e em perspectiva; na terceira se lê No seu pescoço, com ilustração de jovem negra em perfil; na quarta, se lê Alice no país das maravilhas, com desenho de menina segurando ave; e na quinta, se lê Casa velha, em fundo amarelo, e arte abaixo
Entre as novas leituras indicadas, estão obras de Ailton Krenak, Cartola, Chimamanda Adichie, Conceição Evaristo, entre outros.

Via Unicamp 

UFSC promove o debate “Educação indígena: especificidades, fazeres docentes, vivências comunitárias e desafios em tempos de desmonte”

O Departamento de Estudos Especializados em Educação da UFSC promove, na próxima sexta-feira, 15 de julho, das 18h30 às 20h30, o debate Educação indígena: especificidades, fazeres docentes, vivências comunitárias e desafios em tempos de desmonte. O evento ocorre no Auditório do Espaço Físico Integrado. Também haverá exposição fotográfica de Bianca Taranti.

As convidadas são a professora Antonella Maria Imperatriz Tassinari , que falará sobre Educação indígena e Universidade: ações afirmativas, permanência e possibilidade de construção de um diálogo inter-epistêmico e a professora  Helena Alpini Rosa, que abordará a temática Educação Escolar Indígena: especificidades, desafios e espaços de luta. O professor Caio Montenegro de Cápua, pesquisador de cultura ancestral, falará sobre Vivências indígenas: cultura, formas de registro e o fazer-escola na comunidade.

Conselho Indigenista Missionário (Cimi) alerta: diversidade linguística e cultural dos povos indígenas no Brasil está em risco!

A diversidade linguística e cultural dos povos indígenas no Brasil está em risco, alerta o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), na 15ª sessão do Mecanismo de Especialistas em Direitos dos Povos Indígenas (EMRIP).

A intervenção ocorreu durante o debate sobre línguas indígenas. Paulo Lugon Arantes, assessor internacional do Cimi, deu voz às denúncias. “Os povos indígenas no Brasil têm sido ativos na promoção e preservação de suas próprias línguas, assumidas por eles como parte integrante de suas identidades étnicas e de seus modos de vida tradicionais”, destacou. No Brasil, há uma grande diversidade de línguas indígenas: atualmente, 274 línguas nativas são faladas, segundo o Censo Demográfico 2010. Os povos indígenas e parceiros no Brasil têm assumindo a liderança na proteção de suas línguas, diante das políticas indígenas hostis do governo brasileiro, abertamente anti-indígena.

Neste ano, professores indígenas dos povos Jamamadi, Apurinã, Jarawara e Paumari, do Rio Purus, na região amazônica, produziram quatro livros escolares bilíngues. O objetivo desses livros é potencializar o registro e o desenvolvimento do conhecimento oral e escrito, bem como as pedagogias específicas indígenas, lista o assessor do Cimi ao Mecanismo. “Os povos indígenas, mais do que ninguém, possuem compreensão oral de suas línguas. Catalogação de livros é uma atividade imensa que parece não ser a principal preocupação dos povos indígenas. Catalogar todos os livros publicados em línguas indígenas no Brasil é uma tarefa gigantesca”, afirma Paulo. Só em Mato Grosso foram publicados sete livros em diversas línguas indígenas neste ano. Porém, “essa rica diversidade linguística e cultural está em risco diante das práticas integracionistas do governo federal, combinadas com o discurso de ódio no mais alto nível de comando”, alerta o Cimi, com seus 50 anos de atuação junto aos povos indígenas.

No entanto, é necessário garantir o uso das línguas indígenas nos serviços básicos de saúde, educação e no sistema de justiça, a fim de cumprir plenamente as normas internacionais do direito indígena, como também assegura a Constituição Brasileira. Na oportunidade, Paulo lembra que, durante uma exposição de arte, no espaço do Embú das Artes, em São Paulo, organizada para celebrar o Ano Internacional das Línguas Indígenas, 30 obras de arte dedicadas às línguas indígenas foram danificadas por vândalos anônimos. “Embora a atribuição direta aos funcionários públicos não possa ser estabelecida, é certo que a abordagem integracionista e o discurso de ódio do governo no Brasil legitimam tais atos violentos e diminuem os custos de perpetração, em detrimento da preservação e promoção da rica diversidade de terras e de povos indígenas no Brasil”, denunciou o representante do Cimi no evento. Paulo ainda completa: “este é um exemplo triste sobre como um ambiente hostil aos povos indígenas por ser prejudicial às suas línguas, culturas e sobrevivência”.

A 15ª sessão do Mecanismo de Especialistas sobre os Direitos dos Povos Indígenas foi realizada de 4 a 8 de julho de 2022, em Genebra, na Suíça. Devido à pandemia de Covid-19, o evento ocorre em formato híbrido, com participação presencial e remota. O debate acontece durante a “Década Internacional das Línguas Indígenas”, ressaltando a importância de protegê-las e promover seus usos.

Nova lei denomina o 19 de abril como Dia dos Povos Indígenas, em substituição a Dia do Índio

Mudança teve origem em projeto da Câmara dos Deputados, que havia sido vetado por Bolsonaro; veto foi derrubado pelo Congresso.

Foto de um índio na beira de um rio num dia de sol, ao fundo há uma cachoeira

Mudança busca valorizar os povos indígenas. Marcos Vergueiro/Secom-MT

O tradicional Dia do Índio, comemorado todo 19 de abril, passa a ser chamado oficialmente de Dia dos Povos Indígenas. É o que define a Lei 14.402/22, promulgada na sexta-feira (8) , a mudança do nome da celebração tem o objetivo de explicitar a diversidade das culturas dos povos originários.

A nova lei é oriunda do Projeto de Lei 5466/19, da deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), aprovado pelo Câmara dos Deputados no fim do ano passado e pelo Senado em maio deste ano.

Para Joenia Wapichana, a intenção ao renomear a data é ressaltar, de forma simbólica, não o valor do indivíduo estigmatizado “índio” mas o valor dos povos indígenas para a sociedade brasileira. “O propósito é reconhecer o direito desses povos de, mantendo e fortalecendo suas identidades, línguas e religiões, assumir tanto o controle de suas próprias instituições e formas de vida quanto de seu desenvolvimento econômico”, afirmou a deputada quando o texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O governo, no entanto, acabou vetando integralmente a proposta. Para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, não haveria interesse público na alteração, uma vez que a Constituição adota a expressão “Dos Índios”. Mas no último dia 5, em sessão conjunta do Congresso Nacional, os parlamentares derrubaram o veto.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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