Novo Testamento é traduzido em “fala”, língua comum de 6.000 estremenhos
Novo Testamento é traduzido em “fala”, língua comum de 6.000 estremenhos
Os cerca de 6.000 espanhóis – todos eles estremenhos – que usam ‘fala‘, descrita na Carta Europeia de Línguas Minoritárias, já podem ler o Novo Testamento em seu idioma comum, que utilizam diariamente para falar e dialogar.
“Benaventuraus os que tenin fomi i sé de xusticia, porque elis serán saciaus” (Mateo 5,6) e “I tomó pan i dó gracias, i o partí i le dó, idendu: Esti é o mei corpu, que por vós é dau, fei istu en memoria miña” (Lucas 22,19) são alguns dos versículos do Novo Testamento que podem ser lidos em ‘fala’.
Declarada Bem de Interesse Cultural (BIC) Imaterial pela Junta da Extremadura, a ‘fala’ constitui o único caso de bilinguismo nesta comunidade autônoma e seu uso só é localizado nos povoados de Valverde du Fresnu (Valverde del Fresno), As Ellas (Eljas) e Sa Martín de Trevellu (San Martín de Trevejo), em Cáceres (ver mapa do Ethnologue aqui).
Na França tem índios? Os Occitanos
Na França tem índios? Os Occitanos
José Ribamar Bessa Freire
“Preservar a tradição não é conservar as cinzas, mas soprar a brasa
para garantir que o fogo continue iluminando” (Jean Jaurés).
A primeira vez que ouvi falar na língua occitana foi em 1972 quando estava exilado em Paris. Uma amiga francesa, Paulette Delpont, me contou que era nessa língua que seu avô ensinava os mais jovens a fabricar aqueles foles antigos que servem para reavivar o fogo na lareira. O vovô morreu no Roussillon, sul da França, onde exercia seu oficio de artesão. Mas a língua d´oc resiste e ainda hoje há quem arrisque a vida por ela. Para defendê-la, o fundador do jornal occitano La Setmana, David Grosclaude, iniciou no final de maio greve de fome contra a política do estado francês que discrimina uma língua tão próxima ao português.
Rumo a um projeto de lei constitucional francês para ratificar a Carta das Línguas Regionais
Rumo a um projeto de lei constitucional francês para ratificar a Carta das Línguas Regionais
Em uma carta destinada a vários deputados nesta quinta-feira, 4 junho, o presidente francês, François Hollande, anunciou a apresentação de um projeto de lei constitucional para a ratificação da Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias (saiba mais aqui).
A Carta, assinada em 1992 pelos Estados membros do Conselho da Europa, obriga os Estados signatários a reconhecer línguas regionais e minoritárias como expressão da riqueza cultural.
O ‘Atlas das Nações sem Estado da Europa’ «pode ser para muitas pessoas a primeira leitura aprofundada em galego internacional»
O ‘Atlas das Nações sem Estado da Europa’ «pode ser para muitas pessoas a primeira leitura aprofundada em galego internacional»
Falamos com os coordenadores da ediçom galego-portuguesa de um trabalho que atualmente só está disponível em francês e inglês
O Atlas das Nações sem Estado da Europa (ANSEE) é um ambicioso trabalho documental e divulgativo elaborado pola plataforma Eurominority. Dirigido polo bretom Mikael Bodlore-Penlaez, foi editado em francês e inglês. A versom galega que o Novas da Galiza, a Difusora de Letras Artes e Ideas e a Através Editora estám a preparar é umha ediçom atualizada e completada que pretende socializar a realidade presente de povos que, como o nosso, se empenham em manter viva a sua identidade.
Gilvan Müller de Oliveira ganha Prémio Meendinho 2015
Gilvan Müller de Oliveira ganha Prémio Meendinho 2015
O padroado da Fundaçom Meendinho, decidiu que o ganhador do Prémio Meendinho 2015 seja para o professor brasileiro Gilvan Müller de Oliveira.
Segundo informaçom da Fundaçom, valorizaram-se as seguintes razões:
- Como presidente do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), «soube impulsionar a realizaçom dos vocabulários ortográficos dos países lusófonos, convertendo essa disposiçom do acordo ortográfico numha realidade».
- Trabalhou à frente do IILP «sem preconceitos, ficando aberto à realidade plural da língua portuguesa».
- No caso particular do nosso país, o premiado «sentiu e tratou a Galiza e a sua língua, como o que é, mais uma expressom da diversidade da língua portuguesa».
- Finalmente, De Oliveira «converteu o IILP «num ator importante e que vai ser fulcral para o futuro internacional da nossa língua».
Disponibilizada versão digital do livro “Lingua e identidade na fronteira galego-portuguesa”
Disponibilizada versão digital do livro “Lingua e identidade na fronteira galego-portuguesa”
Lingua e identidade na fronteira galego-portuguesa / Xulio Sousa, Marta Negro Romero, Rosario Álvarez, editores. Santiago de Compostela: Consello da Cultura Galega, 2014. 283 p. (Ensaio & Investigación) DL. C 1656-2014. — ISBN 978-84-92923-60-1. Baixar aquí o pdf.
A fronteira entre Galicia e Portugal ten sempre a capacidade de atraer unha atención inquiridora e de provocar sentimentos encontrados. Di Castelao que non se soubo o que lle respondeu o vello ao rapaciño que, na beira do Miño, formulou en voz alta o pensamento – ou sentimento – que a tantos trae aqueloutrados, «E os da banda d’alá son máis estranxeiros que os de Madrí?». Deulle forma de pregunta ao seu desconforto ante o paradoxo, mais é probable que non agardase unha resposta.
Desde longa data, cada certo tempo, en espazos de encontro entre lingüistas galegos e portugueses, a conversa, a ollada, o interese… viñan recalando na raia que asemade nos une e nos separa, de modo que paseniñamente se foi facendo urxente colocar no centro da nosa atención esta fronteira galego-portuguesa que todos dan en dicir que está entre as máis antigas de Europa. Pouco sabemos dos criterios con que foi trazada en orixe nin, polo tanto, en que medida respondía a trazos antropolóxicos, lingüísticos, xeográficos ou doutro teor. A raia atravesou as terras do antigo reino de Galicia e partiu en dous o territorio constitutivo do protorromance galego, do que logo habían xurdir a lingua galega e a lingua portuguesa.
Fonte: Consello da Cultura Galega