Peru: país de muitas línguas
Peru: país de muitas línguas
O Peru é um país com uma rica diversidade linguística. É o que nos mostra o cartaz “Nuestra diversidad linguistica, un tesoro que todos y todas debemos conocer, promover y difundir“, criado pelo Ministerio de Cultura peruano.
Clique na imagem ao lado e confira mais essa importante iniciativa do governo peruano.
O cartaz destaca que o Peru tem 47 línguas oficiais e que 9,6 milhões de peruanos e peruanas interagem diariamente com falantes de línguas indígenas. Estes últimos correspondem a 4 milhões de falantes, ou 13% da população do país. E 3 milhões de peruanos e peruanas falam o quechua, pouco mais que toda a população do Uruguai.
São apresentados dados de algumas províncias onde a maioria da população são falantes de línguas indígenas, ao passo que o leitor também é informado que 21 povos estão perdendo sua língua e com ela parte fundamental de sua identidade.
Também têm destaque no cartaz as várias iniciativas do Estado peruano no que diz respeito aos direitos linguísticos, além da apresentação de artigos da Ley nº 29735, Ley de Lenguas (acesse aqui pdf com o texto da Lei).
Lançado livro sobre ideologias linguísticas relacionadas à internacionalização do português
Lançado livro sobre ideologias linguísticas relacionadas à internacionalização do português
Acaba de ser lançado, pela Editora Routledge, o livro Global Portuguese: Linguistic Ideologies in Late Modernity, editado por Luiz Paulo Moita-Lopes. O livro faz parte da série Routledge Critical Studies in Multilingualism, editada por Marilyn Martin-Jones.
Acesse aqui a página do livro.
Este livro tem como objetivo desconstruir e problematizar ideologias linguísticas relacionadas com o português na modernidade tardia e questionar os pressupostos teóricos que nos levaram a chamar o português como ‘uma língua’. Tal esforço é crucial quando se sabe que o português é uma língua que é cada vez mais internacionalizada, sendo usado como língua oficial em quatro continentes (em dez países), e que tem desempenhado um papel relevante no chamado mercado linguístico a partir das transformações geopolíticas em um mundo multipolar. O livro cobre uma grande variedade de contextos sociais, políticos e históricos em que o português é usado (no Brasil, Canadá, Timor-Leste, Inglaterra, Portugal, Moçambique e Uruguai), e considera diversas práticas linguísticas. Através desta crítica, os colaboradores traçam novos rumos para a pesquisa sobre ideologias linguísticas e práticas de linguagem (incluindo a investigação relacionada com português e outras línguas) e estudam formas de desenvolver novas bases conceituais que estão mais em sintonia com as realidades sociolinguísticas da era moderna tardia, em que as pessoas, textos e línguas estão cada vez mais em movimento através das fronteiras nacionais e das redes digitais de comunicação. (Traduzido a partir da divulgação na página do livro na internet.)
Opinião: “Assim (não) se vê a influência da língua portuguesa”
Opinião
Assim (não) se vê a influência da língua portuguesa
Renato Epifânio
Presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono
Muito poucas línguas deveriam estar acima da língua portuguesa, desde logo pela sua geográfica difusão.
Num interessante artigo publicado no dia 22 de Dezembro (“Influência de uma língua mede-se pela capacidade de ligar línguas diferentes”, [republicado no e-Ipol aqui]), o jornal Público reproduz os dados essenciais de um estudo saído na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Neste, defende-se que “ao contrário do que se poderia pensar, a influência global de uma língua mede-se principalmente pelo seu nível de ligação com outras línguas, e, em particular, pela sua capacidade de mediar a comunicação entre línguas que de outra forma não conseguiriam ‘falar’ entre si”.
Influência de uma língua mede-se pela capacidade de ligar línguas distantes
Influência de uma língua mede-se pela capacidade de ligar línguas distantes
Ana Gerschenfeld

Na rede de ligações linguísticas derivada do Twitter, o português é das línguas mais influentes a nível global.
Leia também: Opinião: “Assim (não) se vê a influência da língua portuguesa”
Nem o número de falantes, nem a riqueza económica são o que mais condiciona a influência de uma dada língua a nível global, conclui estudo com participação portuguesa.
Está a pensar em aprender chinês (ou melhor, mandarim) ou a aconselhar os seus filhos a optarem por essa segunda língua estrangeira? É certo que, quando olhamos para o astronómico número de pessoas que fala hoje chinês – e para o crescente poderio económico da China –, temos tendência para pensar que, a par (ou talvez em vez) do inglês, o chinês é que será a língua do futuro. Porém, a acreditar nas conclusões de um estudo realizado por uma equipa internacional, entre os quais um cientista português, essa escolha poderá não ser a mais acertada… A língua franca do futuro poderá ser outra – e as mais importantes no ranking mundial também poderão ser outras.
Os resultados, publicados na última edição da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), mostram que, ao contrário do que se poderia pensar, influência global de uma língua mede-se principalmente pelo seu nível de ligação com outras línguas. E em particular, pela sua capacidade de mediar a comunicação entre línguas que de outra forma não conseguiriam “falar” entre si.
Moradores tentam resgatar dialetos ‘esquecidos’ no sul do país
Moradores tentam resgatar dialetos ‘esquecidos’ no sul do país
Felipe Bächtold

Aula em escola municipal em Serafina Corrêa (RS), onde o talian passará a ser ensinado nos colégios – Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress.
Em uma pequena cidade do Rio Grande do Sul, funcionários da prefeitura são orientados a falar “sorasco” em vez de “churrasco” e “sinele” no lugar de “chinelo”.
Por enquanto, isso ocorre uma vez ao ano: na semana em que se comemora a emancipação da cidade de 16 mil habitantes. Por enquanto.
Ameaçado de extinção, o talian, uma espécie de variação do italiano, só agora começa a ter gramática, dicionário e aulas. E a cidade de Serafina Corrêa, na serra gaúcha, virou um bastião na luta para preservar esse idioma.
Mas não é a única. Outras comunidades pelo Sul do país também se mobilizam para manter vivos dialetos europeus hoje quase restritos a regiões rurais e a idosos.
Projeto preserva e propaga línguas indígenas através de aplicativo
Projeto preserva e propaga línguas indígenas através de aplicativo
Quem pensa que os índios estão atrasados no tempo, está muito enganado. O projeto Aplicativo Digital Educativo em Línguas Indígenas do Brasil procura expandir, ensinar e preservar a língua indígena brasileira a partir do uso de smartphones, conciliando o aumento de assinatura em telefonia celular entre jovens indígenas com a implementação de um planejamento linguístico, educacional e cultural para o Brasil do século XXI.
Desenvolvido por João Paulo Ribeiro, Pesquisador em Línguas Indígenas pela Universidade de São Paulo (USP), a iniciativa enriquece oportunidades educacionais em diversos ambientes através de aparelhos móveis, estimulando e multiplicando inovadoras situações de uso de línguas indígenas e implementando uma política cultural num país marcado por suas multi etnias.
A criação de aplicativos educacionais propõe a revitalização da linguagem buscada diretamente nas comunidades, sendo exemplo de empreendedorismo social e estímulo à economia criativa. Segundo o Censo de 2010, existem 274 línguas indígenas faladas no país, que infelizmente são praticadas cada vez menos, portanto é importante o resgate e preservação de uma linguagem que tem suas raízes brasileiras.
O projeto venceu a categoria Culturas Indígenas do Prêmio Brasil Criativo, iniciativa da ProjectHub com chancela do Ministério da Cultura e patrocínio da 3M, que se tornou oficialmente a premiação da criatividade brasileira.
Fonte: Catraca Livre




