Em sua língua nativa, Nory Kaiapo mostra o funk das aldeias indígenas

Fotos por: Reprodução // Redes Sociais

O funk quebrou todas as barreiras e ultrapassou as fronteiras linguísticas com músicas estouradas em vários países. Além de todos os hits que bombaram lá fora, o funk chegou nas aldeias indígenas e funkeiros como Nory Kaiapo, de uma aldeia no Pará, norte do Brasil, canta funk com sua língua nativa pra todo mundo poder embrasar. Chega mais pra conhecer ele.

O funkeiro Nory Kaiapo de apenas 21 anos canta suas músicas na língua indígena Kayapó em meio aos beats marcantes. “Quero falar sobre diversão na minha língua, quero alcançar mais pessoas. O funk mudou a minha vida, conseguir cantar sobre isso é muito gratificante”, conta.

Sua história com o funk começou cedo após escutar uma playlist no YouTube. Desde então o ritmo dançante em meio aos beats fortes conquistou o artista que passou a escrever músicas em sua língua nativa para que todos os índios se sentissem representados pela sua arte. “Minha ideia desde o começo foi me expressar e cantar sobre o que eu queria em um ritmo que as pessoas não imaginam que pode ser cantado por um índio”.

“As pessoas não imaginam um índio funkeiro porque não olham para nós”, conta Nory, que possui 18 mil inscritos no YouTube. Outro exemplo de como o funk entrou nas aldeias é a matéria com fotos dos índios do território Xingu que escreveram em seus braços KondZilla”.

As tradições indígenas são de extrema importância para a nossa sociedade, é um patrimônio nosso. A pluralidade dentro das aldeias permitem que eles explorem a arte com linguagens diferentes, como o rap em guarani e metal em tupi.

Nory é residente da Terra Indígena no município de Novo Progresso onde é bastante conhecido por seu álbum e já realizou diversos shows colocando todo mundo para dançar. Ele descreve o tema de suas músicas como “Mē õ nire jã né ba imãkinh”, Kayapó para “esta indiazinha que eu amo”, seu funk é funk consciente.

“Meu sonho é um dia gravar meus clipes com grandes produções no nível que o funk merece”, conta Nory. O artista compartilha em seu canal no YouTube seu cotidiano e tem vídeos especiais sobre sua aldeia, como por exemplo os bastidores de desfiles e eventos culturais.

O funk é a identidade de muitos jovens e moradores das periferias, é o espaço onde podem se expressar através da arte e dizer para o mundo o que vivem, pensam e querem. O funk é cultura e nós estaremos aqui para amplificar todos os talentos brasileiros que não só podem como irão dominar o mundo.

Autor: Karolyn Andrade

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