UFSC aprova Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica em caráter permanente
Após dez anos de história na Universidade Federal de Santa Catarina, o curso de Licenciatura Intercultural Indígena no Sul da Mata Atlântica foi aprovado em caráter permanente, com a aprovação também do seu Projeto Pedagógico na Câmara de Graduação. A decisão ocorreu nesta quarta-feira, 25 de agosto, em meio a uma semana decisiva para os povos originários, por conta da retomada das discussões sobre o chamado marco temporal no Supremo Tribunal Federal. O curso contempla os povos Guarani, Kaingang e Laklãnõ Xokleng.
Com números que impressionam pelos baixos índices de evasão e altos índices de aprovação e integralização dos currículos pelos estudantes, a licenciatura da UFSC é considerada referência nacional para cursos assemelhados. “O eixo integrador de nosso curso de Licenciatura Intercultural Indígena é Territórios e Conhecimentos Indígenas no Bioma Mata Atlântica – reforçando o nosso reconhecimento sobre a importância dos territórios para os povos originários e somando-se à luta por seus direitos territoriais”, explica a professora Juliana Salles Machado, coordenadora do curso.
A professora explica que as duas turmas anteriormente formadas haviam sido aprovadas como turmas únicas, vinculadas a editais do Ministério da Educação. Com a aprovação do caráter permanente, as entradas quadrienais passam a ser regulares. “Esta conquista garante a continuidade da presença dos estudantes indígenas nesta universidade e atende a demanda dos três povos por uma formação de professores indígenas para atuarem e fortalecerem a educação escolar indígena diferenciada em suas terras originárias”, comenta.
Em 2011 foram oferecidas 40 vagas para cada povo, com a formação de 23 estudantes Guarani, 34 Kaingang e 21 Laklãnõ-Xokleng. Já para a turma de 2016, foram oferecidas 15 vagas por povo, tendo sido formados 15 estudantes Guarani, 09 Kaingang, e 12 Laklãnõ-Xokleng. “A presença de uma Licenciatura Intercultural Indígena na UFSC permitiu que estudantes indígenas circulassem, atuassem e transformassem o espaço universitário durante estes 10 anos. A presença dos estudantes indígenas em um curso diferenciado transforma positivamente a própria universidade, que se repensa a partir de novos diálogos e aprendizados”, contextualiza a coordenadora.
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