Iepha e UFMG farão dossiê para salvaguardar língua do povo indígena Maxacali
Da Redação – portal@hojeemdia.com.br – Publicado em 02/10/2023 às 07:29.
Único povo indígena de Minas que mantém a língua materna, com vida dinâmica no Vale do Mucuri, os Maxacalis vão ganhar importante reconhecimento. Um dossiê para o plano de salvaguarda dos conhecimentos ancestrais será elaborado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas (Iepha), em parceria com a UFMG. O objetivo é fazer um inventário das referências culturais da etnia para que posteriormente sejam declaradas Patrimônio Cultural Imaterial do Estado.
Os trabalhos de pesquisa, sensibilização em cidades próximas das aldeias, produção de peças e um filme, devem durar três anos. Os recursos para a realização do projeto – único contemplado no Brasil e um dos cinco na América Latina – são provenientes do Fundo dos Embaixadores dos EUA para a Preservação Cultural. Uma das estruturas fundamentais no projeto, a Escola de Música da UFMG recebeu aporte de R$ 915 mil.
Além da preservação da língua nativa, o trabalho visa valorizar as músicas das cerimônias, o artesanato e as técnicas de agricultura, pescaria e caça. O primeiro passo será o desenvolvimento de estudos e ações de proteção dos costumes, por meio da identificação e documentação dos sistemas de conhecimentos ancestrais da comunidade, o que deverá ser organizado de forma colaborativa.
Onde
O povo indígena se concentra em quatro principais áreas do território mineiro: nas aldeias de Água Boa, no município de Santa Helena de Minas; em Pradinho e Cachoeira, no município de Bertópolis; em Aldeia Verde, no município de Ladainha, e no distrito de Topázio, em Teófilo Otoni.
Representantes das aldeias de Água Boa e Pradinho celebraram. Sueli Maxakali ressaltou a importância da preservação dos conhecimentos ancestrais de seu povo. “Estou muito feliz. É meu sonho preservar a ‘memória viva’ dos nossos antepassados e transmiti-la às nossas crianças”, disse.
Sueli e Isael são curadores indígenas, na exposição, e mostram um pouco do povo Maxakali
Coordenador geral do projeto e professor da Escola de Música, Eduardo Pires Rosse ressaltou que a iniciativa enfrentará o “processo de ‘desertificação’ do povo Maxakali, desde a colonização do nosso país”. Ele acrescentou que, apesar do contexto histórico, “os povos Maxakalis resistem com seu vasto patrimônio. Nós temos muito a aprender com eles nesse diálogo”.
Entrega
A expectativa é que, até 2026, o estudo seja apresentado ao Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/MG), para o registro como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado.
* Com informações do Iepha, Agência Minas e UFMG
Leia diretamente na fonte:
Saiba mais puxando a rede!
A tradição e cultura do povo indígena Maxakali na Rede Minas
MINAS GERAIS, Belo Horizonte – Desde o século XVI o povo indígena Maxakali tem contato com os brancos e apesar dos longos anos de convivência, a cultura e a tradição indígena da etnia foram preservadas
Faixa de cinema exibe “quando os yãmiy vêm dançar conosco” (Crédito: Isael Maxakali)
A Faixa de Cinema, da Rede Minas, exibe o documentário “Quando os Yãmiy vêm dançar conosco”, dirigido por Isael e Sueli Maxakali e Renata Otto. A obra fala sobre a importância de conhecer os povos nativos e respeitar seus rituais e antigas tradições. Desde o século XVI o povo indígena Maxakali tem contato com os brancos e apesar dos longos anos de convivência, a cultura e a tradição indígena da etnia foram preservadas. A Faixa de Cinema, da Rede Minas, exibe o documentário “Quando os Yãmiy vêm dançar conosco”, dirigido por Isael e Sueli Maxakali e Renata Otto. A obra fala sobre a importância de conhecer os povos nativos e respeitar seus rituais e antigas tradições.
O filme é registrado na língua da etnia Maxakali e as filmagens iniciam com o amanhecer e a chegada dos Yãmĩyxop na comunidade Aldeia Verde, em Ladainha (MG). Os pajés e as mulheres se mobilizam para receber os povos-espíritos. Para a recepção preparam comidas e realizam cantos e danças no pátio da aldeia, ao redor do poste dos Yãmĩyxop e à casa-de-religião. Nesses dias, vários povos-espíritos visitam o lugar, dentre eles o Tangarazinho-espírito que caça na floresta a pedido do gavião-espírito, entidade que é uma espécie de governo dos Yãmĩyxop.
O casal de diretores, Sueli e Isael Maxakali integram o povo indígena Tikmũ’ũn (Maxakali), habitantes do Vale do Mucuri, em Minas Gerais. Nos últimos anos eles têm se dedicado ao registro fílmico da história e dos rituais do seu povo. A diretora Renata Otto é graduada em Ciências Sociais pela UFMG e já trabalhou na produção e direção de outros filmes documentários
A Faixa de Cinema com o filme “Quando os Yãmiy vêm dançar conosco” vai ao ar nesta sexta (26), às 23h, pela Rede Minas. Os filmes também podem ser vistos, nesse mesmo horário, no site da emissora: redeminas.tv.
Assista o documentário “Quando os Yãmiy vem dançar conosco”O cineasta Isael Maxakali filma o amanhecer e a chegada dos Yãmĩyxop na Aldeia Verde (Ladainha/MG).
A chegada dos povos-espírito mobilizam os pajés e as mulheres na sua recepção com comidas, cantos e danças no pátio da aldeia junto ao poste dos Yãmĩyxop e à casa-de-religião. Por várias noites as mulheres-espírito Yãmĩyhex virão dançar, conta o pajé Mamey. Vários povos-espíritos visitam a aldeia nesses dias, dentre eles o Tangarazinho-espírito que caça na floresta a pedido do gavião-espírito – o ‘governo’ dos Yãmĩyxop, o último a partir da Aldeia Verde para as longínquas alturas da floresta. Direção: Isael Maxakali, Suely Maxakali e Renata Otto Fotografia: Isael Maxakali Montagem: Carolina Canguçu Produção: Milene Migliano Finalização de imagem: Bernard Belisário
Deixe uma resposta
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.