Colóquio VI: Aspectos da Lusofonia Macau e a Língua Portuguesa na China
A Universidade de Heidelberg na Alemanha dedicou em junho uma conferência completa a Macau e à Língua Portuguesa na China. A conferência insere-se no Colóquio anual “Aspectos da Lusofonia”, lançado em 2011 pelo Departamento de Português no Instituto de Tradução e Interpretação (IÜD) de Heidelberg em parceria com o Instituto Camões. Trata-se de um evento que junta anualmente especialistas de diferentes países lusófonos e lusitanistas de língua alemã com o propósito de focar e discutir aspectos à volta da Lusofonia e analisar cenários em que a Língua Portuguesa desempenha um papel de relevo.
No Colóquio de 2016 sobre Macau, realizado no dia 22 de junho, estiveram presentes, como professoras que ensinam e investigam o Português na China e em Macau, a Doutora Maria José Grosso da Universidade de Macau, que proferiu uma comunicação sobre o Português na paisagem linguística de Macau, e a Doutora Maria Poço Lopes do Instituto Politécnico de Macau com uma intervenção sobre os factos e desafios do ensino de Português na China. A antropóloga Doutora Marisa Gaspar, investigadora integrada no Instituto do Oriente da Universidade de Lisboa, apresentou a comunidade macaense e a sua reinvenção cultural depois da transição de Macau para a China. Entre os oradores estiveram também o prestigiado investigador da história da cultura de Macau, Professor Doutor Roderich Ptak da Universidade de Munique, a ex-aluna Mestre Jannika Otte, cuja tese de mestrado teve como tema a Identidade de Macau, e Dorothea Slevogt do Instituto de Estudos Asiáticos de Heidelberg, que – de perspetiva inversa – dedicou a sua intervenção à didática do ensino de chinês.
O Colóquio atraiu mais de 50 participantes e evidenciou claramente a situação dinâmica da Língua Portuguesa na China, que é o país onde mais se aprende Português hoje em dia. O número de instituições universitárias chinesas a ensinar Português tem vindo a aumentar significativamente devido a uma procura crescente da parte de jovens chineses e à importância das relações comerciais que a China tem vindo a desenvolver com o Brasil e Angola. Neste cenário, Macau desempenha um papel especial e funciona como centro ou plataforma para o ensino do português na China e na Ásia em geral.