7.000 idiomas para 7.000 milhões de pessoas. O mundo é um complexo xadrez linguístico
“Olá”, “Bom dia”, “Boa tarde”, “Boa noite” ou “Obrigado”.
São expressões que utiliza todos os dias. E que se tornaram tão naturais que, provavelmente, nem repara.
Mas já alguma vez pensou quantas formas diferentes há no mundo para dizer tudo isto?
A Sociedade Linguística norte-americana elaborou um levantamento global e não chegou a um número exatamente definitivo.
Porque, apesar de toda a evolução humana e da tecnologia avançada que temos ao nosso dispor, a verdade é que os investigadores do mundo dito civilizado ainda não conseguem chegar a todo o lado.
Há lugares recônditos, minorias escondidas, protegidas do resto do mundo. E, principalmente, protegidas dos malefícios da humanização.
Seja nas montanhas da Papua Nova Guiné, seja na Amazónia profunda, onde ainda habitam comunidades indígenas em harmonia com a natureza, em locais onde ainda não chegou a praga da desflorestação em massa.
Contudo, muito do trabalho pioneiro ao nível da documentação linguística foi desenvolvido por organizações missionárias que traduziram a Bíblia. Em 2009, pelo menos uma parte do livro sagrado tinha sido traduzida em mais de 2.500 idiomas.
Contudo, a Sociedade Internacional de Linguística elaborou um catálogo mais extenso que inclui quase 7.000 idiomas em todo o mundo.
Que se distribuem em função da dimensão dos continentes e, sobretudo em função da densidade populacional.
Destas quase 7.000 línguas, 230 são faladas em território europeu.
Já na Ásia, há 2.200 idiomas distintos. E depois há pequenos territórios que guardam em si uma incrível diversidade: na Papua Nova-Guiné, há 832 línguas faladas por cerca de quatro milhões de habitantes.
Do outro lado do mundo, na América do Norte há 165 línguas indígenas. Oito destes idiomas são falados por não mais do que 10 mil pessoas.
75 são faladas por gerações mais idosas, o que para a Sociedade Americana de Linguística, significa que são línguas a caminho da extinção.
Esta semana, o Diário de Notícias publicou dados de uma reportagem recente da BBC. Que fala do Badeshi, uma língua da família indo-iraniana, que era falada no Paquistão, e hoje é considerada extinta, sem falantes há pelo menos três gerações.
Só que a BBC encontrou três homens no vale de Bishigram – no Paquistão – que ainda conseguem falar Badeshi.
Há 62 línguas no mundo com não mais do que três falantes.
Mas há minorias ainda mais reduzidas. O Atlas da UNESCO revela que há 18 línguas no mundo que têm apenas um falante.
São idiomas, heranças culturais criticamente ameaçadas. Casos únicos na América do Norte, na América Latina, em África e na Oceânia.
Fonte: Renascença
Deixe uma resposta
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.