1º filme na Amazônia estreia mais de 100 anos após sua produção
“Santo Graal do cinema mudo brasileiro” – Documentário de 1918 sobre a Amazônia é resgatado
(Imagem: Arquivo Národní filmovì)
O pioneiro cineasta da Amazônia, Silvino Santos. Foto : Reprodução/CineSet
O filme traz imagens deslumbrantes do rio Amazonas, das cidades de Belém e Manaus, e do povo Huitoto
O renomado Festival de Cinema Mudo de Pordenone, na Itália, é palco da estreia mundial do filme “Amazonas, O Maior Rio do Mundo” nesta terça-feira (10). Esta obra, considerada um tesouro perdido, foi redescoberta na Cinemateca de Praga.
Para quem tem pressa:
- O Festival de Cinema Mudo de Pordenone, na Itália, é palco da estreia mundial do filme “Amazonas, O Maior Rio do Mundo”, redescoberto na Cinemateca de Praga;
- O filme de 1918 é aclamado por ser o primeiro longa-metragem filmado na Amazônia, destacando sua riqueza natural e recursos;
- Os curadores do arquivo Národní filmovì enviaram o link de um filme catalogado como “Maravilhas da Amazônia”, mas o diretor do festival suspeitou que era mais antigo;
- A equipe concluiu que se tratava da obra de Silvino Santos, um pioneiro do cinema brasileiro;
- O filme traz imagens deslumbrantes do rio Amazonas, das cidades de Belém e Manaus, e do povo Huitoto.
O filme, datado de 1918, é aclamado por ser o primeiro longa-metragem filmado na Amazônia. Já naquela época, destacava a exuberante riqueza natural e os recursos desta área colossal, que abrange quase sete milhões de quilômetros quadrados. As informações são do jornal The Guardian.
Além da estreia na Itália, o filme será apresentado no Ji.hlava International Documentary Film Festival, na República Checa, e posteriormente no Brasil.
Saga do 1º filme sobre a Amazônia
A descoberta foi possível graças ao trabalho dos curadores do arquivo Národní filmovì. Após uma visita ao local, enviaram ao diretor do festival, Jay Weissberg, o link para o filme catalogado como “Maravilhas da Amazônia”, uma produção estadunidense de 1925.
Ao iniciar a exibição, Weissberg teve a impressão que o filme era mais antigo – e, portanto, não poderia ser a produção dos EUA mencionada. Após uma minuciosa pesquisa, a equipe suspeitou que se tratava da obra de Silvino Santos.
O negativo original tinha sido furtado pelo sócio do diretor, que o levou para a Europa. Este, sem o conhecimento de Santos, reivindicou a autoria do documentário e alterou seu título.
Em segredo, estabeleceu acordos para a comercialização do filme no continente europeu, onde foi exibido a partir de 1921. Em 1925, chegou também à Checoslováquia – mas estava desaparecido desde 1931.
Silvino Santos, um português que se estabeleceu no Brasil em sua juventude, foi um dos pioneiros do cinema brasileiro. Após contato com Weissberg, o pesquisador Sávio Stoco, de Belém, especialista no cineasta, confirmou que o filme era, de fato, a tão procurada relíquia perdida.
“Amazonas, O Maior Rio do Mundo” traz aos espectadores imagens deslumbrantes do rio, das cidades de Belém e Manaus e do povo Huitoto.
Leia diretamente na fonte: https://olhardigital.com.br/2023/10/10/cinema-e-streaming/1o-filme-na-amazonia-estreia-mais-de-100-anos-apos-sua-producao/
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Saiba mais Puxando a Rede IPOL
. Quem foi Silvino Santos?
https://portalamazonia.com/historias-da-amazonia/silvino-santos-o-cineasta-da-selva-1
. Leia matérias na Cineset!
https://www.cineset.com.br/silvino-santos-um-olhar-pioneiro-sobre-a-amazonia/
https://www.cineset.com.br/manuscrito-historico-de-silvino-santos-aguarda-publicacao-na-ufam/
. Leia a publicação premiada como melhor ensaio sobre cinema e que foi consultada para confirma a origem do filme encontrada em Praga
O CINEMA DE SILVINO SANTOS (1918-1922) E A REPRESENTAÇÃO AMAZÔNICA: HISTÓRIA, ARTE E SOCIEDADE, de Sávio Luís Stocco
Resumo
Essa tese investiga a representação da região amazônica nos filmes longas-metragens documentais do cineasta luso-brasileiro Silvino San- tos Amazonas, maior rio do mundo (1918-1920) e No paiz das Amazonas (1921/1922), considerando sua dimensão históricae estética. Busca-se discutir as particularidades apreendidas em cada um deles por meio da análise fílmica e à luz da história e das tradições discursivas sobre a região enfocada. As análises empreendidas procuraram demonstrar o multifa- cetado trânsito de referências históricas e culturais que se encontram na origem da criação cinematográficade Silvino Santos e das elites locais com os quais se relacionou. Foram utilizados elementos diversos, oriundos de relatóriosoficiais,críticasde jornais, livros,fotografias,pinturas,cartões postais que corroboram diversas estratégias de filmagens, sejam elas “do- cumentais”, ficionalizantes, encenadas etc.. Buscou-se dar a ver o trânsito complexo de raízes, procedimentos e efeitos reconhecidos nos objetos tra- tados. Bem como buscou-se atentar para a relação dos discursos fílmicos como contextocolonialistavigentenocinemaditosilencioso.Opercurso dapesquisa apresentatambémumestudopanorâmicosobreasprincipais produções discursivas, sobretudo visuais, que remontam ao final do século XIX, auge da economia da borracha e período da implementação da pro- paganda moderna financiada e demandada pelas elites governamentais e comerciais do Amazonas. Considerações da Nova História do Cinema, História Cultural e História Social da Arte foram tomadas como referen- ciais teóricos.
https://concultura.manaus.am.gov.br/wp-content/uploads/2023/03/O-Cinema-de-Silvino-Santos-1918-1922.pdf
Leia também sobre o cônsul Roger Casement na tese
. ROGER CASEMENT NA AMAZÔNIA – EXPLORAÇÃO, VIOLÊNCIA E GENOCÍDIO NO INTERFLÚVIO DA TRÍPLICE FRONTEIRA, de FREDDY ORLANDO ESPINOZA CARDENAS para a Universidade Federal do Amazonas em 2022
https://tede.ufam.edu.br/bitstream/tede/9444/8/Tese_FreddyEspinozaCardenas_PPGSCA.pdf
. The Guardian : Lost ‘holy grail’ film of life in Brazil’s Amazon 100 years ago resurfaces
Documentary from 1918 that has been hailed as a classic emerges from depths of Czech archive
https://www.youtube.com/watch?v=UrCJJ_z51MI
Algo sobre esta etnia, Huitoto: https://www.jcam.com.br/noticias/mascaras-resgatam-cultura-witoto/
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