Pesquisadores indígenas defendem seus trabalhos de conclusão do Curso Licenciatura Intercultural Indígena da UFSC
Assim na terra como no céu Guarani (seguido de versión en Español)
José Ribamar Bessa Freire
(De Biguaçu, SC) Três pesquisadores indígenas defenderam nesta quarta feira (4/2) seus trabalhos de conclusão de curso (TCC). Ronaldo A. Barbosa batizado em guarani como Karai Dju descreveu, com os pés na terra, a agricultura tradicional e, para ilustrar suas hipóteses, trouxe da roça vários tipos de milho, melancia, amendoim, aipim, abóbora e batata doce. Já seus colegas Geraldo Moreira (Karai Okenda) e Wanderley Moreira(Karai Ivyju Miri), com os olhos no céu, enveredaram pela astronomia e trouxeram um mapa do universo que demarca o céu guarani com suas estrelas e constelações.
Alunos do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, eles fazem parte da turma de 120 índios Xokleng Laklãnõ, Guarani e Kaingang, com ingresso em fevereiro de 2011 na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Quatro anos depois, as defesas mencionadas – as primeiras da UFSC em terra indígena – aconteceram não no campus, mas numa aldeia com o nome poético de Reflexo das Águas Cristalinas (Yynn Moroti Wherá em guarani), localizada no município de Biguaçu, para onde os membros da banca se deslocaram. Continue lendo
Disponibilizada versão digital do livro “Lingua e identidade na fronteira galego-portuguesa”
Disponibilizada versão digital do livro “Lingua e identidade na fronteira galego-portuguesa”
Lingua e identidade na fronteira galego-portuguesa / Xulio Sousa, Marta Negro Romero, Rosario Álvarez, editores. Santiago de Compostela: Consello da Cultura Galega, 2014. 283 p. (Ensaio & Investigación) DL. C 1656-2014. — ISBN 978-84-92923-60-1. Baixar aquí o pdf.
A fronteira entre Galicia e Portugal ten sempre a capacidade de atraer unha atención inquiridora e de provocar sentimentos encontrados. Di Castelao que non se soubo o que lle respondeu o vello ao rapaciño que, na beira do Miño, formulou en voz alta o pensamento – ou sentimento – que a tantos trae aqueloutrados, «E os da banda d’alá son máis estranxeiros que os de Madrí?». Deulle forma de pregunta ao seu desconforto ante o paradoxo, mais é probable que non agardase unha resposta.
Desde longa data, cada certo tempo, en espazos de encontro entre lingüistas galegos e portugueses, a conversa, a ollada, o interese… viñan recalando na raia que asemade nos une e nos separa, de modo que paseniñamente se foi facendo urxente colocar no centro da nosa atención esta fronteira galego-portuguesa que todos dan en dicir que está entre as máis antigas de Europa. Pouco sabemos dos criterios con que foi trazada en orixe nin, polo tanto, en que medida respondía a trazos antropolóxicos, lingüísticos, xeográficos ou doutro teor. A raia atravesou as terras do antigo reino de Galicia e partiu en dous o territorio constitutivo do protorromance galego, do que logo habían xurdir a lingua galega e a lingua portuguesa.
Fonte: Consello da Cultura Galega
Suspensão de liminar tem sido usada para violar direitos fundamentais de indígenas
Utilização Indiscriminada
Suspensão de liminar tem sido usada para violar direitos fundamentais
Por Felipe Almeida Bogado Leite* e Leandro Mitidieri Figueiredo**
No dia 12 de dezembro de 2013 caiu mais uma medida liminar que impedia o prosseguimento da construção de uma hidrelétrica na Amazônia Legal. Dessa vez, além do impacto ambiental, da ausência de participação da população afetada e da não realização de consulta às comunidades tradicionais atingidas, outro fundamento da medida liminar derrubada chamava a atenção: a inexistência do devido estudo do componente indígena, tendo em conta a presença de índios isolados na área impactada pela Usina Hidrelétrica São Manoel, a ser construída na bacia do rio Teles Pires, na divisa entre Mato Grosso e Pará.
Opinião: “Banco dos Brics, no tamanho correto”
Opinião:
Banco dos Brics, no tamanho correto
J. Carlos de Assis*
Um leitor questiona elegantemente minha “noção de grandeza” pelo fato de eu, a seu ver, superestimar o Banco dos Brics. É que ele terá “apenas” US$ 100 bilhões de capital no meio de 36 bancos de desenvolvimento que, ainda segundo ele, existem no mundo. Certamente, raciocina, não seria um banco desse tamanho, quase insignificante, que incomodaria os gestores da geopolítica e da geoeconomia dos Estados Unidos. Por comparação, cita o Banco do Brasil, de um país só, com R$ 536 bilhões de ativos, portanto aproximadamente o dobro do capital do Banco dos Brics.
O Google e o imperialismo linguístico
Artigo
O inglês como língua pivô
O Google e o imperialismo linguístico
O imperialismo linguístico do inglês produz efeitos muito mais sutis do que permitem apreender as abordagens centradas na “guerra de idiomas”. O fato de utilizar como pivô sempre um único idioma introduz em todos os outros suas lógicas próprias, portanto, irrefletidamente, modos de pensar específicos
Frédéric Kaplan e Dana Kianfar*
No início de dezembro de 2014, quem procurasse no Google Tradutor o equivalente italiano para a sentença “Essa menina é bonita” encontraria uma frase estranha: “Questa ragazza è abbastanza”, literalmente “Essa menina é bastante”. A beleza foi lost in translation – perdida na tradução. Como um dos tradutores automáticos mais eficientes do mundo, com um capital linguístico inigualável, constituído por bilhões de frases, pode cometer um erro tão grosseiro? A resposta é simples: ele passa pelo inglês. “Bonita” se traduz por pretty, e pretty, por abbastanza.
Articulação Brasil-China: Projeto Transul como alavanca de desenvolvimento
Opinião
Articulação Brics-Unasul como alavanca do desenvolvimento brasileiro
J. Carlos de Assis*
A economia brasileira passa por uma fase de estagnação que pode prolongar-se por anos caso não se consiga mobilizar um conjunto de forças capaz de deslanchar um novo ciclo de crescimento sustentável. É nossa convicção que esse conjunto de forças pode resultar de uma articulação industrial com a China tendo em vista interesses recíprocos que devem ser contemplados a partir de iniciativas convergentes. Abaixo se expõem razões brasileiras que justificam iniciativa nesse sentido, o projeto Transul, e em seguida as razões chinesas para o mesmo projeto. Nas conclusões, volta-se ao exame das perspectivas econômicas brasileiras no sentido de esclarecer os estreitos graus de liberdade de nossa política macroeconômica atual se mantida no curso convencional, ortodoxo ou heterodoxo, e indica-se a contribuição que o projeto Transul poderá dar de forma a alargar esses graus de liberdade macroeconômica.