Portugal concede bolsas de estudo a venezuelanos para reforçar ensino de português
Portugal vai atribuir “sete bolsas de estudo a venezuelanos” interessados em fazer formação como professores de português em universidades portuguesas, anunciou hoje a Embaixada em Caracas.
“Esta iniciativa tem como objetivo poder assegurar, num futuro próximo, a formação de novos estudantes deste idioma que já conta com 7.500 alunos em diferentes partes da Venezuela”, refere a embaixada em comunicado.
A entrega de bolsas de estudo é uma iniciativa conjunta entre a Embaixada de Portugal em Caracas, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, e a Coordenação do Ensino de Português na Venezuela (CEPE Venezuela) e tem como destinatários os venezuelanos que queiram aperfeiçoar as suas competências linguísticas para o ensino.
“Os participantes do programa desenvolverão as suas competências linguísticas em prestigiosas universidades portuguesas para depois darem aulas em centros educativos que desejem introduzir a língua no seu programa de estudos. O embaixador João Pedro Fins do Lago espera que continue a crescer a quantidade de venezuelanos que se possam comunicar num idioma que une povos em quatro continentes”, explica.
Os sete bolseiros vão frequentar cursos intensivos de português em “prestigiosas universidades portuguesas, tais como Universidade de Lisboa, Nova de Lisboa, Porto, Aveiro, Coimbra e Minho” que “contam com plataformas virtuais de excelente qualidade”, assim como professores que “estarão disponíveis durante um mês para ajudar” os estudantes venezuelanos e de outras partes do mundo, no “aperfeiçoamento do idioma à distância”.
“Os estudantes admitidos receberão uma contribuição económica que apoiará esta experiência académica. Todo este esforço far-se-á com o objetivo de que possam aperfeiçoar as suas competências linguísticas para dar aulas”, explica a representação diplomática.
Segundo o embaixador, “a promoção da cultura e da língua portuguesa na Venezuela é uma das principais missões diplomáticas” e é fundamental “que continue a crescer a número de venezuelanos” que falam português.
A língua tem “também um grande valor económico, que abre portas e dá futuro aos jovens, e que une povos em quatro continentes”, servindo ainda “para fortalecer os laços históricos e os valores que identificam a comunidade portuguesa” local.
Segundo o coordenador do ensino, Rainer Sousa, “a Venezuela obteve sete das 58 bolsas de estudos disponíveis”, uma prova do interesse crescente dos venezuelanos, “conscientes das vantagens de se poder comunicar num idioma de projeção global”.
Na Venezuela há, oficialmente, cerca de 7.500 estudantes de língua portuguesa distribuídos em 42 instituições (entre colégios, escolas e centros luso venezuelanos) e seis universidades onde há aulas ou cadeiras que envolvem o uso e o domínio deste idioma.
As projeções apontam a que o número de estudantes de português venha a aumentar nos próximos anos e a formação de professores decorre na Universidade Pedagógica Experimental Libertador (UPEL) da cidade de Maracay e na Universidade Central da Venezuela.
Segundo o professor Enrique de Sá, do Centro de Língua Portuguesa (CLP) da UPEL, a atribuição de bolsas “é uma grande e feliz notícia e um reconhecimento da qualidade do trabalho desenvolvido” na Venezuela.
Na Venezuela existem 100 professores de português, a nível nacional e na UPEL de Maracay 50 estudantes recebem formação como futuros docentes do idioma. Há ainda 60 inscritos no curso a distância “Diplomado em Ensino de português como língua estrangeira”, na Universidade de Carabobo.
O português faz parte do sistema escolar venezuelano, com crescente procura na educação básica, média e superior, cujos materiais didáticos, tais como manuais, dicionários e bibliotecas, são doados frequentemente pelo Camões IP, o CEPE e a Embaixada de Portugal.
VIA JM Madeira
Macau comemora 60 anos de ensino de português na China, uma língua “de boa saúde”
O ensino universitário de português na China começou em 1960, em Pequim, e seis décadas depois está “de boa saúde”, sendo ensinado em 50 instituições, disse à Lusa o responsável pelo congresso organizado para assinalar a efeméride.
Para o professor Zhang Yunfeng, coordenador do CPCLP, o interesse pelo português não só não diminuiu desde a devolução de Macau à China, em 1999, como registou um crescimento “enorme” nos últimos anos.
“Neste momento são aproximadamente 50 instituições de ensino superior onde o português é ensinado na China”, disse à Lusa. “É enorme, e este número aumentou muito nos últimos anos”, disse à Lusa.
Segundo o professor, em 2000 havia apenas “três instituições de ensino superior” a ensinar português na China continental, apontando que “muitos cursos foram criados em anos recentes”, desde 2010.
“Há cada vez mais alunos, mais professores, mais manuais, e o português da China também está a atrair cada vez mais a atenção do mundo”, garantiu Zhang, recordando o lançamento, no ano passado, da “primeira revista académica na área do português na Ásia, `Orientes de Português`”, criada pelo CPCLP, em colaboração com a Universidade do Porto.
“O português está de boa saúde e está mesmo a crescer em vez de descer, não apenas nas atividades pedagógicas, mas também nas atividades científicas”, sublinhou.
Nascido na China continental, o professor, que trabalha há seis anos em Macau, depois de ter dado aulas em Pequim, fala fluentemente português, e é ele próprio um produto do sistema de ensino universitário da língua portuguesa no gigante asiático.
“Na altura, havia pouca gente que dominasse ao mesmo tempo as duas línguas, e o país selecionou durante vários anos alunos das escolas secundárias para aprender português, e eu fui escolhido”, recordou.
“No meu caso, comecei a aprender português em Pequim: fiz a licenciatura e o mestrado em Pequim e depois fui estudar para Portugal”, contou à Lusa.
Para fazer o doutoramento em linguística portuguesa, em Coimbra, viveu dois anos em Portugal, “e isso também ajudou a aperfeiçoar o português”, acrescentou.
Hoje em dia, a procura de cursos de português na China “é grande”, e a razão, garantiu, é “simples”: “Há mercado”.
“Neste momento, há muitas colaborações entre a China e os países de língua portuguesa, a vários níveis: economia, comercial, educação e cultura. Por isso, muitas universidades e instituições de ensino superior na China abriram cursos de português, e os alunos também querem conhecer melhor o mundo lusófono, conhecer melhor a língua e a cultura”, afirmou.
Para estes alunos, há muitas saídas profissionais, nomeadamente “em empresas chinesas que tenham uma grande colaboração com os países de língua portuguesa”.
O Instituto Politécnico de Macau tem várias licenciaturas dedicadas ao português, tanto na área da formação de professores, como na tradução e interpretação de português-chinês.
Além disso, a instituição ministra ainda uma licenciatura sobre as relações comerciais entre a China e os países de língua portuguesa, que forma “quadros bilingues que queiram trabalhar no futuro nesta área comercial”, bem como cursos de mestrado e de doutoramento.
Para Zhang, que adotou o nome português Gaspar, um dos desafios atuais do ensino da língua portuguesa é a diversificação dos manuais e materiais pedagógicos.
“Já produzimos manuais de fonética, fonologia, léxico, vocabulário, gramática, história e literatura, mas há sempre áreas em que há lacunas”, apontou.
A formação de professores na China é outro dos desafios.
“Muitos chineses que ensinam português na China são muito jovens, ainda estão a fazer mestrado e doutoramento, mas daqui a cinco ou dez anos o número de professores doutorados vai aumentar muito”, antecipou.
O congresso, que se realiza de forma virtual, com 12 oradores de instituições de ensino superior da China, Portugal, Estados Unidos e Brasil, arranca hoje às 11:30 de Lisboa (19:30 em Macau), com uma mesa-redonda sobre intercâmbios universitários, tendo mais três conferências agendadas.
No dia 26 de novembro, o painel vai discutir o tópico “A voz do tradutor: diálogos português-chinês”, seguindo-se, no dia 30, uma mesa-redonda sobre os materiais didáticos de português na China.
As conferências encerram no dia 03 de dezembro, com uma discussão sobre “Português na Universidade Chinesa: Rumos e desafios”.
Mini- curso “Ensino de português língua de acolhimento: status e práticas” na XI Semana de Ciência e Tecnologia (SCT)
Este mini-curso tem por objetivo trazer para a autorreflexão os profissionais que atuam no ensino-aprendizagem de Português Língua de Acolhimento (PLAc) e/ou outros status do Português, focalizando a discussão das especificidades da área e suas relações com a prática por meio de um aprofundamento teórico-prático a partir das observações da experiência no curso de Português como Língua de Acolhimento do projeto de extensão Ensino-Aprendizagem Português Língua de Acolhimento (PLA), na Unesc, com as nacionalidade hatianas, ganesas, togolesas e nigerianas.
Público Alvo: Professores Voluntários de PLAc, acadêmicos de Letras e Pedagogia e profissionais da área de Educação e Políticas Públicas e Sociais.
Organização: PPGE/Letras/Programa de Ensino-aprendizagem de PLA.
Núcleo da UFSC promove cursos de português para estrangeiros com visto humanitário ou de refugiado
O Núcleo de Pesquisa e Ensino de Português – Língua Estrangeira (Nuple) irá oferecer cursos de português gratuitos, direcionados a estrangeiros que entraram no Brasil com visto humanitário ou de refugiado. As inscrições já estão abertas.
Os cursos, coordenados pelas professoras Rosane Silveira e Donesca Xhafaj, se iniciam no dia 10 de setembro, e as aulas serão realizadas sempre aos sábados pela manhã, no Centro de Comunicação e Expressão do Campus Trindade, prédio CCE-B, salas Hassis e Drummond.
Mais informações sobre o curso e o processo de inscrição somente pelo e-mail
Fonte: Notícias da UFSC