Defesa de Tese de Doutorado a partir de pesquisa no âmbito do OBEDF

“Gestão do multi/plurilinguismo em escolas brasileiras na fronteira Brasil-Paraguai”

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Nesta terça, 24 de fevereiro de 2015, será realizada, no Campus da UFSC, a defesa da tese intitulada “Gestão do multi/plurilinguismo em escolas brasileiras na fronteira Brasil-Paraguai”. A tese de autoria de Isis Ribeiro Berger, bolsista do OBEDF (Observatório da Educação na Fronteira) e aluna do programa de pós-graduação em Linguística da UFSC, foi desenvolvida sob a orientação do Prof. Dr. Gilvan Muller de Oliveira.

O trabalho aborda a gestão da presença e do lugar das línguas nos espaços de escolas brasileiras situadas na fronteira Ponta Porã (Brasil) – Pedro Juán Caballero (Paraguai) e parte de pesquisa realizada de 2011 a 2013 entre educadores de duas escolas situadas em Ponta Porã, no âmbito do Projeto Observatório da Educação na Fronteira coordenado pela Profª Drª Rosângela Morello.

A pesquisa participa de um conjunto de ações com vistas à construção de um espaço de visibilidade das demandas linguístico-educacionais existentes nas fronteiras, que tem sido possível no recente quadro político, que vem tornando visíveis tanto a coexistência de línguas no âmbito do território nacional como a compreensão das fronteiras enquanto potenciais espaços à integração.

Abaixo apresentamos o Resumo da tese.

Resumo
Esta tese aborda a gestão do multi/plurilinguismo em escolas brasileiras na fronteira Brasil – Paraguai e foi desenvolvida sob a ótica Política Linguística, ou seja, entrelaçando saberes constituídos em diferentes campos (Antropologia, Geografia, Linguística Aplicada, Sociologia e Sociolinguística). A partir da busca pela compreensão do fenômeno da gestão de línguas em sua relação com a gestão de fronteiras e de como esse encontro ocorre no âmbito dos espaços escolares, a tese analisa e discute se e como educadores de escolas brasileiras, localizadas em uma fronteira seca multi/plurilíngue, inscrevem-se no processo de gestão de línguas. No que tange ao quadro teórico, são apresentadas as noções de território e fronteira e de que forma tais conceitos se relacionam à gestão de línguas, aqui definida como a administração da presença e do lugar das línguas em dada sociedade ou dado espaço social, por meio de ações/estratégias/práticas adotadas por uma variedade de agentes que exercem algum nível de poder local/social, intervindo nos usos e nas relações dos falantes com as línguas. Entende-se, ainda, que tais intervenções são perpassadas por diferentes orientações político-linguísticas. No que concerne à metodologia, a pesquisa concilia diferentes procedimentos de geração e coleta de dados alinhados ao desenvolvimento das ações do projeto Observatório da Educação na Fronteira (OBEDF) entre 2011 e 2013, tomando como recorte espaço-temporal os encaminhamentos e as ações desenvolvidos entre/por educadores das escolas participantes do projeto, situadas em Ponta Porã, na fronteira Brasil – Paraguai. Partindo da discussão do quadro de gestão político-linguístico-educacional de que os educadores participam, no contraponto com o ambiente sociolinguístico e socioeducacional em que desenvolvem suas ações, a tese argumenta que esses educadores são gestores de línguas e gestores da fronteira e identifica diferentes práticas/ações de gestão do multi/plurilinguismo por eles mediadas no decurso do projeto OBEDF. Nesse sentido, propõe-se que algumas dessas práticas/ações sejam tomadas como potencialidades à proposição e à qualificação de políticas linguístico-educacionais voltadas à promoção do multi/plurilinguismo na fronteira, com vistas à integração linguístico-cultural entre os países vizinhos. Resultam da pesquisa considerações sobre como a metodologia do projeto promoveu novas conformações do olhar entre os envolvidos, bem como questões para subsidiar a reflexão/ação dos educadores acerca de seus papéis enquanto gestores de línguas, do multi/plurilinguismo e das fronteiras. Dessa forma, a tese contribui para a visibilidade do fenômeno da gestão do multi/plurilinguismo em escolas na fronteira e igualmente para a visibilidade do papel desempenhado por educadores nesse processo.

Palavras-chave: Gestão do multi/plurilinguismo. Educadores-gestores. Fronteira Brasil – Paraguai. OBEDF.

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