Nova tecnologia consegue (finalmente) traduzir a linguagem inuíte
No final de janeiro, a Microsoft anunciou que o inuctitute ia ser adicionada ao seu tradutor de texto online. É a primeira vez que uma língua indígena falada no Canadá é adicionada.
De acordo com o Vice, qualquer um dos 70 idiomas que existem no Microsoft Translator pode ser agora traduzido de ou para o inuctitute, o principal dialeto dos inuítes que é falado por 40 mil pessoas do Alasca à Gronelândia e a língua materna de 65% da população de Nunavut.
“A capacidade de comunicar através desses meios é vital para a preservação do inuctitute”, disse Margaret Nakashuk, ministra da Cultura e Património de Nunavut.
Como o inuctitute é o idioma oficial de Nunavut, juntamente com o inglês e o francês, o Microsoft Translator pode ser uma ferramenta útil para ajudar a garantir a conformidade com a legislação linguística. “Eu testei e é uma ótima ferramenta para ser o primeiro passo para garantir que as obrigações estão a ser cumpridas pelo setor privado e pelas instituições territoriais”, disse Karliin Aariak, comissária de idiomas de Nunavut.
Para criar o tradutor, a Microsoft trabalhou em estreita colaboração com o Governo de Nunavut, e falantes voluntários validaram e testaram as traduções.
Um projeto de tradução padronizado para o inuctitute é complicado pela diversidade de dialetos falados no Ártico, que geralmente são mutuamente compreensíveis, mas têm diferenças locais.
O legado de colonização e assimilação do Canadá resultou na perda de falantes de muitas comunidades indígenas, mas as iniciativas lideradas pelos indígenas estão ativamente a tentar tornar as línguas maternas antes ameaçadas mais acessíveis.
Hoje, existem mais de 70 línguas indígenas faladas por cerca de 260 mil pessoas no Canadá, mas mais da metade delas estão em risco de extinção. Apesar dos esforços recentes para revitalizar as línguas inuítes em Nunavut, os falante caíram de 72% para 65% entre 2001 e 2016.
“A língua faz parte da identidade, mesmo que não a fale ou não a use regularmente, por isso é importante que o Governo reconheça que os povos indígenas têm a sua própria língua e isso é importante para a forma de pensar”, disse Louis-Jacques Dorais, falante e investigador da língua e cultura inuíte na Université Laval.
Por enquanto, os falantes dizem que o tradutor precisa de um “segundo par de olhos” para examinar as traduções, mas muitos consideram a ferramente uma forma significativa de preservar o inuctitute.
A ferramenta da Microsoft, contudo, está longe de ser perfeita. Solomon Awa, gerente de marketing linguístico da Inuit Uqausinginnik Taiguusiliuqtiit, uma organização sediada em Nunavut que promove e protege a língua inuíte, disse que falantes fluentes reconheceriam as traduções de baixa qualidade, mas pessoas menos familiarizadas com o idioma talvez não.
“Às vezes está perto, mas às vezes dava o significado oposto ou um que era enganoso”, afirmou Awa.
O inuctitute é uma linguagem polissintética, o que significa que constrói frases ao adiconar elementos que descrevem lugar, tempo, tamanho e muito mais numa palavra raiz. Com cada sufixo ou afixo adicionado, o significado da palavra raiz muda completamente. Por esse motivo, o inuctitute usa palavras simples para expressar o que outras línguas precisam de uma frase completa para dizer.
Government of Canada Unveils Plan to Modernize Official Languages Act
News release
OTTAWA, February 19, 2021
After holding extensive consultations with Canadians, the Government of Canada has presented its vision for modernizing and strengthening the Official Languages Act. More than ever, the time has come to examine the linguistic situation in Canada, acknowledge the evolution of official languages over half a century, and to address the challenges they face.
The Honourable Mélanie Joly, Minister of Economic Development and Official Languages, presented the Government of Canada’s intentions to modernize and strengthen the Official Languages Act and its related instruments today. Titled English and French: Towards a Substantive Equality of Official Languages in Canada, the document proposes a range of changes and new measures to establish a new linguistic balance across the country.
The proposed reform addresses the official languages issues that most concern Canadians. The world is changing and the dramatic growth of digital technology and international trade encourages the use of English. That is why the Government of Canada must assume its responsibility to further protect the use of the French language, support the vitality of official language minority communities and improve the governance of federal institutions. The vast project stemming from this reform is divided into six main priorities:
- Recognize the different linguistic dynamics in the provinces and territories and the explicit addition that the Act could not undermine the maintenance and enhancement of Indigenous languages.
- Provide opportunities for learning both official languages by encouraging, among other things, the offer of French immersion classes.
- Foster the development of the full potential of official language minority communities by supporting the vitality of their institutions in key sectors such as immigration, the education continuum, health, culture and justice.
- Protect and promote the use of French everywhere in Canada, including Quebec, through, among other things, new rights regarding language of work and services in enterprises under federal jurisdiction in Quebec and in other regions of the country with a strong Francophone presence.
- Strengthen the exemplary nature of the State and the bilingualism of the Government of Canada, from the appointment of bilingual judges to improving the support offered to federal public servants in learning their second language.
- Include a periodic review of the Act and its implementation to ensure its relevance to Canada today and in the future.
The Honourable David Lametti, Minister of Justice and Attorney General of Canada, and the Honourable Jean-Yves Duclos, President of the Treasury Board, as well as all government ministers, will help Minister Joly ensure the success of the measures targeting the justice system and federal institutions.
The Government of Canada is committed to modernizing and strengthening the act so it can better meet the hopes and expectations of Canadians who speak both official languages and expect the Government of Canada to do more to protect them. This commitment is reflected in the most recent Speech from the Throne, which explored the special situation French faces in North America, including Quebec. It also mentioned that defending the rights of francophone minorities outside Quebec and defending the rights of the anglophone minority in Quebec are a priority for the government. The official languages reform document is an important step in achieving these commitments.
Minister Joly invites all Canadians in official language minority communities and linguistic majorities, including Francophones in Quebec, to explore this document and make it their own. This reform, which will pave the way for Canada’s official languages for the next 50 years, is a priority for all Canadians.