Documentário ‘Ao sul da fronteira’ discute educação para a cidadania

O documentário examina as políticas econômicas de livre mercado historicamente impostas pelos Estados Unidos e pelo FMI na região e como elas falharam em aliviar o problema crônico da desigualdade social na América Latina e contribuíram para a ascensão de líderes socialistas e social-democratas na região.

O filme de Oliver Stone “Ao Sul da Fronteira” vai além da análise da política norte-americana em relação à América Latina. Ele mostra claramente as consequências de sociedades que não investem em educação e, principalmente, em educação para a cidadania.

Nós estamos muito longe de ser um verdadeiro Estado Democrático de Direito. Na verdade, nós temos governos oligárquicos que administram a máquina pública em benefícios de alguns grupos econômicos. Para que tenhamos um Estado Democrático de fato é preciso que os indivíduos de uma sociedade se tornem verdadeiros cidadãos.

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As pessoas precisam deixar de se compreender como indivíduos e passar a cuidar ativamente do que é publico. Nós ainda temos a noção de que o público não nos pertence. Enquanto pensarmos assim não teremos os direitos individuais realmente respeitados e continuaremos perdendo em qualidade de vida. Nós não somos uma ilha e não temos somente uma vida individual. Essa ideia de projeto individual de vida é uma construção abstrata que o sistema deseja que tenhamos. Enquanto cada um cuidar somente da sua vida, a nossa vida em comum fica nas mãos de poucos.

Na verdade, as nossas vidas são interligadas em uma sociedade. Nós pagamos impostos para que o básico para a vida humana de todos se realize: educação, sistema de saúde, segurança, emprego, etc.

O início de uma vida social começa com a educação para a cidadania. Cidadania é o cuidado com a coisa pública. O cidadão, em primeiro lugar, se interessa por tudo que está a sua volta. O cidadão percebe a falta de cuidado com a sua rua, com as praças, com o vazamento de água em algum lugar público, com o cuidado com as placas de sinalização, com a iluminação pública, etc. Esse cuidado vai do ajudar para que tudo se mantenha bem até a denúncia para órgãos competentes.

O verdadeiro cidadão, por exemplo, não joga lixo na rua ou na praça, não danifica o que é publico, não ocupa uma vaga de deficiente ou idoso se ele não o for. Mas, o cidadão denuncia. Ele não se cala diante das coisas erradas que percebe e nesse sentido há algo fundamental. Geralmente, as pessoas percebem coisas erradas, mas o máximo que fazem é comentar com outras pessoas. Muitos percebem o que está prejudicando o bem público, mas não denunciam para órgãos competentes. Por fim, o cidadão não somente cuida da coisa pública, não somente denuncia para os órgãos de responsabilidade, mas principalmente fiscaliza os órgãos competentes observando se realmente estão fazendo o seu trabalho.

Nós não podemos esquecer que toda a máquina do Estado é mantida com o nosso dinheiro, e esta máquina foi feita para funcionar. Quando falamos em participação política lembramos imediatamente nas eleições e nos esquecemos que política se faz todos os dias e todos os anos. Não é somente no ano eleitoral que participo da vida da minha sociedade. Nós deveríamos ter consciência de que a política é uma prática diária. Os grupos econômicos que dominam este país fazem política diariamente através de lobby nos municípios, na administração do Estado, no Congresso Nacional. Nós cidadãos precisamos ter uma prática política diária que faça com que o bem comum seja realizado. Portanto, cuide, olhe, fiscalize e denuncie. Esse é um bom começo.

Fonte: Rede Bom dia.

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