Livro do Edital Quilombagens promove enfrentamento ao racismo

em 19/06/24 Juiz de Fora – FUNALFA (Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage)

Portal de Notícias PJF | Livro do Edital Quilombagens promove enfrentamento ao racismo | FUNALFA - 19/6/2024

Explicar e explicitar o funcionamento do racismo e da branquitude é o objetivo do livro eletrônio “Ubuntu se faz com Sankofa: pretuguês básico para a luta antirracista”, que será lançado no próximo domingo, 23, às 14h, no Museu Ferroviário de Juiz de Fora, localizado na Avenida Brasil 2001, Centro. A tarde terá ainda uma mesa-redonda, reunindo as autoras do e-book: Ana Paula Santos, que também é a organizadora da obra, Carla Cristina Carvalho Pereira e Giovana de Carvalho Castro. Com entrada franca e livre para todos os públicos, o evento terá acessibilidade em libras.

A publicação tem como referência central o “pretuguês”, termo cunhado pela intelectual Lélia Gonzalez para se referir à influência dos idiomas de origem africana no português falado no Brasil. São apresentadas releituras de textos, explanação de conceitos e sugestões de músicas, filmes e livros que traduzem a ancestralidade intelectual da população negra no Brasil. “Ubuntu se faz com Sankofa: pretuguês básico para a luta antirracista” agrega informações estratégicas, constituindo uma ferramenta de leitura de mundo.

O livro eletrônico tem financiamento do Edital Quilombagens, do Programa Cultural Murilo Mendes, mantido pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e gerido pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), e foi ilustrado por Luíso Camargo. Após o lançamento, o book será disponibilizado gratuitamente.

“Os desdobramentos da obra são infinitos: capacita lideranças, amplia caminhos de luta, instrumentaliza para o enfrentamento, ressignifica memórias e altera visões de mundo, redimensionando as possibilidades de fruição estética de produção e consumo de saberes e de articulação cultural”, argumenta a organizadora Ana Paula Santos. Ela acrescenta que a publicação explora a relação visceral entre racismo e linguagem e propõe uma prática do “pretuguês” na construção de sujeitos sociais populares, contribuindo para a conservação da história e da memória, em particular por intermédio da linguagem e de seu papel na construção da consciência negra, antirracista e do cuidado de nós mesmos.

Leia a matéria na fonte: https://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=84056

 


Saiba mais puxando a rede IPOL:

Sobre o Sankofa 

O conceito de Sankofa (Sanko = voltar; fa = buscar, trazer) origina-se de um provérbio tradicional entre os povos de língua Akan da África Ocidental, em Gana, Togo e Costa do Marfim. Em Akan “se wo were fi na wosan kofa a yenki” que pode ser traduzido por “não é tabu voltar atrás e buscar o que esqueceu”. Como um símbolo Adinkra, Sankofa pode ser representado como um pássaro mítico que voa para frente, tendo a cabeça voltada para trás e carregando no seu bico um ovo, o futuro.

Também se apresenta como um desenho similar ao coração ocidental. Os Ashantes de Gana usam os símbolos Adinkra para representar provérbios ou ideias filosóficas. Sankofa ensinaria a possibilidade de voltar atrás, às nossas raízes, para poder realizar nosso potencial para avançar. Sankofa é, assim, uma realização do eu, individual e coletivo. O que quer que seja que tenha sido perdido, esquecido, renunciado ou privado, pode ser reclamado, reavivado, preservado ou perpetuado. Ele representa os conceitos de auto identidade e redefinição. Simboliza uma compreensão do destino individual e da identidade coletiva do grupo cultural. É parte do conhecimento dos povos africanos, expressando a busca de sabedoria em aprender com o passado para entender o presente e moldar o futuro.

Deste saber africano, Sankofa molda uma visão projetiva aos povos milenares e aqueles desterritorializados pela modernidade colonial do “Ocidente”. Admite a necessidade de recuperar o que foi esquecido ou renegado. Traz aqui, ao primeiro plano, a importância do estudo da história e culturas africanas e afro-americanas, como lições alternativas de conhecimento e vivências para a contemporaneidade. Desvela, assim, desde a experiência africana e diaspórica, uma abertura para a heterogeneidade real do saber humano, para que nós possamos observar o mundo de formas diferentes. Em suma, perceber os nossos problemas de outros modos e com outros saberes. Em tempos de homogeneização, esta é a maior riqueza que um povo pode possuir” (Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana).

(Trecho extraído da página https://portal.fiocruz.br/noticia/projeto-sankofa-discute-questoes-e-relacoes-etnico-raciais)

. Sankofa- matéria na revista vida simples

https://vidasimples.co/relacionamentos/tudo-sobre-o-sankofa-simbolo-africano-que-conecta-passado-e-futuro/

. Em novembro de 2023 foi notícia: Novembro Negro: Cinco publicações com temática racial serão lançadas Teatro Paschoal.

https://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=82062

. UNICAMP – Sobre Lélia Gonzalez

https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/lelia-gonzalez/

. WIKIPEDIA

https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9lia_Gonzalez

. El País – ONIPRESENTE

Lélia Gonzalez e Angela Davis nos Estados Unidos, em 1984.

Lélia Gonzales e Angela Davis, Estados Unidos, 1984

https://brasil.elpais.com/cultura/2020-10-25/lelia-gonzalez-onipresente.html

. UFMG – literafro – Portal da literatura afro-brasileira

http://www.letras.ufmg.br/literafro/ensaistas/1204-lelia-gonzalez

. Revista Cult: O ‘pretuguês’ na psicanálise: reflexões de Lélia Gonzalez

https://revistacult.uol.com.br/home/lelia-gonzalez-pretugues-psicanalise/

. Emicida: PRETUGUÊS: a africanização da língua portuguesa brasileira | O Enigma da Energia Escura

No episódio dessa semana, vamos aprofundar no conceito de “pretuguês”, que foi introduzido pela filósofa Lélia González e é definido como a africanização da nossa língua. Emicida e convidados como Flavia Rios (professora da UFF e Pesquisadora do Afro/CEBRAP), Winnit (artista, músico e compositor) e Tiganá Santana (artista e educador) entram na conversa e refletem sobre o tema.

. Jana Viscardi

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