Deficientes auditivos protestam e pedem apoio para escolas bilíngue

Um grupo de deficientes auditivos, acompanhado de familiares, participou da sessão ordinária desta quarta-feira (7) na Câmara Municipal de Maceió para cobrar apoio político para implantação de escolas de educação bilíngue para surdos em Alagoas, na qual a língua brasileira de sinais (libras) será a principal forma de comunicação e instrução. Antes, o grupo realizou um protesto pelas ruas de Maceió. Na Câmara, eles tiveram uma reunião prévia com a vereadora Tereza Nelma (PSDB) que declarou apoio total ao projeto.

A proposta de criação de escolas nesse padrão foi aprovada na Conferência Nacional da Pessoa com Deficiência em 2012, tendo sido, também, aprovada no Plano Nacional de Educação na Câmara dos Deputados, mas foi paralisada no Senado. Atualmente, existem cerca de 50 escolas de surdos funcionando no Brasil, e apenas uma escola particular bilíngue no Recife. No país, 9 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência auditiva, em menor ou maior grau.

“Todos têm que ter oportunidades na vida. Na comunidade surda de Alagoas, a maioria não consegue concluir os estudos por falta de oportunidades. Mas aqui no plenário temos exemplos de vencedores, inteligentes, e que estão construindo famílias e merecem o nosso apoio”, disse a vereadora Tereza Nelma, reconhecida por sua militância na defesa de portadores de deficiência.

“Há um prejuízo claro para os surdos que integram turmas regulares, na maioria das vezes com professores despreparados para lidar com os novos alunos, sem intérpretes de libras, a Língua Brasileira de Sinais. Queremos que nossa própria cultura seja respeitada”, afirmou Ítalo Nunes, um dos líderes do grupo que participará em Brasília de uma marcha em defesa do ensino bilíngue. Ele concluiu o curso de Pedagogia e é uma referência entre os surdos em Alagoas.

Ana Maria, mãe de uma adolescente surda, destacou também o grande avanço no ensino de libras nos últimos anos. “Antigamente os surdos não tinham acesso à escola e isso gerava uma exclusão ainda maior do que a que eles já sofrem”, comparou. Ana Maria considera, contudo, que ainda há muitas barreiras a serem vencidas. “Nós contamos com o apoio dos vereadores e dos meios de comunicação para derrubá-las”, apelou.

De acordo com o presidente da Associação dos Surdos de Alagoas, Mário Lima, o propósito da reivindicação é pedir que as escolas passem a ofertar tanto o ensino de português quanto o ensino de libras para evitar separar os surdos das outras crianças em escolas especializadas. “Essa reforma na educação é muito importante para a inclusão de surdos na vida social e na vida profissional. E também pode ajudar a inibir o uso de termos pejorativos”, observou.

Quem também defendeu a inclusão dos surdos, foi Iraê Cardoso, presidente da Associação dos Amigos e Pais de Pessoas Especiais. Ela lembrou que a dificuldade de comunicação está no cotidiano, desde as escolas e faculdades, que não estão preparadas para recebê-los, até hospitais, delegacias e aeroportos. Quando procuram ajuda, os surdos não são compreendidos.

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