Especialistas têm de conhecer melhor as línguas nacionais

O docente universitário Vatomene Kukanda defendeu a inclusão da disciplina de Linguística nos cursos de licenciatura em Antropologia e História por forma facilitar o trabalho dos profissionais das respectivas áreas.

Vatomene Kukanda defende inclusão da cadeira de Linguística Fotografia: Vigas da Purificação | Edições Novembro

A tese foi defendida pelo docente universitário quando dissertou sobre “Linguística Africana”, no último dia de conferências sobre Antropologia, que durou dois dias no Centro Cultural Brasil-Angola.
Vatomene Kukanda, que também é linguista, fez saber que a referida cadeira dota os profissionais de conhecimentos que os auxiliam na compreensão de fenómenos sociais e de artefactos característicos de regiões, comunidades e povos.

Segundo o académico, a língua permite desmistificar as origens e os significados dos nomes, testar a veracidade dos arquivos e informações, que de acordo com o docente “há necessidade de cruzamento de fontes.”
Vatomene Kukanda, que falou para uma plateia de estudantes universitários, considerou inconsequente formar e disponibilizar para o mercado de trabalho antropólogos e historiadores sem o mínimo domínio em línguas bantu, por serem elas a fonte da atribuição dos nomes em locais públicos, objectos de valor cultural e nacional e pessoas em África. “Sem a língua, é impossível estudar os povos. Até para fazer o estudo de uma peça museológica, é necessário que os técnicos tenham conhecimento das línguas faladas pela população originária e residente que a obra representa. Ela é o principal arquivo de qualquer sociedade.”
Para o docente universitário, é incongruente haver uma toponímia com duas grafias, quando, na verdade, são palavras e expressões com o mesmo significado. O docente referia-se ao Cuanza, grafia usada para as províncias, e Kwanza, para a nota física monetária, além de Cuando Cubango, que na sua óptica se lê “Tchuando Tchuvando.”
Ainda assim, o docente explicou que, para se descobrir o significado de um nome em línguas nacionais,  deve analisar-se com profundidade a sua origem através da língua, ignorando a tradução ao pé da letra.
O docente elogiou por outro lado o contributo da TPA e da RNA na  divulgação, promoção  e  valorização das línguas  nativas, através de programas em línguas nacionais.
A Conferência Internacional sobre “Antropologia em Angola” é uma iniciativa das Embaixadas de França e da Alemanha, com o financiamento do Fundo Cultural Franco Alemão (Fonds Culturel Franco Allemand).

Fonte: Jornal de Angola

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