Na ONU, países da Cplp mostram otimismo com futuro da língua portuguesa

Da Redação
Com ONU News em Nova Iorque

O Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na Cplp foi comemorado na noite de quarta-feira, em Nova Iorque, com uma recepção para todas as delegações que servem nas Nações Unidas. Oficialmente, a data é marcada em 5 de maio.
Centenas de pessoas de todos os países que falam português e também de outras nações participaram da festa que reuniu os embaixadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, e a chefe de gabinete do secretário-geral, Maria Luiza Ribeiro Viotti, que discursou em nome de António Guterres.
Maria Luiza Ribeiro Viotti citou a admiração de António Guterres pela Cplp. “O secretário-geral nutre grande apreço pela Cplp e pelo que representa: uma comunidade que promove a aproximação entre países membros, embora geograficamente distantes, compartilham a mesma língua, uma rica cultura e fortes laços históricos e uma histórica tradição muito importante. Espero que a nossa Cplp possa continuar a reforçar as boas relações entre todos seus membros e com o resto do mundo. Isso nos ajudará a avançar com os nosso objetivos comuns de paz, justiça, direitos humanos e dignidade para todos.”
A chefe de gabinete de Guterres falou ainda sobre a ONU News em português. Falando em inglês, ela disse que apesar de o português não ser um dos idiomas oficiais das Nações Unidas, o Departamento de Informação Pública da ONU tem um serviço em português. Ela afirmou que o programa em língua portuguesa atinge milhões de pessoas em todo o mundo com informações sobre as Nações Unidas.
Já o embaixador da Missão Permanente de Portugal junto as Nações Unidas, Álvaro Mendonça e Moura, falou à ONU News sobre a importância do português.


“É a língua oficial em quatro continentes, nove países e mais uma região administrativa chinesa. São de facto cidadãos que têm a língua portuguesa como a sua língua oficial. São 260 milhões e é uma língua em expansão. Eu acho que aqui nas Nações Unidas se percebeu isso e portanto se percebeu que convém aproximarem-se da Cplp. Sentimos uma maior procura dos países de portuguesa, da Cplp e da língua.”
Da importância da língua, passamos para o futuro do idioma com o embaixador do Brasil junto às Nações Unidas, Mauro Vieira.
“Eu acho que o idioma tem um futuro muito grande, o idioma tem um presente grande e importante. O número de pessoas que falam o português como língua materna é grande e muito importante, como eu disse, talvez seja um dos cinco ou seis (idiomas) mais falados no mundo. Evidentemente, isso representa um potencial, inclusive econômico, porque são quase 270 milhões de pessoas que consomem cultura, que consomem literatura, enfim, todas as formas de manifestações de cultura e que têm muitas coisas em comum.”
Vontade política
Ao falar com a ONU News, o embaixador da Missão de Angola junto à ONU, Ismael Martins está percebendo um interesse cada vez maior pela língua.
“Só noto mais e cada vez mais pessoas, colegas a quererem falar português. Não só saudar-nos em português, mas até dizer umas palavras e até fazerem um forcing para que a língua seja, de facto, mais presente também oficialmente. É uma batalha que vamos travar. Eu penso que se houver vontade política e se houver um empenho por parte de todos, lá chegaremos.”
Lembrando da música de Cabo-Verde, o embaixador cabo-verdiano, José Luís Rocha, falou sobre uma das maiores cantoras da língua portuguesa.
“Ainda muitas vezes, as pessoas perguntam: você é de onde? Eu digo, eu sou de Cabo Verde. Mas as pessos dizem, onde fica isso? Eu digo: eu sou da terra da Cesária Évora. Então significa que a Cesária Évora é Cesária Évora. Aquela senhora que projetou o nome de Cabo Verde no mundo. E o nosso aeroporto internacional na Ilha de São Vincente chama-se Cesária Évora.”
O chefe da Missão da Guiné-Bissau junto à ONU, João Soares da Gama, classificou o português como um “veículo de cultura”.
“Naturalmente que a língua é um elo de ligação entre os países que falam a língua portuguesa, portanto, sempre que a gente se encontra, como sabe, nós nos expressamos em língua portuguesa. Daí a importância para nós, os nove países de língua portuguesa, de termos essa língua como um veículo de comunicação, um veículo de cultura, de transmissão de pensamento entre nós todos.”
Força econômica
O embaixador de Moçambique António Gumende deu ênfase à cooperação entre governos e também envolvendo o setor privado. Ele falou sobre como transformar a Cplp numa força econômica.
“Eu penso que a transformação já está em curso até certa forma. Pode ser que a magnitude ainda não atinja a magnitude ainda não atinja os patamares que todos nós desejamos, mas há uma aproximação dos países. Não só cooperação de governo a governo mas também as entidades do setor privado cooperam. E temos a nossa diáspora que está espalhada por vários países do mundo para além das nações que formam a Cplp.”
A embaixadora de Timor-Leste junto às Nações Unidas, Milena Pires, disse haver espaço para que países-membros da Cplp sejam líderes em negócios nas regiões do mundo onde estão localizados.
“Em todos os continentes onde nós estamos presentes podemos também promover o desenvolvimento económico naquelas regiões, que é uma grande potencialidade em termos do comércio entre os países da Cplp usando cada um dos países-membros como uma plataforma para a região onde estão. Naturalmente, em relação à da Ásia, que é uma região em crescimento em termos económicos, Timor-Leste está muito bem colocado para servir como essa plataforma.”
Além da comida típica dos países, a festa do Dia da Língua Portuguesa teve muita música para comemorar a data. A cantora Maucha Adnet comandou o show com canções de bossa nova e da artista de Cabo-Verde, Cesária Évora.

Fonte: Jornal Mundo Lusíada

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